O empate em 0 a 0 entre Clube do Remo e Imperatriz-MA custou
a liderança azulina no seu chaveamento na Série C e a campanha de 100% de
aproveitamento pelo Nacional, embora o time ainda esteja em dia com a
invencibilidade. A partida, no estádio Frei Epifânio D’Abadia, pelo
encerramento da terceira rodada, igualou a pontuação do Leão Azul com o Santa
Cruz, ambos com sete pontos na tabela, mas com o Coral na vantagem pelo saldo
de gols e, agora, líder.
Com um ligeiro favoritismo baseado no seu retrospecto positivo,
em contraste ao retorno delicado da equipe maranhense pós-quarentena, não foi
imposto nas quatro linhas em virtude de um desempenho ruim remista, com o
desperdício de dois pontos importantes.
O Leão teve duas boas chegadas na etapa inicial, com a primeira
logo no primeiro minuto em testada de Eduardo Ramos para fora após cruzamento
de Dudu Mandai, e uma ‘pedrada’ de Tcharlles aos 24 minutos, esta defendida em
belo lance do goleiro Henal. Os visitantes, por sua vez, buscavam o
contra-ataque na marra como forma de levar perigo ao gol do rival.
O Cavalo de Aço ocupava o setor defensivo azulino, só que
sem objetividade. Os mandantes apostaram nos cruzamentos e, no meio da
‘chuveirada’, a mais perigosa veio com Anderson Cavalo, aos 18, parada por
Vinícius. Lorran, Nonato e Daniel Peixoto apostaram nos chutes de fora da área,
mas sem êxito.
A falta de produtividade de ambas as equipes na etapa final
repetiu a tônica do primeiro tempo, mas desta vez com as duas redes balançadas,
em lances anulados pela arbitragem - Ramon pelo lado do Colorado e Eduardo
Ramos pelo Leão. A situação pelo Remo clareou depois que Mazola Júnior sacou
dois volantes, Djalma e Júlio Rusch, para a entrada de Carlos Alberto e
Robinho, respectivamente. A entrada dos atletas fez o time crescer
ofensivamente, que, até então contava somente com a presença perigosa de
Tcharlles.
A principal chance do Remo veio com Eduardo Ramos em chute
no ângulo, defendido por Henal. Antes, em passe do camisa 10, Tcharlles teve o
toque atrapalhado pela irregularidade do gramado ao perder o domínio na frente
do goleiro. Na sequência do duelo imperou a ausência de efetividade e qualidade
nos dois toques finais, o que fez com que a partida terminasse com um empate
sem gols.
E MAIS...
Para o lateral-esquerdo do Leão, Dudu Mandai, a ausência de
capricho no toque final comprometeu o resultado do jogo de ontem, contra o
Imperatriz. “Acredito que a gente fez um grande jogo defensivamente, faltou na
nossa criação, no nosso último passe. A gente vem evoluindo na parte ofensiva
dia a dia, mas faltou (cuidado) no último passe”, acredita.
O jogador, contudo, enfatizou que o ponto conquistado fora
de casa também é para comemorar. “Nós conseguimos superar as partes negativas.
Não levamos gol e isso é muito importante. É acertar os erros, voltar e
corrigir”, disse.
A respeito da irregularidade no gramado, fator detonado pelo técnico Mazola Júnior (leia ao lado), o jogador Dudu Mandai não se esquivou. “Acredito que afetou sim. O nosso time é muito técnico, de qualidade e o gramado muito irregular atrapalhou na criação. Mas não acho que isso foi um fato que não fez a gente ganhar a partida. Temos que corrigir os erros”, pontuou.
Veja os melhores momentos de Imperatriz-MA X Remo pela Terceirona
Mazola valoriza ponto
fora, mas detona gramado
Nada de equipe recuada e foco no contra-ataque. Na visão do
técnico do Clube do Remo, Mazola Júnior, o principal entrave que o seu time
encontrou em direção à vitória, que iria assegurar a liderança isolada ao Remo
Azul caso fosse conquistada, foi a condição do gramado do estádio Frei Epifânio
D’Abadia. Na etapa final, um montinho, inclusive, desestabilizou um lance de
cara para o gol do atacante Tcharlles.
Tal situação na passou batida pelo comandante remista. “A
principal dificuldade foi o gramado. Inaceitável, inadmissível. O gramado aqui
horroroso, crateras dentro do campo. Um perigo para a integridade dos atletas,
da arbitragem. A gente contestou, alertou, mas não tomaram providência. Não se
pode jogar futebol profissional em dois gramados em que jogamos, em Jacuípe e
aqui”, criticou.
Com três e únicas boas chances de gol no decorrer do
confronto, duas delas com Eduardo Ramos e outra com Tcharlles, Mazola Júnior
também reconheceu o papel decisivo do goleiro Henal no duelo, ao crescer e
fechar a meta na hora certa. “Foi muito mais mérito do Henal do que demérito
dos nossos atacantes. Ele faz duas defesas soberbas que evitaram uma derrota do
Imperatriz”, visualiza.
Sobre o time ter perdido dois pontos ou somado um, Mazola Júnior preferiu ficar com o lado otimista. “Somar ponto fora de é sempre importante. Não vamos esquecer que fizemos uma semifinal desgastante e uma viagem desgastante. Acho que no fim acaba sendo um ponto conquistado fora de casa, que é sempre difícil. Temos certeza de que estamos no caminho certo”, analisou.
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