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ANÁLISE

Messi perdeu batalha contra o Barcelona, mas já ganhou a guerra

Messi desejava ir embora, mas ele teve de mudar de ideia.

Imagem ilustrativa da notícia Messi perdeu
batalha contra o Barcelona, mas já ganhou a guerra camera Reprodução/Facebook

Ao enviar um documento eletrônico ao Barcelona e manifestar o seu desejo de sair do clube, Lionel Messi tentou tomar as rédeas do próprio destino. Dez dias depois, o atacante se viu obrigado a mudar de ideia e anunciou que ficará no clube espanhol por mais uma temporada.

A diretoria catalã argumentou que o prazo da cláusula contratual que o permitiria trocar de equipe de graça havia expirado. Para negociá-lo, seria necessário o pagamento da multa rescisória de 700 milhões de euros (R$ 4,3 bilhões). O argentino aceitou dar um passo atrás e evitar uma disputa judicial, mas a partir de agora o tempo é seu aliado dentro e fora de campo.

"Há um treinador novo e uma ideia nova. Isso é bom, mas depois tem de ver como responde a equipe e se nós vamos competir ou não. O que eu posso dizer é que fico e vou dar o máximo", disse ele em entrevista ao portal Goal.com nesta sexta (4).

Messi também afirmou que há tempos o Barcelona não tem um projeto, apela a malabarismos e tapa buracos quando estes aparecem.

Ao prometer ser o mesmo de sempre e culpar a diretoria pela falta de planejamento, ele coloca a faca no peito do presidente Josep Maria Bartomeu e do técnico holandês Ronald Koeman, recém-chegado.

Quando fala em projeto, Lionel Messi, 33, não se refere a médio ou longo prazo. Não se trata de renovar o elenco para ser campeão europeu daqui a três anos. Ele quer vencer agora.

Em suas declarações calculadas (o que não significa serem falsas), o jogador eleito seis vezes o melhor do mundo diz todas as coisas certas.

Ele ama o Barcelona, se sentiu magoado ao ver seu barcelonismo questionado, nunca viu dinheiro como problema e vai dar o máximo pela camisa blaugrana pelos 10 meses que restam do seu contrato. Coloca-se como torcedor, não como o maior jogador da história da equipe. Se der errado, a culpa não será sua e ninguém poderá reclamar caso a vontade de sair persista.

Longe das quatro linhas, a bola também está com Messi. Ele pode influir de forma decisiva na próxima eleição presidencial do Barcelona, em março de 2021.

Não precisa fazer campanha para ninguém. Se ficar em silêncio, inabalável no desejo de trocar de time, todos vão apontar o dedo para Bartomeu. O atacante pode sozinho derrubar o grupo político do seu desafeto, presidente que é herdeiro político de Josep Luiz Nuñez, mandatário que ficou 22 anos no poder e é lembrado, entre outras coisas, por ter defenestrado o ídolo Johan Cruyff do Camp Nou.

Embora Messi diga não ser preponderante, a questão financeira passa a lhe ser ainda mais favorável. Por mais uma temporada, receberá seu salário de 100 milhões de euros (R$ 624,5 milhões na cotação atual). A partir de janeiro, poderá assinar um pré-contrato com qualquer clube, sem o Barcelona ter direito a nada. Isso maximizaria o seu poder de negociação, não apenas nos vencimentos, mas principalmente nas luvas.

Caso o desfecho seja esse, ninguém poderá dizer que o camisa 10 abandonou o time no meio do acordo.

E sempre existe a possibilidade de dar certo. Com a volta de Philippe Coutinho, alguns reforços (não se descarta nem a permanência de Luis Suárez, seu grande amigo e já descartado por Koeman) e o novo trabalho do técnico holandês, é possível que tudo se encaixe.

Se o Barcelona ganhar tudo e Messi renovar mais uma vez o seu vínculo, dessa vez para encerrar a carreira no "clube de sua vida", como disse ao anunciar a permanência, a constatação seria que ele esteve certo desde o início em suas demandas e reclamações.

O camisa 10 seria, como sempre foi com o uniforme azul e grená, o filho preferido de La Masia, a academia de futebol da agremiação.

Pode até parecer que Messi perdeu a batalha nesta sexta. Mas a guerra ele já ganhou.

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