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‘Iremos governar com conselhos, com todo mundo presente’, diz Paulo Rocha, candidato do PT

Senador desde 2015 pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Paulo Rocha é a aposta do partido para o pleito que irá definir o novo governador do Pará a partir de 1ª de janeiro de 2019. Com experiência de cinco mandatos na Câmara Federal, o petista defende que

Senador desde 2015 pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Paulo Rocha é a aposta do partido para o pleito que irá definir o novo governador do Pará a partir de 1ª de janeiro de 2019. Com experiência de cinco mandatos na Câmara Federal, o petista defende que uma nova forma de governar é possível, com participação popular e descentralização das sedes do Executivo estadual. “Nosso projeto não está centrado em uma pessoa (referindo- se ao ex-presidente Lula), e sim a um projeto de Governo”, diz o candidato. Confira a entrevista:

Como será a estratégia de campanha do PT no Pará diante da impugnação da candidatura de Lula à presidência da República?

Mas o projeto Lula está personificado em um conjunto de coisas, não em torno de uma única pessoa. Personificado na minha figura, por exemplo, que sou a cara do PT no Pará. Sou amigo dele desde a época do sindicato. Mas a principal personificação do Lula é sua forma de governar e de fazer política. E políticas públicas para o povo. Você vai em qualquer canto desse Estado e confere que há mais políticas públicas em vigor da época do PT na presidência do que do Governo estadual. O Bolsa Família, o Minha Casa, Minha Vida, o Mais Médicos, mais Unidades Básicas de Saúde (UBS), mais universidades, mais infraestrutura. Em termos de logística eclusas de Tucuruí, Pedral do Lourenço, que está começando, asfaltamento da Transamazônica, da BR-163, a construção de Belo Monte, a travessia do linhão de Tucuruí para Amapá e o Amazonas... Esse é o nosso projeto. De governar o Pará como o Lula governou o Brasil. Como que um político lá de Brasília faz chegar suas medidas ao Marajó? Quando o governador que está bem aqui não consegue? É a forma, ou a opção de governar. E esse debate vai fazer a diferença nessa disputa. Como que um grupo político fica 20 anos no poder e não faz as coisas mínimas, com tanta riqueza ao redor? Com todo esse potencial de desenvolvimento?

Mas tem a fala de que as contas estão ruins, aí não pode dar reajuste ao funcionalismo, e um dos seus temas no programa de Governo é justamente a geração de emprego e renda. Como que o senhor pretende equacionar essas duas questões?

Primeira coisa é retomar o projeto do primeiro emprego, assegurar vaga para quem está saindo da escola ou da universidade, ou que precisa estudar e trabalhar. Vamos incentivar o pequeno negócio, a micro e pequena empresa porque é daí que saem as vagas, a renda. E aqui na cidade é gerar para a juventude as oportunidades de renda. No interior, um programa que fortaleça a agricultura familiar (...). Outro ponto é a verticalização das nossas riquezas e não só da mineração Um absurdo 15 guseiras em Marabá estarem fechadas, são 25 mil empregos que poderiam ser gerados (...). Criar cadeia para minério, desde a exploração primária até a verticalização em suas últimas instâncias é fundamental, não só para agregar, como para gerar emprego. Criar cadeias produtivas que verticalizem. Tem que ter política de governo, na questão ambiental e na geração de plantas industriais capazes de explorar de forma autossustentável. Podemos verticalizar a indústria das essências, que é um mercado grande por conta da questão da beleza, dos cosméticos. Os itens medicinais, como copaíba, andiroba, cumaru, tudo pode ser verticalizado.

Essas propostas sugerem um braço forte do Estado como base de apoio. O senhor acredita que o Pará já tem força ou que funcionaria em cenário de estado mínimo ou estado reduzido?

Não se trata de estado mínimo ou grande, e sim de presença. Por meio de políticas públicas. Se precisa alavancar a psicultura, que é uma vocação muito importante na região, temos que criar instrumentos públicos, como secretarias, e também políticas públicas em cadeia de financiamento, assistência técnica. Levar a estrutura de Governo para processar tudo isso. E de repente uma escola técnica para lá mesmo preparar a mão de obra. Por meio de cooperativas se cria um processo de industrialização, de verticalização, atraindo frigoríficos.

O Pará tem péssimos índices na área da educação. O que sua proposta defende para mudar esses números?

