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Paraense conquista sua segunda Champions e é pré-convocados da seleção brasileira

No dia 12 de junho, a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) divulgou a pré-convocação da seleção brasileira masculina para fases de treinamento, no interior de São Paulo, visando os Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, que começam no dia 26 de julh

Imagem ilustrativa da notícia Paraense conquista sua segunda Champions e é pré-convocados da seleção brasileira

No dia 12 de junho, a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) divulgou a pré-convocação da seleção brasileira masculina para fases de treinamento, no interior de São Paulo, visando os Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, que começam no dia 26 de julho. Dos 21 chamados pelos treinadores Washington Nunes e Hélio Justino, 15 deles jogam em clubes europeus. Depois de um período de treinos em Taubaté (SP) e alguns cortes, 14 irão para a capital peruana.

Entre os pré-convocados, o paraense Rogério Moraes Ferreira, de 25 anos, não se destaca apenas pelos 2,03m e 130 quilos, mas também porque o pivô é o único bicampeão da Champions League do esporte, principal competição interclubes de handebol no mundo.

Natural de Abaetetuba, Rogério é um dos principais nomes dos esportes coletivos no mundo, embora em seu país ainda consiga passar desapercebido – dentro do que isso seja possível para alguém de seu tamanho. Após a segunda conquista na Champions, com direito a seis gols na final, ele agora se prepara para outros voos. Ele sai da cidade de Escópia, capital da Macedônia, para viver na cidade húngara de Veszprém, deixando o bicampeão Varda para defender o Telekom Veszprém.

De Abaetetuba para ser um dos melhores atletas de sua modalidade, Rogério cresceu profissionalmente e pessoalmente na Europa. Lá, se tornou uma referência e começou sua família. Ele está junto há três anos com sua esposa, Kerstin, que conheceu quando jogava na Alemanha. Indo para quinta temporada no Velho Mundo, Rogério reconhece que ao parar de jogar, quando isso acontecer, terá de escolher entre suas duas realidades: se volta a Abaetetuba ou se permanece na Europa. Mas, como ele mesmo diz, ainda deve demorar para deixar as quadras. Por enquanto, prefere pensar em novas conquistas e quebras de recorde, em especial com a seleção brasileira.

Na entrevista abaixo, ele fala sobre o começo de carreira, a vida na Europa e a busca por novos desafios. Confira.

Conta um pouco da tua trajetória até chegar aos maiores clubes da Europa?

Comecei no Palmeiras COCP (time em parceria com o Corpo de Bombeiros), de Abaetetuba. Jogava o campeonato paraense de base, depois fui para a Esmac e lá passei um ano. Depois fui a Recife (PE), onde defendi o Clube Português, quando passei a receber uma bolsa e tinha casa alugada. De lá, fui para a Europa, quando já estava na seleção brasileira de base. Fui para o THW Kiel, que é o maior clube de handebol da Alemanha e um dos maiores da Europa. Passei um ano lá e depois segui para o Vardar.

E como foi para chegar ao handebol?

Sempre fui muito alto para minha idade, desde criança. Até os 14 anos era também bastante gordo. Depois comecei a praticar esporte e parece que estiquei mais ainda. Eu jogava futsal, futebol de campo, era goleiro e até bom, mas depois que conheci o handebol eu escolhi esse esporte até para jogar mais, ter mais tempo de quadra. Era uma época que queria só ficar brincando. Depois as coisas foram ficando sérias e os treinos mais fortes.

O RK Vardar nunca havia conquistado a Champions. Como foi esse trabalho feito para duas conquistas em três anos?

Foi um trabalho a longo prazo. É um projeto de sete a oito anos, mas sempre chegava perto sem lutar pelo título. Em 2017, eu cheguei lá com mais alguns jogadores e conquistamos a primeira Champions. Foram três anos muito bons, com duas conquistas e agora estou me mudando. Agora vou para o Veszprém, clube que derrotei na final. Antes do jogo o presidente de lá até brincou dizendo que não deveria acabar com o jogo, mas não teve jeito.

O que você pode dizer sobre teu novo clube, o Telekom Veszprém?

É um clube que que esteve em quatro finais e perdeu todas. É uma obsessão conquistar a Champions e penso nisso, sim. Fui o primeiro brasileiro campeão e também a ser bicampeão. O clube conquistou muitos atletas e espero chegar a mais conquistas.

Quando você foi para seu primeiro time na Europa, na Alemanha, quais foram as dificuldades encontradas? Idioma, culinária, novos costumes?

Senti dificuldades em tudo. Clima, idioma, tudo. Aos poucos fui me comunicando primeiro com alguns espanhóis que tinham no clube, depois fiz aulas de alemão. Foi um bom período e também conheci minha futura esposa, que fala português. Na Macedônia foi mais um período de adaptação, mas foi mais tranquilo, estava mais preparado. Já conseguia falar inglês e foi bem mais tranquila a adaptação.

O handebol é um esporte muito forte na Europa. Você tinha essa noção de grandeza quando foi para lá?

Não tinha noção do que me esperava. O meu empresário me perguntou se sabia para onde estava indo, mas não sabia. Ele teve que me explicar tudo e fiquei muito surpreso. Quando cheguei, fui muito bem recebido, como se fosse um jogador de futebol aqui. A estrutura é maravilhosa e minha única preocupação foi me focar no esporte, nos treinamentos.

Rogério defendia o Varda, da Macedônia, e agora está de mudança para o Veszprém, da Hungria. O atleta paraense vai para a sua quinta temporada na Europa. (Fotos: Arquivo Pessoal)

E como foi esse choque de realidade e profissionalismo na Europa?

A exigência, a qualidade, é tudo muito maior que no Brasil. As ligas são muito fortes, ao contrário daqui no Brasil, onde não há apoio e patrocínio. Na Europa a concorrência é muito forte, a exigência física é enorme. Hoje, muitos jogadores de ponta do Brasil estão jogando na Europa.

As seleções brasileiras tiveram um crescimento muito grande nos últimos anos, inclusive com a feminina conquistando um mundial. O que você projeta para a masculina?

A seleção feminina já está nesse patamar, foi campeã em 2013 e joga de igual para igual com qualquer um. Isso começa a ser feito com a seleção masculina, com quase todo mundo jogando na Europa. Estamos em busca desse desenvolvimento. Esse ano chegamos em nono no Mundial, a melhor colocação da nossa história. A cada ano estamos melhores. Nossa geração atual é muito boa. A evolução está sendo muito boa e espero que dentro de, no máximo, cinco anos, vamos estar jogando de igual para igual com qualquer um.

Você projeta seu futuro na Europa ou pensa em voltar a morar no Brasil?

Não sei do futuro. Em teoria, penso em me manter na Europa, conquistar mais títulos. Quero quebrar recordes. Depois, não sei. Hoje, penso em voltar e morar em Belém ou em Abaetetuba. Mas tenho primeiro que pensar no presente e esperar o que o futuro nos reserva.

(Tyçon Maués/Diário do Pará)

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