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PARÁ

Mulheres em campo: inteligência e poesia no jornalismo esportivo

Quem acompanhou a última edição da Copa do Mundo se deparou com Ana Thais Mattos opinando, comentando e dissertando sobre o futebol mundial. Com inteligência e conteúdo, a jornalista é uma militante nas redes sociais pela luta da mulher, principalmente no

Quem acompanhou a última edição da Copa do Mundo se deparou com Ana Thais Mattos opinando, comentando e dissertando sobre o futebol mundial. Com inteligência e conteúdo, a jornalista é uma militante nas redes sociais pela luta da mulher, principalmente no meio esportivo. Neste ano, ela vem com uma novidade na Copa do Mundo de Futebol Feminino: será comentarista nos jogos transmitidos pela TV aberta.

O caminho da jornalista até as últimas conquistas profissionais foi longo, e mesmo diante de tanto comprometimento, Ana Thais ainda precisa lidar com preconceito e machismo. Recentemente, o repórter do jornal ‘O Globo’, Venê Casagrande, foi demitido do veículo após um tuíte com ofensa direcionada a jornalista.

“Vai tomar no c*, sua piranha. Vive pagando de politicamente correta e agora quer criticar a crença alheia? Vai se f…”, era o comentário de Venê.

Muito antes disso, as redes sociais se uniram com o movimento #DeixaElaTrabalhar, que de forma inédita pediu respeito para que as mulheres em ambientes esportivos.

SYANNE NENO: UMA REFERÊNCIA EM UM MUNDO "MASCULINO"

No Pará, o ponta pé inicial das mulheres no jornalismo esporte foi Syanne Neno. Precursora nesse ambiente tido como masculino, ela precisou quebrar barreiras para conquistar espaço.

Atualmente, Syanne é referência no jornalismo esportivo, conquistou respeito no meio. Ela também tem suas escolhidas. "Fernanda Gentil, como jornalista, e Marta, como atleta, são as mulheres que tem a minha admiração", disse. Porém, a própria jornalista já recebeu elogios e admiração para causar inveja em muitos colegas de profissão, ao ser lembrada por um dos jornalistas esportivos mais renomados: Tino Marcos.

Syanne Neno foi quem de fato ganhou visibilidade no jornalismo esportivo. Ainda jovem, ela iniciou os seus primeiros passos como profissional, enchendo de poesia um ambiente tão "masculino", principalmente o do futebol. Superou barreiras e deu a esse mundo novo, do jornalismo esportivo, um ar mais doce e, ao mesmo tempo, forte e decidido.

(Foto: Bob Menezes)

“O machismo era um problema que nem passava pela minha cabeça quando decidi ser jornalista esportiva. Eu só queria escrever sobre o que alimentava minha inspiração. Na época em que comecei, eu chamei atenção não só pelo fato de ser uma mulher, estranha no ‘ninho’, mas por ser muito novinha e demonstrar aparência frágil. Tive que engolir muito sapo e batalhar muito para mostrar que a menininha assustada escrevia bem e sacava de futebol”, revela.

Ao se inserir nesse mundo, o respeito foi algo conquistado ao longo de anos. Informar e opinar são questões básicas de um bom jornalismo. Hoje, Syanne está além disso. “Felizmente, há muito tempo não sinto mais preconceito comigo em relação a isso. Até me mandam falar sobre futebol quando querem me xingar por causa de alguma divergência política: ‘Vai falar sobre futebol, porque nisso és boa...’”, explica.

“Sempre me posicionei, desde meu time do coração até na política. Sabia que correria riscos, mas não via porque esconder, por exemplo, o time que me fez amar o futebol. Acredito que o jornalista, enquanto cidadão, emissor de verdades, não tem porque omitir uma opinião para seu público. Um clube de futebol é o RG do jornalista esportivo. Para você fazer um bom texto, você precisa amar um time desde a infância. E acho fundamental o jornalista se posicionar, em qualquer aspecto. Diferente disso, você vira um contador de histórias”, acrescentou.

Acompanhe um pouco mais da entrevista com Syanne Neno:

P: Qual foi o momento mais difícil que passastes com o esporte e jornalismo?
R: Foi a primeira vez em que fui xingada veementemente por um grupo de torcedores, na Curuzu. Um jogador havia acabado de chegar como reforço e eu estava o entrevistando. Fiz a pergunta desastrada para o momento, já que estava perto do alambrado e um grupo de torcedores ouvia a entrevista: “ Como é que é vir de fora do país, em uma realidade tão diferente, para jogar em um time “ desconhecido” do Norte. Bastou um torcedor ouvir e reclamar para todos os outros se voltarem contra mim. Fui chamada de todas as ofensas possíveis. Tive uma crise de choro e fui atendida pelo departamento médico do Paysandu.

P: Como avalias a evolução do esporte e a da mulher como profissional?
R: Acho que houve muitos avanços e, principalmente, o mercado foi preenchido por mulheres que gostam de futebol de verdade. Isso faz toda a diferença.

P: Queria que falasses ainda sobre como enxergas o reconhecimento da mulher no futebol, com a Copa do Mudo feminina, uniforme da seleção feito para as mulheres e a transmissão dos jogos.
R: Isso é maravilhoso! Vai fazer o futebol feminino não ser mais visto com estranhamento pelo grande público.

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