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DE CASTANHAL PARA O MUNDO

Paraense Douglas D´Silva surpreende os amantes de MMA

Douglas da Silva Andrade um dia achou que deveria se diferenciar dos outros, daí o sobrenome ganhou a grafia D’Silva. “Achei legal, não? Todos gostaram e pegou”, lembra. Passado algum tempo, o paraense de Castanhal potencializou o gosto por lutas e hoje é

Imagem ilustrativa da notícia Paraense Douglas D´Silva surpreende os amantes de MMA camera Reprodução/Instagram

Douglas da Silva Andrade um dia achou que deveria se diferenciar dos outros, daí o sobrenome ganhou a grafia D’Silva. “Achei legal, não? Todos gostaram e pegou”, lembra. Passado algum tempo, o paraense de Castanhal potencializou o gosto por lutas e hoje é um nome em ascensão na principal empresa de artes marciais mistas do mundo, o UFC. No final de semana passada, no UFC São Paulo, ele venceu com autoridade um ídolo e referência para ele no esporte, Renan Barão, pelo peso-pena.

A vitória parece ter chamado a atenção para ele. “Alguns amigos ouviram comentários em inglês de pessoas da organização que podem sinalizar de que pegarei alguns adversários melhores pontuados, mas isso a gente tem que esperar para ver”, conta D’Silva. A vida mudou muito desde que treinava na praça, embaixo das árvores e sem nenhuma estrutura. Por enquanto, a organização de carreira ainda prevê mais alguns anos em Castanhal, em especial por motivos familiares. Mas Douglas sabe que vai chegar o momento em que precisará dar voos mais altos que podem levá-lo para fora do estado – ou do país. De Castanhal, no período de descanso pós combates, ele falou com a reportagem do Bola sobre o começo difícil, de como foi encarar um ídolo, dos planos para o futuro, entre outras coisas. Confira.

P Ao contrário de muitos atletas profissionais, você costuma acompanhar e se mostrar muito informado sobre o mundo do teu esporte. Fazes isso por gosto, por profissionalismo, por quê?

R Eu acompanho por todos os motivos. Gosto de verdade de assistir aos combates, sou um torcedor fanático. Ao mesmo tempo, isso é trabalho para mim. Vejo todas as categorias e os meus possíveis adversários, também. Procuro acompanhar os combates, os programas de análise. É quase um vício. Junta meu prazer e o lado profissional.

P Esse acompanhamento faz com que estejas sempre por dentro das informações do esporte. Aliado a ser uma facilidade em se comunicar te faz pensar em ser comentarista de MMA no futuro?

R Gosto muito, sim. Conversei muito com o Minotauro e ele sempre diz que eu estou ligado às notícias, informações. Eu gosto muito e quem sabe não aparece uma oportunidade um dia?

P Como foi o teu começo no MMA?

R Comecei pelo muai thay, boxe. Na verdade entrou tudo junto, um pouco de cada. No início era embaixo de um pé de mangueira, na terra preta. Sempre pratiquei esporte, joguei muita bola, fazia trilha de bike, depois apareceu a luta.

P Você imaginava chegar tão longe, em ser contratado pela principal empresa de MMA do mundo?

R A gente não imagina chegar tão longe. Mas, com o tempo, com as vitórias, a gente pensa em algo melhor. Eu penava em outras empresas menores, mas uma foi levando a outra até o UFC.

P No começo, como tua família, teus amigos encaravam essa modalidade que, para quem está de fora, parece tão violenta?

R No começo havia uma tensão de pai e mãe. Eles me perguntavam se eu estava ficando doido com essa história, que naquela época era Vale Tudo mesmo, com chute na cabeça, pisão, uma faixa na mão. Com o tempo, as coisas vão ficando mais profissionais, mais organizadas, eles foram aceitando mais. Pra você ver, essa última luta foi a primeira que minha mãe conseguiu assistir. Hoje meus pais são meus maiores incentivadores e torcedores. Eu sabia que de longe eles estariam torcendo por mim. Meu pai é meu torcedor número um.

P Com esse momento, teu projeto é permanecer em Castanhal ou procurar centros mais avançados para treinamento?

R Por enquanto dá para organizar, indo treinar por temporada lá fora. Mas, se pudesse, eu moraria fora por causa da estrutura. Mas cada caso é um caso. Não dá para mim no momento por causa de questões familiares. Meus pais já tem uma certa idade e é preciso minha presença aqui.

P Com teu cartel, dá para projetar adversários de maior nome e melhor colocação no ranking da categoria?

R Já ouvi comentários por alto que meu próximo adversário seja alguém melhor colocado no ranking, com mais nome no momento. Mais história que o Barão é difícil, mas que esteja em um momento melhor.

P Já dá para projetar uma disputa de cinturão?

R Isso eu deixo para o futuro. Estou melhorando e trabalhando forte, mas essas coisas Deus é quem sabe.

P Como foi encarar e vencer um ídolo teu, como Renan Barão?

R Foi diferente encarar um cara que a gente admira demais. Sempre assisti às lutas do Barão, pegava as coisas que ele fazia. No fim, tivemos que nos encarar e não importa o momento dele, ele tem uma qualidade enorme. Mas foi uma sensação estranha. A gente conversou lá e desejo que ele se recupere o quanto antes. O Barão é um cara que sempre admirei muito, ficava ligado no Canal Combate. O legado dele é de um grande campeão e continua sendo um guerreiro. Lutar com ele foi sem palavras. Eu o admiro demais e preferia enfrentar um gringo, outra pessoa, nada de brasileiro.

P O que passa na tua cabeça antes de entrar no octógono no UFC? Passa um filme dos dias mais difíceis?

R Passa um filme na cabeça, lembro de correr na praça, de brincar de derrubar os amigos. Mas é muita coisa para pensar, nos treinos intensos antes dos combates, até a dieta nos dias antes da pesagem.

P No teu período de treinos em São Paulo você comentou sobre os trabalhos sociais feitos lá. Isso é algo que passa pela tua cabeça para um futuro próximo?

R Penso muito nisso para o futuro, procuro conversar com amigos sobre esse assunto. Meu mestre (Carlos Silva) tem um trabalho com a APAE daqui de Castanhal. É algo que tenho muita vontade de fazer. Mas é preciso também ajuda do poder público para levar ideias como essa adiante.

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