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Saudade e sonhos interrompidos: 3 anos da tragédia que vitimou o paraense Lucas Gomes, da Chapecoense

Arena Condá, Chapecó (SC), 23 de novembro de 2016. Após a vitória por 1 a 0 na Argentina, com gol de Ananias, o empate em 0 a 0 diante do San Lorenzo credenciou a Chapecoense para a final da Copa Sul Americana daquele ano.Veja imagens da trajetória de Luc

Imagem ilustrativa da notícia Saudade e sonhos interrompidos: 3 anos da tragédia que vitimou o paraense Lucas Gomes, da Chapecoense camera DOL

Arena Condá, Chapecó (SC), 23 de novembro de 2016. Após a vitória por 1 a 0 na Argentina, com gol de Ananias, o empate em 0 a 0 diante do San Lorenzo credenciou a Chapecoense para a final da Copa Sul Americana daquele ano.

Veja imagens da trajetória de Lucas Gomes

Na partida decisiva, que seria a última em casa de um time que entraria fatidicamente para a história, aos 20 minutos do segundo tempo, o paraense Lucas Gomes, entrou em campo e participou de jogadas dignas de um clube pronto para levantar a taça.

Aos 26 anos, Lucas já carregava no seu currículo passagens pelo Bragantino-PA, São Raimundo-PA, Trem-AP, Castanhal-PA, Ananindeua-PA, Londrina, Sampaio Corrêa, Tuna Luso, Icasa e Fluminense.

Em um dos lances, Lucas Gomes recebeu passe no lado direito da área e bateu cruzado com força. Torrico, goleiro adversário, fez milagre.

No último lance da partida, Danilo fez milagre após defender com o pé direito um chute quase fatal após cobrança de falta perto da grande área. Um dos mais efusivos na comemoração foi Jakson Follmann, goleiro reserva. A Chape fazia história e se garantia para a sua primeira final internacional. No entanto, ela nunca aconteceria.

A Chapecoense enfrentaria o Atlético Nacional no dia 30 de novembro, às 22h45 (horário de Brasília), no estádio Atanasio Girardot, Medellín. Contudo, na noite de 28 de novembro de 2016 às 21h58, no horário local da Colômbia (00h58 no Brasil), o avião que levava a delegação do clube para Medellín, caiu a poucos quilômetros da cidade onde iria pousar. No avião estavam 77 pessoas: 6 ficaram feridas e sobreviveram. 71 morreram na hora. Entre elas, o paraense Lucas Gomes.

Começava o drama de um clube, uma cidade, um país. O mundo parou para acompanhar a tragédia.

Saudade e sonhos interrompidos: 3 anos da tragédia que vitimou o paraense Lucas Gomes, da Chapecoense
📷 |Divulgação/Chapecoense

Três anos depois do fatídico dia ainda não se tem o “culpado” pelo acidente. No início deste mês, foi criada pelo Senado uma CPI para investigar demora no pagamento de indenização das famílias dos jogadores, diretores e jornalistas que estavam na aeronave, que pertencia à empresa boliviana LaMia.

Entre a dor deste três anos, seguros e brigas jurídicas, as famílias das vítimas ainda lutam na justiça nacional e internacional para receber alguns valores de indenização, que obviamente não aplacarão nunca a dor de tamanhas perdas.

Roma, ídolo do Flamengo no início da década de 2000, agente do Lucas Gomes, conheceu o atleta em meio aos jogos do interior. Eles foram companheiros nos gramados e fora dele. Foram anos de parceria profissional e pessoal.

“Ele não desistia fácil”, relembra Roma ao falar de Lucas. Os dois foram companheiros de clube, quando atuaram no Bragantino em 2011.

A conversa com Lucas antes do embarque ainda é lembrada pelo ex-atleta, que prefere relembrar dos bons momentos ao lado do jovem bragantino.

