O futebol paraense pode não fazer parte da elite do futebol brasileiro, ou ter uma renda parecida aos dos grandes clubes do país, mas certamente possui milhões de torcedores apaixonados. A prova disso é que no primeiro turno da Série C, o público dos clubes paraenses foi superior ao de todos os outros jogos da rodada.
Nos últimos anos, o Paysandu caminhava em ascensão, mas caiu de série na última temporada e este ano tenta a volta para a Segunda Divisão do Futebol Brasileiro. Já o Clube do Remo, que amargou anos na Série D, tenta se reerguer ano após ano para voltar as divisões de cima das competições do país.
Para os clubes paraenses são 4 competições anuais: Campeonato Paraense, Copa do Brasil, Copa Verde e Campeonato Brasileiro. Nesta segunda, competindo com os maiores clubes do país, dificilmente os paraenses avançam. Ou seja, há uma premiação que não é conquistada pela dupla Re-Pa. Pelo menos este ano foi assim.
Futebol é dentro das quatro linhas, todos sabemos, mas fora delas muitas coisas precisam ser decididas. A finança do clube é uma delas. Entra ano e sai ano e a questão financeira é uma das preocupações de Remo e Paysandu, e fazer um planejamento para a temporada diminui consideravelmente os riscos de obter mais dividas para o clube.
Renda dos jogos, venda de produtos licenciados, sócio torcedor, direitos de transmissão, patrocínio... Aqui no Pará, o pedido dos clubes é sempre que os torcedores ajudem comparecendo aos jogos, e foi isso que reergueu o time azulino. Inclusive, os torcedores foram responsáveis pela obra do estádio Baenão, que vai reabrir após 5 anos.
Ademir Júnior, consultor contábil e pós doutor em finanças, é taxativo em dizer: “A renda dos jogos é o carro chefe das receitas do clube, hoje ainda há distanciamento do sócio torcedor para financiar o produto ‘esporte’. Não pode ser considerado renda extra, haja vista se tratar de aproximadamente 80% da receita do clube”.
Na prática, o torcedor ajuda com sentimento e financeiramente o seu clube.
“Hoje o torcedor dito comum, aquele que compra o ingresso, ainda é o fiel depositário da balança, por ter participação direta no markup de um clube. A representativas comparada ao sócio torcedor ainda é muito maior. Não se trata da melhor realidade. Clubes melhores estruturados tem o seu sócio torcedor como seu maior impulsionador financeiro. Clubes como Palmeiras, Internacional e Flamengo, por exemplo, possuem um quantitativo que representam sua maior receita, tendo o inverso depositário, uma vez que as rendas de jogos, cotas de patrocínio e TV não são mais suas indispensáveis receitas. Possuem sólidos programas de atração ao torcedor, evidenciando que a realidade dos clubes paraenses ainda estão muito distantes do ideal”, acrescentou o consultor contábil.
Como mudar essa realidade e tratar o torcedor paraense com carinho: incentivar e trazer ele cada vez mais para perto do clube. “Programas de fidelidade, o demonstrativo financeiro também seria um importante atrativo, evidenciando a transparência, uma vez que o torcedor vê seu dinheiro empregado de alguma forma e seu notório retorno”, avaliou Ademir Júnior.
O consultor fez o planejamento financeiro do clube azulino para os próximos dois anos. “Em se tratando de Remo, o planejamento se deu bem antes da entrada do atual presidente. Foi feito um plano de ação e cronograma de atração de investimentos. Estabilidade do fluxo de caixa e ainda um estudo de viabilidade de ampliação da marca, com reordenamento das lojas e plano d negócio”, finalizou Ademir.
Assim, está mais que constatado que quem manda de fato no clube de futebol, em todos os aspectos, é o torcedor!
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