Problema é a visão de como tratar a educação para o trabalhador, para o pobre. Primeiro que é um absurdo um Estado com tantas condições não resolver uma questão de base, que é a qualidade do ensino médio. O Governo vai ao contrário dessa solução. Se precisa de mais professores, ele está dizendo que tem de ter menos. A estrutura se faz também com a valorização do profissional, não só pagando bem, mas qualificando, dando condições de exercer esse processo. E isso já se conquistou. O piso nacional está aí, tem que pagar. Depois as condições físicas de onde vai se dar o ensino. Tem que recuperar as escolas, que estão quebradas, a maioria. E construir mais. São Félix do Xingu tem 129 mil habitantes e uma escola. E quebrada! Como oferece qualidade desse jeito? Mais uma vez: é a necessidade da presença do Estado. Tem que haver uma política de fixação do aluno, combatendo a evasão. Verificar em cada área quais os problemas, propor políticas adicionais. O Governo Federal fez o Bolsa Família, quem sabe não seja o caso de o Governo do Estado fazer um adicionamento nesse benefício para resolver o problema. Às vezes o problema é a mobilidade. Tenho uma escola no centro, mas os alunos estão morando a 15km longe, tem que promover a acessibilidade, criar condições. Imagina uma criança andar isso todo dia.

A gestão do PSDB estadual inaugurou aqui um modelo de gestão de terceirização de hospitais públicos. Esse é mesmo o único modelo viável de gestão de saúde?

A nossa concepção, nosso projeto não admite isso. A terceirização é distante de nós. O máximo que podemos construir, dependendo do setor, é uma parceria público-privada. No entanto, tudo o que trata diretamente da vida do cidadão, como saúde, educação, saneamento, energia, isso tudo tem de ser gerido pelo Estado. Não pode ser motivo de lucros. A vida das pessoas não pode ser motivo de lucro. Iremos rever essa forma de gestão. É preciso reorganizar a Secretaria de Estado de Saúde Pública, para poder gestar a partir desta visão. É preciso reestruturar para gerir os hospitais, e precisamos de mais. Aqui entre Moju e Abaetetuba, na região chamada Tocantina, Guajarina está necessitando de um HR, no trevo da entrada de Igarapé-Miri. Queremos avançar na descentralização do tratamento, para que o cidadão que está lá distante possa ter acesso sem precisar vir ao Hospital Ofir Loyola. É preciso que haja atendimento nas cidades-polo pelo menos, como Santarém e Marabá.

Sobre melhorias para a segurança pública, o que o senhor acha desse discurso de mais presídios em construção, mais vagas no sistema prisional.

As pessoas estão aprisionadas dentro de casa, não precisa de mais presídio. Acho que há três passos: reestruturar a polícia, com mais preparo técnico e valorização, tanto para a Militar quanto para a Civil; estruturar a Secretaria de Segurança Pública para esse enfrentamento de forma mais firme, no combate e na prevenção; e investimento na inteligência para desorganizar o crime organizado, combater a indústria do narcotráfico. A presa mais fácil nesse cenário é a juventude, que precisa de um bairro organizado, que identifique essas áreas de possível cooptação, que precisa de políticas públicas. De uma escola de tempo integral, com ocupação de esporte, de lazer, de cultura. Eu tenho uma experiência pessoal, vim do interior garoto e fui direto para a Escola Salesiana do Trabalho, na Sacramenta, ou “Sacrabala”. A presença ali mudou o bairro. O aluno chegava e estudava o ensino normal de manhã e depois ia para a oficina. Por isso eu sou gráfico. Antes de eu terminar o curso eu fui contratado, por ser um bom operário. E mais, a escola abria aos finais de semana para os jovens do bairro, com piscina, quadra. Assim você forma um cidadão na sua inteireza, sem dar a oportunidade para o ócio, vício, vai formando o caráter. A Ana Júlia, quando foi governadora, fez uma experiência interessante ao colocar viaturas da Guarda Municipal para dar voltas nos bairros. Aquilo inibia a atuação, ter a polícia perto, fiscalizando. Acho que assim como temos o Sistema Único de Saúde como responsabilidade Federal, Estadual e Municipal, o mesmo tinha que ocorrer com a segurança. Proponho estimular as prefeituras a criarem suas guardas municipais, que aumenta o efetivo contra a violência. Tem que humanizar o sistema carcerário.

Fale um pouco mais sobre a sua forma de governar?

Nós propomos a criação de três sub-sedes, com uma em Santarém e outra em Marabá, com toda a estrutura e autonomia para definir, decidir. E o governador tem que despachar dessas sub-sedes pelo menos cinco dias ao mês. Iremos governar com conselhos, com todo mundo presente, empresário, trabalhador, padre, pastor, universidade. Importante é unir para achar a melhor solução e impulsionar o desenvolvimento do Estado. Se é para criar peixe, como o Governo entra? Com assistência técnica, legalização para fazer lagos, tanques. É descentralizar mas com participação de todas as organizações da sociedade. Não é o Estado que diz o que tem de ser feito, e sim a sociedade.

Já há pesquisa lhe colocando no segundo turno, mas caso isso não ocorra, qual será o posicionamento?

Essa preocupação não está para nós agora, temos clareza de que estamos no segundo turno. No entanto, o PT é um partido democrático, e se posiciona. No segundo turno iremos nos posicionar, mas no momento adequado e de acordo com sua história e ao direcionar seu voto irá introduzir no possível candidato apoiado os nossos programas de Governo que não passaram ao segundo turno.

(Carol Menezes/Diário do Pará)

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