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PARAZÃO

Como prometido, o Santa Cruz não foi ao Mangueirão

Definitivamente foi uma das quartas-feiras mais estranhas da historia do futebol paraense. Por toda a cidade a pergunta, desde o começo do dia, era se a partida entre Santa Cruz e Paysandu no Mangueirão aconteceria conforme o regulamento previa. O Mandado

Definitivamente foi uma das quartas-feiras mais estranhas da historia do futebol paraense. Por toda a cidade a pergunta, desde o começo do dia, era se a partida entre Santa Cruz e Paysandu no Mangueirão aconteceria conforme o regulamento previa. O Mandado de Garantia, que o clube da região do Salgado deu entrada no Tribunal de Justiça Desportiva no início da tarde desta quarta, poderia paralisar a competição.

Durante toda tarde se esperou o veredicto do presidente do TJD, Antonio Barra Brito, que ao final da tarde deu seu parecer. “Após examinar com bastante cuidado, eu entendi que não seria possível acatar o pedido (do Santa Cruz), assim como eles pretendiam” disse, em referência à falta de condições do estádio Parque do Bacurau, em Cametá, e da falta de garantia de segurança, dada pela Polícia Militar, como razões para a não realização da partida no mesmo dia da partida do Clube do Remo.

Mantida a rodada, o Paysandu cumpriu com o previsto e se apresentou no Mangueirão, aqueceu e aguardou que a equipe de Cuiarana subisse ao gramado para disputar a partida. Mas eles não foram. Antes mesmo do parecer do TJD, o clube de Salinópolis, por meio de sua conta no Twitter, dava conta que seus jogadores não iriam à partida. O grupo de jogadores, que pernoitou em Belém, permaneceu no hotel aguardando instruções da direção do clube se deveriam voltar para Salinópolis, realizar treino em algum campo da cidade ou ir à partida.

O desfecho da triste história para os atletas do Santa Cruz não pode ser mais melancólico: foram liberados para dormir em suas residências e viajar de volta na madrugada, para se reapresentar ao clube na manhã seguinte.

Enquanto a delegação do Tigre se desfazia, no palco do espetáculo a única movimentação visível era da imprensa e dos jogadores do Paysandu em aquecimento. Quando o relógio apontou 20h30, o árbitro Benedito Pinto da Silva deu início ao que seria de fato a partida, mas na ausência do Santa Cruz, apenas cumpriu a obrigação de praxe e repassou as informação ao delegado da partida, Juarez Scotta, que determinou o veredicto.

“O árbitro completa os 30 minutos de tolerância e dá a partida por encerrada”, sentenciou Scotta. Dado o recado, veio a notificação final da arbitragem. “Devido ao não comparecimento da equipe no campo de jogo, no horário previsto, e após aguardar o período de tolerância, de 30 minutos, mais cinco de bom senso, não compareceu mesmo assim. Então dá-se a partida por encerrada e encaminha-se a súmula à Federação”, determinou Benedito Pinto da Silva.

Decisão deve render punições ao Tigre

A súmula da derrota por W.O para o Paysandu irá a julgamento no Tribunal de Justiça Desportiva e a equipe do Santa Cruz de Cuiarana pode sofrer novas punições.

Segundo o Regulamento Geral de Competições da Confederação Brasileira de Futebol, equipes que não comparecem a jogos oficiais ou abandonam competições podem ser punidas com multa de até 100 mil reais, perda dos pontos conquistados na fase em disputa – 10 pontos, o que rebaixaria automaticamente a equipe à primeira fase – e a punição mais severa, que é o afastamento de competições oficiais por um período de 2 anos.

Campeonato já teve outro caso de rebeldia

A história centenária do Campeonato Paraense conta com inúmeras ocorrências de W.O.

Uma das mais marcantes e decisivas ocorreu durante o Parazão de 1988, quando o Paysandu, após conquistar o segundo turno, se julgou vencedor da competição e se recusou a ir a campo para disputa do turno extra, um quadrangular com Remo, Tuna e Pinheirense.

O resultado foram 3 derrotas oficiais por W.O no quadrangular e a conquista do último título estadual da Tuna Luso Brasileira.

Santa quer ir até às últimas consequências

Com a decisão tomada de não ir ao estádio Mangueirão para cumprir o que a tabela, modificada pela Federação Paraense de Futebol na última segunda-feira, determinava, o presidente do Santa Cruz de Cuiarana, José Maia, realizou coletiva de imprensa enquanto o elenco se organizava para retornar a Cuiarana e promete brigar até o fim.

“Já esperávamos essa decisão do tribunal. Faz parte da armação contra o Santa Cruz, que começou desde a segunda-feira, quando o estádio Parque do Bacurau foi dado como inapto para receber jogos, logo após nosso time ter jogado lá”, disse o dirigente.

O presidente da agremiação afirma que seu clube vai lutar até as últimas consequências para buscar seus direitos. “Vamos buscar o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) e até mesmo a justiça comum, porque o que vimos aqui foi o Estatuto do Torcedor ser rasgado e um absolutamente desrespeito às regras da própria competição. Queremos que o campeonato seja paralisado e só seja retomado após a resolução dessa questão”, disse José.

De consolo, só o descanso

Ao vencer por WO, o Paysandu foi dado como vencedor pelo placar de 3 a 0, garantindo a classificação ao quadrangular do returno do Campeonato Paraense, com 15 pontos, mas a espera dos jogos complementares para definir a posição classificatória e adversário na semifinal. Para o time, o resultado, apesar do claro desrespeito para com os clubes participantes, se visto por um critério técnico, acabou bem-vindo.

“Eu acho que para o Paysandu é benéfico, já que nós estamos vindo de uma maratona de jogos muito grande e, hoje, com certeza, o desgaste seria muito devido à qualidade do adversário. Com isso a gente ganha tempo para recuperar os atletas, até mesmo pela parte muscular. Estávamos preocupados com as lesões, porque a sequência de jogos deixa o atleta com esse risco. E, com esse descanso, até o próximo jogo vamos ter uns 10 dias para enfatizar a parte técnica e tática”, disse o técnico Lecheva.

Já entre os jogadores, o inusitado foi o maior detalhe. “A gente só tem a lamentar, porque estávamos querendo ir para o jogo. Para o jogador não muda nada, vamos seguir a nossa programação e esperar pelo adversário, mas não esperava presenciar uma situação dessas. Espero que isso não ganhe outras proporções. Agora que o futebol do Pará estava fazendo as coisas certas, espero que isso não possa manchar o campeonato”, desabafou o atacante Iarley.

(Diário do Pará)

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