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TUDO PARADO

Mundo peladeiro também sofre com a pandeia e isolamento social

Não é somente o atleta profissional de futebol que tem sofrido com a paralisação do calendário oficial em virtude da pandemia do novo coronavírus. Na Região Metropolitana de Belém, nas mais diversas ruas espalhadas pelos inúmeros bairros da cidade, os jog

Imagem ilustrativa da notícia Mundo peladeiro também sofre com a pandeia e isolamento social camera Allan optou por cancelar o campeonato TMJ para evitar o risco de contágio dos peladeiros | Divulgação

Não é somente o atleta profissional de futebol que tem sofrido com a paralisação do calendário oficial em virtude da pandemia do novo coronavírus. Na Região Metropolitana de Belém, nas mais diversas ruas espalhadas pelos inúmeros bairros da cidade, os jogadores de futebol das sagradas peladas de finais de semana também sentem a ausência de competições amadoras que geralmente são recheadas de resenha, encontro com os amigos e a ‘breja’ sagrada pós-bola, tudo agora suspenso pelo necessário distanciamento social.

Mais de cinco mil ‘profissionais’ do mundo peladeiro de apenas três ligas estão parados sem a chance de vencer uma partida contra o amigo e ‘lançar uma braba’ na tradicional roda de conversa. Com a gravidade da Covid-19, ao menos 800 jogadores de 40 times não devem mais defender as cores de times representantes de bairros este ano. Isso porque o Campeonato Paraense de futebol pelada TMJ, por exemplo, optou em cancelar a atual edição como medida preventiva.

“Resolvi cancelar porque fica muito arriscado. Não quero ficar com o peso na consciência de acontecer algum tipo de contaminação dos jogadores. Mesmo depois de tudo passar, ainda teria muitos se arriscando e foi melhor cancelar e voltar ano que vem. Todos os presidentes aceitaram”, explicou o coordenador-geral do torneio, Allan Salimos, ao destacar que o TMJ conta com 40 times espalhados em Belém, Ananindeua, Marituba, Santa Barbara, Acará e Vigia de Nazaré.

Ciente da importância do resguardo nesse momento, o estudante de arquitetura Ronaldo Castro, que reveza entre equipes dos bairros da Sacramenta e Telegrafo, comentou que a ausência da bola tem sido uma verdadeira tortura para quem “costumava dar show” ao menos quatro vezes por semana, segundo o próprio. “Ficar sem o futebol na televisão já é difícil, agora ficar sem salvar o teu time em campo é pior ainda. A bola é sagrada quase todo dia e com essa pandemia perdemos um entretenimento importante”.

INDEFINIDO

Com as atividades suspensas há dois meses, o Campeonato Metropolitano Máster de futebol pelada segue com o seu futuro indefinido, conforme os responsáveis. A tendência é que o torneio retorne com os jogos na medida em que se consiga o controle da Covid-19. Com mais de 150 equipes que fazem parte da competição, o Máster da pelada também entrou na corrente da conscientização.

“Com a pandemia, todos os jogos estão parados. Só irá voltar quando normalizar. O momento é de ficar em casa e se cuidar que logo as coisas irão voltar ao normal”, disse um dos organizadores do grupo, Augusto Daniel.

Jejum de partidas dói, mas é preciso

Nesta data, há 34 anos, era fundado um dos times mais temidos e respeitados no meio da boleiragem local: o Amigos Trabalhista Máster, da Cidade Nova II, de Ananindeua. Com a data celebrada, no entanto, os craques da pelada nem irão poder comemorar o aniversário da agremiação com um bom amistoso seguido de churrasco e resenha, já que o momento é de isolamento social.

Jorge Pimentel é só orgulho da história do Amigos Trabalhista Máster; e Louro Benfica cuida da parte física para voltar aos trabalhos em breve
📷 Jorge Pimentel é só orgulho da história do Amigos Trabalhista Máster; e Louro Benfica cuida da parte física para voltar aos trabalhos em breve |Divulgação

Mas, para Jorge Roberto Pimentel, que ocupa a presidência da equipe ao lado de Felix do Carmo, mais um ano do time é motivo de satisfação, mesmo sem partidas. “Eu tenho muito orgulho de representar esse time. Estamos completando 34 anos com muita felicidade”, disse o “presida”, ao destacar que essa é a primeira vez que ficou tanto tempo sem rolar o caroço com o Trabalhista Máster. “Nunca passei tanto tempo, uma parada tão extensa como essa no nosso futebol. Ainda temos dois jogadores da fundação, da velha guarda mesmo, que também nunca ficaram tanto tempo sem jogar e defender o time”, disse.

Jorge, por sua vez entende que a parada é essencial. “É algo importante para a nossa saúde, para a saúde da nossa família em ter de evitar aglomeração para não alastrar esse vírus”, frisou.

Para o camisa 10 da equipe, Louro Benfica, a falta de levar o time ao campo é tremenda. Mas o peladeiro garante que tem se cuidado para manter o ritmo e, quando possível, honrar a equipe na volta do calendário. “Estou me preparando para a volta do Trabalhista. Fiz uma preparação ainda no começo da pandemia e agora cuido da parte física para soltar a musculatura. O que posso dizer é que estou com muita saudade de voltar a jogar, mas temos que pensar na saúde”, disse o boleiro.

LIGA DO TENONÉ NÃO DEVE SER CANCELADA

CBF? Uefa? Nada disso! A Liga do Tenoné, responsável por organizar e montar diversas competições de futebol é uma das que mais tiveram trabalho para manter a ordem desde a paralisação no futebol amador. Dentre elas, o Campeonato Livre, que conta com 15 equipes; o Máster sub-40 com oito times; a Copa Feminina Areia, com nove equipes e a Copa Society masculina, com 17 agremiações.

Romulo Venancio
📷 Romulo Venancio |Divulgação

Para o responsável da Liga do Tenoné, Romulo Venancio, todos os torneios seguem pausados e com chance de serem cancelados, a depender da situação que envolve a pandemia do novo coronavírus. “Estamos aguardando essa fase passar. Porém, se até o mês de agosto não voltar o futebol pelada, iremos tomar outras medidas em comum acordo com todos os clubes, que pode ser o cancelamento ou adiar ainda mais as competições”, ponderou.

Enquanto isso, quem aguarda o retorno dos torneios amadores ou qualquer ‘travinha’ para voltar a jogar, tem de exercitar a paciência. “Não tem para onde correr. É ficar quieto e esperar tudo isso passar para voltar a jogar bola”, disse Gabriel Souza, que regularmente bate a pelada aos finais de semana.

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