Rodriguinho entrou e deixou o Remo com vantagem para o próximo clássico

Não está sendo fácil para o Paysandu em confrontos diretos diante do Clube do Remo, nesta temporada. Na tarde de ontem, em pleno Domingo de Páscoa, os azulinos “presentearam” os bicolores com um novo chocolate, dessa vez, com vitória por 2 a 1, no estádio Mangueirão, em Belém. O presente, no entanto, deve ter sido degustado de forma amarga, pois, além do Papão ter sofrido a sua terceira derrota seguida para o maior rival, conta exclusivamente com a vitória, no próximo domingo (8), para levantar a taça do Campeonato Paraense. O Leão, por sua vez, ratificou o bom momento em campo e joga pelo empate para chegar ao título da competição. Caso o Paysandu devolva o marcador, a decisão sairá nas penalidades máximas.

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Apesar de encaminhadas conforme os treinamentos da última semana, as duas equipes sofreram alterações na disputa do terceiro clássico Re-Pa do ano. Pelo lado alviceleste, as mudanças foram significativas. Dado Cavalcanti, além de ter reconfigurado o sistema tático, entrando em campo com três atacantes ao invés de três homens na linha da zaga, lançou Perema de volta ao time titular, assim como Danilo Pires na meia-cancha. No Leão, Givanildo Oliveira entrou com Jayme, recuperado de lesão, na vaga de Felipe Marques, para a composição da trinca ofensiva.

ESFORÇO

Mesmo com as mudanças, a sintonia de embate foi à mesma dos dois choques anteriores: esforço acima da técnica. Na tentativa de apagar as duas derrotas acumuladas, o Paysandu estava mais centrado em campo. Tomando a dianteira no ataque, o time criou as melhores oportunidades na etapa inicial. Walter, aos 2 minutos, após chute cruzado, assustou a defesa azulina. Logo em seguida, da ponta da área, Mike também arriscou. O Remo respondeu somente aos 11 minutos, em contra-ataque com Jayme, que chutou sem direção na meta bicolor. Com pouca criação, o Remo aparecia nos erros do rival. E foi assim que o time abriu o placar. Em falta cobrada por Mimica, Elielton, em leve trombada com Perema, fez o árbitro Raphael Clauss, de forma duvidosa, assinalar pênalti. Isac, sem piedade, guardou o penal no canto direito, aos 29. A vantagem, entretanto, não permitiu ao Leão o controle. O papão partiu para o abafa. E, em lance seguinte a escanteio, em nova marcação duvidosa, o árbitro marcou pênalti de Mimica sobre Perema. Cassiano, honrando a “passada”, empatou o duelo, aos 42.

No segundo tempo, os bicolores mantiveram a pegada. Partindo para cima, o Paysandu causou blitz no setor defensivo remista. Porém, pecou no último toque. Como alternativa, Dado Cavalcanti colocou William e Fábio Matos no lugar de Cassiano e Cáceres, respectivamente, em busca da ofensividade. Precisando de consistência e criação no miolo central, devido ao forte volume de jogo do adversário, Givanildo Oliveira lançou Fernandes e Rodriguinho, nas vagas de Felipe Recife e Adenilson. Com os minutos seguintes, as mexidas de Giva demonstraram ser mais cirúrgicas que as de Dado.

Em chegada despretensiosa, Rodriguinho, da intermediária, deu tapa na bola que parou apenas no ângulo esquerdo de Marcão, aos 33 minutos, deixando os azulinos novamente à frente do escore e, posteriormente, liquidando a fatura, garantindo a vantagem do Remo para a decisão, no domingo que vem.

Respeitar, mas não temer: É assim que Givanildo Oliveira quer o Remo para o segundo jogo da final do Estadual, diante do Paysandu

Givanildo Oliveira usa experiência profissional para conter eventual euforia antes do fim do próximo jogo (Foto: Fernando Araújo)

A estrela de Givanildo Oliveira em clássicos Re-Pa à frente do comando técnico do Clube do Remo tornou a brilhar. Na tarde de ontem, no estádio Mangueirão, em Belém, o treinador conquistou a sua sexta vitória, em oito partidas, no choque-Rei da Amazônia, como treinador do Leão. O triunfo garantiu a equipe a vantagem do empate para a grande decisão do Campeonato Paraense, no próximo domingo (8). Feliz nas mexidas que fez ao longo da partida, mesmo com pouco tempo de comando no time, Giva ratificou o domínio que adquiriu do grupo, ao ter administrado, à beira do gramado, os momentos adversos que o Leão sofreu no confronto.

Com um padrão tático e, principalmente, organização estabelecida entre os setores do time, o treinador afirma que esses fatores farão o Remo ir forte na direção do título, além da vantagem. Contudo, de antemão, o treinador disse que agora, a atenção deverá ser redobrada. “Não acabou. Futebol você tem que estar preparado para tudo. Sabemos que contamos com uma vantagem, porque nós jogamos por um empate e uma vitória, mas não pode, é atenção. Em três resultados que tem num jogo, nós jogamos por dois, mas é ter atenção e calma agora. Tem que ter o pé no chão, trabalhar durante a semana e respeitar. Digo respeitar, não temer, mas respeitar o adversário”, explicou.

POSTURA

Sobre a segunda vitória conquistada diante do rival sob o seu comando, Givanildo Oliveira aproveitou para analisar o desempenho do seu time.

Destacando os momentos de pressão, porém, o técnico citou a postura da equipe. “Olha só: foi um jogo forte, disputado. É clássico. Enfrentamos um time forte, não qualquer um. Mas nós aproveitamos as chances e saímos vencedores. É trabalhar com calma para melhorar, temos uma semana para isso e vamos fazer o time ficar pronto para a decisão”, disse.

(Matheus Miranda/Diário do Pará)