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ENTREVISTA

Quadrado viralizou nas redes sociais e chamou a atenção de outros clubes

Na última segunda-feira (20), na estreia do Paysandu no Campeonato Paraense, o grande destaque bicolor na vitória de 3 a 1 foi o volante Caíque Oliveira. Autor de dois gols, ele se reencontrou com a Fiel depois do fatídico pênalti perdido na decisão da Co

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Imagem ilustrativa da notícia Quadrado viralizou nas redes sociais e chamou a atenção de outros clubes camera Wagner Santana/Diário do Pará

Na última segunda-feira (20), na estreia do Paysandu no Campeonato Paraense, o grande destaque bicolor na vitória de 3 a 1 foi o volante Caíque Oliveira. Autor de dois gols, ele se reencontrou com a Fiel depois do fatídico pênalti perdido na decisão da Copa Verde. Mas, o jogo teve outro personagem que acabou tendo mais relevância. O atacante Igor Quadrado, do Itupiranga, fez um gol – um golaço, por sinal -, fez outro que foi indevidamente anulado e deu muito trabalho à defesa bicolor. De lá, ele saiu para uma visibilidade que, admite, até o assusta.

Natural de Marabá, Igor Silva Cardoso passava despercebido com seus 1m62 e 24 anos, jogando basicamente no futebol amador. Mesmo tendo destaque na várzea, as chances entre os profissionais eram raras. Com passagens breves e sem brilho pelo Águia e pelo Colinas-TO, ele ainda teve que amargar situações como o teste em que foi fazer no Atlético Paraense, onde foi observado como lateral-direito.

Na criação do Itupiranga, um dos organizadores do Crocodilo era Naby Assen Aidar, dono do time amador onde Quadrado jogava, daí o convite para a nova empreitada. Mesmo no caçula do futebol paraense as chances eram poucas. Elas, de fato, só foram aparecer na reta final da Segundinha, quando o titular da posição se machucou.

Na primeira divisão, os dribles em direção ao gol renderam muitos elogios a ele, que de uma hora para outra viu o nome ser especulado na Curuzu e no Baenão. “Isso chega a assustar”, admite o jogador.

Com a situação, o contrato dele que ia até maio foi renovado até o fim do ano, tudo para tentar garantir um bom dinheiro numa possível negociação. O que pode ser um tiro no pé do clube, caso não haja negociação e os salários tenham que ser pagos mesmo sem calendário para o restante do ano.

Natural de Marabá, Quadrado admite que ficou um pouco assustado com a repercussão em torno do gol que marcou contra o Paysandu.
📷 Natural de Marabá, Quadrado admite que ficou um pouco assustado com a repercussão em torno do gol que marcou contra o Paysandu. |Wagner Santana/Diário do Pará

ORIGEM DO APELIDO

O apelido é uma referência a Juan Guillermo Cuadrado, jogador da seleção colombiana e que defende a Juventus de Turim, tudo por conta do corte de cabelo. A semana depois da estreia foi cheia, com entrevistas a quase todos os meios de comunicação que lidam com esporte, memes com as camisas de Papão e Leão e propostas de outros clubes. Ele garante que, apesar de um pouco assustado com o assédio, se mantém focado em busca de mais oportunidades. A seguir, a entrevista que o atacante deu ao caderno Bola.

P Conte um pouco da tua trajetória até aqui. Do futebol amador até parar no Itupiranga?

R A questão é que as oportunidades eram poucas. Eu jogava basicamente no amador. Tive uma experiência no Águia e em Tocantins, mas jogava mais no futebol amador na região de Marabá, Curionópolis. Felizmente eu consegui certo destaque, cheguei a ser considerado jogador revelação. Por isso o (João) Galvão, técnico do Águia, me convidou para ir pro clube. Mas, nessa época eu só estudava e jogava futebol amador. Era assim que eu me mantinha. A oportunidade de ir pra Itupiranga foi com o Naby, eu jogava em alguns clubes amadores de Marabá. Ele me falou do projeto do Itupiranga e, como me conhecia de outros times locais, me convidou e hoje estou aqui.

P Diante de tantas dificuldades, chegaste a pensar em seguir outra carreira?

