Atendendo a um pedido feito pela Procuradoria Geral do Estado, o juiz Augusto Sampaio Argelim, da 5ª Vara da Fazenda Pública da Comarca do Recife, decretou na tarde da última terça-feira (18), pela extinção das três principais torcidas organizadas de Pernambuco: Jovem do Sport; Inferno Coral, do Santa Cruz; e Fanáutico, do Náutico.
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Com a decisão, as três facções, que
já estavam impedidas de frequentarem os estádios, agora também terão encerrados
os seus Cadastros Nacionais de Pessoa Jurídica (CNPJ), ficando assim
impossibilitados de exercerem quaisquer atividades comerciais. Elas também
terão suas contas bancárias bloqueadas e as sedes fechadas.
Na última sexta-feira, a PGE havia solicitado o julgamento "imediato e simultâneo" de duas ações movidas pelo Ministério Público que solicitavam a extinção desses grupos. A primeira ação civil pedindo o fim das três organizadas datava de 2012, enquanto a segunda era de 2014. As uniformizadas ainda podem recorrer da decisão ao segundo grau do Judiciário.
De acordo com o requerimento da PGE, "os recentes eventos de violência envolvendo torcidas organizadas, inclusive fora das arenas esportivas, corroboram a necessidade de desfecho dos processos, com o julgamento de mérito favorável às pretensões, pronunciando-se a total procedência dos pedidos, em ordem a impor o almejado fim das ditas 'torcidas organizadas', coibindo-se a prática de atos de violência e crimes, dentro e fora dos estádios de futebol".
Para o presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Evandro Carvalho, que também fez parte da ação pedindo a extinção das três uniformizada, a extinção significa um marco no combate à violência praticada por membros desses grupos.
“Esse é o resultado de todo o esforço em conjunto no sentido de endurecer o combate a esses grupos. Essa decisão acaba com a legitimidade de representação desses grupos, que não podem mais alugarem espaços para eventos e festas, terão seus CNPJs extintos e com isso também não poderão exercer nenhuma atividade comercial, eliminando assim a capacidade financeira deles. Essas torcidas também passarão a ter as contas bancárias bloqueadas e as sedes fechadas”, afirmou Evandro.
Ainda segundo o mandatário da FPF, a
extinção das três maiores uniformizadas do Estado não significa o fim do combate
à violência no futebol. “Depois do carnaval estaremos indo para Brasília para
um encontro junto à comissão de Justiça da Câmara para estudarmos leis mais
duras para esses vândalos. Para que quem cometa esse tipo de crime vá para a
cadeia”, completou.
No dia 3 de fevereiro, uma briga entre grupos rivais interrompeu a festa de 106 anos de fundação do Santa Cruz, no Centro da cidade. Houve tumulto, disparos de balas de borracha pela PM e detenções. No dia seguinte, foi registrada uma briga em uma estação de metrô, antes de uma partida do Sport.
Relembre alguns episódios de confrontos entre as torcidas organizadas:
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