Roma trabalhou com Lucas dentro e fora de campo.
📷 Roma trabalhou com Lucas dentro e fora de campo. |Arquivo Pessoal
Saudade e sonhos interrompidos: 3 anos da tragédia que vitimou o paraense Lucas Gomes, da Chapecoense
📷 |Arquivo Pessoal

Quem também precisou lidar com dias de tristeza profunda, apesar de tantas alegrias vividas, foi David Merabet, advogado de Lucas e de sua família. O advogado acompanhou Lucas Gomes na sua chegada aos clubes, como Sampaio Corrêa-MA, Fluminense e Chapecoense, sendo responsável por representá-lo desde seus primeiros grandes passos no futebol.

Lucas Gomes e David Merabet
📷 Lucas Gomes e David Merabet |Arquivo Pessoal

TRAJETÓRIA NACIONAL

Março de 2015. Sandália de dedo, chuteira na mão e uniforme de treino do Fluminense. Faltavam alguns minutos para a movimentação começar. Na ocasião, o Tricolor apresentava Enderson Moreira como novo treinador.

ESPECIAL

Saudade e sonhos interrompidos: 3 anos da tragédia que vitimou o paraense Lucas Gomes, da Chapecoense

Por DOL -

Saudade e sonhos interrompidos: 3 anos da tragédia que vitimou o paraense Lucas Gomes, da Chapecoense

De poucas palavras e olhar tímido, o atacante tinha pela primeira vez a oportunidade de atuar na elite do futebol brasileiro. Uma vitória para quem nasceu e se criou na comunidade de Nova Canindé, na zona rural do município de Bragança, nordeste paraense. O jogador trilhou um caminho curto, mas vitorioso como atleta.

Saudade e sonhos interrompidos: 3 anos da tragédia que vitimou o paraense Lucas Gomes, da Chapecoense
📷 |Nelson Perez/Fluminense

Só na Chape foram 55 partidas disputadas e oito gols marcados. No clube ele foi campeão estadual e ganhou prêmios individuais.

Lucas e Fred, no Fluminense, em dia de academia
📷 Lucas e Fred, no Fluminense, em dia de academia |Reprodução/Instagram

O jornalista Augusto Queiroz acompanhou o Lucas Gomes desde o início nos campos de terra de Bragança. Os conterrâneos dividiram momentos no futebol e uma amizade além da admiração profissional.

No Fluminense, Lucas jogou ao lado de Ronaldinho Gaúcho
📷 No Fluminense, Lucas jogou ao lado de Ronaldinho Gaúcho |Reprodução/Instagram

Augusto era uma das poucas pessoas que conseguia arrancar alguma informação do jovem, principalmente porque ele carregava a timidez como uma das suas maiores características. Lucas não escondia a vontade de jogar com a camisa canarinha e nem de dar uma vida melhor a sua família.

Em uma das entrevistas que Augusto fez com o atleta, Lucas se emocionou com ao lembrar das dificuldades que passou para chegar até o Fluminense.

O paraense Victor Oliveira atuou com Lucas no Fluminense.
📷 O paraense Victor Oliveira atuou com Lucas no Fluminense. |Nelson Perez/Fluminense

Na época, vivendo a mesma alegria que Lucas, o paraense Victor Oliveira, atualmente no Paysandu, teve a chance de iniciar sua jornada nacional no Tricolor ao lado do atleta bragantino.

O primeiro contato dos paraenses foi no Florida Cup depois vieram os churrascos e uma relação de admiração. “Quando você vê potencial sabe que terá um crescimento, e o Lucas era assim”, destacou Victor. “Com certeza era uma carreira promissora”, acrescentou.

A carreira, no entanto, teve que ser tragicamente interrompida e provocou uma série de situações complicadas para sua família, como veremos na continuação deste especial na sexta-feira (29).

Produção e Reportagem: Bruna Dias

Edição de texto: Enderson Oliveira

Imagens: Demax Silva e Maycon Nunes

Imagens de apoio: Gabriel Caldas e Youtuber

Edição de imagem e finalização: Demax Silva

Realização: Diário Online

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