R Em vários momentos eu pensei em parar de jogar e ficar só trabalhando. Há uns três anos eu larguei o futebol, estava com a minha esposa em Canaã dos Carajás. Infelizmente, o projeto onde ela ia trabalhar acabou não acontecendo e nós ficamos uns sete meses por lá, onde eu tive que nos sustentar somente com o que ganhava no futebol pelada. Nós voltamos para o Marabá e eu entrei em um clube amador, o MAC. Fiquei parado um tempo até encontrar o Naby novamente, que me convidou para o projeto do Itupiranga. Fomos muito bem na Segundinha, conseguimos o título. Nesse tempo cheguei até a pensar em sair, pois não era titular. O Tiago Mandi se machucou e eu passei a jogar mais e me destaquei. No fim, pude ajudar bastante o Itupiranga no acesso.

P Depois do gol e da boa atuação do Paysandu tu ganhastes as manchetes, fostes procurados por outros clubes. Como foi para ti a repercussão desse dia?

R Tudo tem sido muito surpreendente pra mim nesses últimos dias, chega até a assustar. Foi apenas um jogo. Acho que na segunda divisão também tive atuações melhores, só que ninguém viu não, não tem a mesma visibilidade. O jogo contra o Paysandu todo mundo viu, todo mundo comentou e por isso teve essa repercussão toda. O Paysandu tem uma camisa de peso, muita história no futebol brasileiro. Quando você consegue uma boa atuação contra um time como esse, as pessoas reparam. Eu fiquei muito feliz em ter feito essa boa partida e em chamar atenção.

P Como assim assusta?

R Assusta um pouco porque hoje tudo é muito rápido. Depois do jogo, na mesma noite, fui olhar na internet e tinha tanta piada, tanta zoeira e tantos memes, que mal acreditei que era pra mim. Isso é incomum pra mim, é novidade.

P Tem algum jogador mais experiente, ou dirigente, que tenha conversado contigo depois de tanta exposição?

R De uma hora pra outra muita coisa aconteceu. E, nesses momentos, é muito bom ter ajuda de jogadores mais experientes. O (zagueiro) Charles é um exemplo, ele sempre procura conversar com a gente, passar a experiência dele. O próprio Wando, nosso treinador, também é umcara que tem muita vivência no futebol e me aconselha. Diz pra ter calma, paciência pra saber passar por tudo que está acontecendo. Então eu procuro escutar a eles, observar o que está acontecendo um pouco de longe e ficar só jogando futebol.

P O atacante Michael, do Flamengo-RJ, jogava futebol amador até se transferir para o Goiás-GO e ser a revelação do Brasileirão do ano passado. Tu te enxergas nessa história?

R Tenho sonhos mais altos. Desde criança sonho em um dia estar em clubes grandes de grandes centros. E, a carreira do Michael me incentiva muito. Isso me serve de inspiração. Antes do jogo contra o Paysandu eu estava vendo a história dele, a trajetória da carreira, tudo o que aconteceu com ele até chegar no Flamengo. É uma história muito bonita e não é tão incomum assim. Tem muito jogador bom que está na várzea, no futebol pelada, amador, que são muito bons. São pessoas que precisam de oportunidades e estão perdidas por aí, esperando que alguém que as encontre. Eu tive sorte eu tive alguém que me viu jogar e me deu oportunidade, agora depende de mim corresponder em campo.

P A partir do jogo com o Paysandu tu deves ser mais visado em campo. Como fugir das marcações?

R Quem entende de futebol sabe quando o jogador é diferente no toque de bola. Minha característica é essa, de driblar e ir pra cima em velocidade. Se não conseguir fazer isso, independentemente da marcação, é porque eu não estou em um bom momento. Eu tenho que fazer minha parte. Eu peço a Deus somente que me dê saúde, que do resto eu vou pra cima.

P De onde surgiu esse apelido, essa comparação com o colombiano Juan Cuadrado?

R Essa história de Quadrado começou no Águia, em 2016. Estava já há dois anos com o cabelo grande e o pessoal de lá começou a me chamar assim. Engraçado que o elenco tinha o Di Maria e o Quadrado ao mesmo tempo. O apelido acabou pegando de 2016 até agora. No começo até me incomodava um pouco, mas hoje em dia não. É que muita gente relaciona quadrado a pessoa que não sabe fazer nada, com pensamento curto, faz piadinhas de não saber se virar. Felizmente, já provei que eu sei me virar bem.

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