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MÚSICA

Morre o músico paraense Kzam Gama

Morreu na tarde de ontem, em Castanhal, João Batista Kzam Gama, aos 61 anos. Considerado um dos músicos mais importantes do Pará, Kzam teve participações de destaque no cenário da Música Popular Brasileira, a mais lembrada delas ter tocado na banda de Eli

Morreu na tarde de ontem, em Castanhal, João Batista Kzam Gama, aos 61 anos. Considerado um dos músicos mais importantes do Pará, Kzam teve participações de destaque no cenário da Música Popular Brasileira, a mais lembrada delas ter tocado na banda de Elis Regina. Ele também passou mais de dez anos na França, tocando ao lado de Nazaré Pereira, e acompanhou nomes como Leila Pinheiro, Paulo André Barata, além de ter sido um dos integrantes da formação original do Grupo Gema, destaque da música instrumental no estado, e que foi, por anos, a banda que acompanhou Walter Bandeira. Kzam teve uma parada cardiorrespiratória. O corpo está sendo velado na capela Max Domini, na avenida José Bonifácio, e enterro será às 15h de hoje.

Kzam, que completaria 62 anos no próximo dia 23 de dezembro, viveu seus últimos anos no distrito do Apeú, em Castanhal, na Casa da Fraternidade, por conta da saúde debilitada, consequência de um acidente vascular cerebral. O AVC deixou seus movimentos limitados e o impediu de continuar tocando. Uma de suas últimas apresentações, já com dificuldades, ocorreu em 2014, durante a 6ª edição do Festival de Contrabaixo da Amazônia, que fez uma homenagem à sua trajetória.

O violonista Nego Nelson, um dos companheiros de Kzam no Gema, junto com o percussionista Dadadá Castro e o baterista Sagica, conheceu o contrabaixista na década de 1970 e diz que sua qualidade enquanto músico era inegável. “Ele tocava com o Guilherme Coutinho. Nós só viemos tocar juntos depois. Aí em 1981 ele foi embora e passou um ano tocando com a Elis e depois foi com a Nazaré Pereira para Paris e ficou doze anos lá. Quando ele voltou, em 1990, 1992, continuamos tocando juntos. A gente considerava ele um dos melhores baixistas do Brasil. Uma revista francesa, na época em que ele estava lá, chegou a falar dele como um dos maiores do mundo. Era muito requisitado, tocou com muita gente importante, com Hermeto Pascoal, tocou com Chico Buarque”.

Segundo Nego Nelson, Kzam era um músico intuitivo e sem comparativos. “Quando o músico é bom, a gente costuma dizer que ele tem uma antena. No caso do Kzam, acho que era um radar. E era tudo talento, intuição, nunca vi ele estudando. Ele era muito diferente”, diz.

A mesma impressão é compartilhada pelo radialista e produtor musical Beto Fares, diretor da Rádio Cultura. “Às vezes um artista tem algo que é diferente de todo mundo. E ele era assim. Não é uma coisa exata. É algo que vai além da técnica e por isso ele influenciou tanta gente, como o Ney Conceição e o próprio Calibre, que depois chegou a substituí-lo no Gema. O Kzam tem uma importância extrema na música paraense”.

Mas, como lembra Nego Nelson, quando às vezes o talento cobra seu preço. “Esses caras são muito intensos. Tudo o que ele fazia era intensamente. Ele ia fazer um arranjo de uma música, passava um dia inteiro e a madrugada sem dormir, fumava três carteiras de cigarro, não comia. Quando comia, comia demais. Tudo era intenso. O corpo chega a um ponto que não aguenta, extrapola”, conta. “O Kzam já estava numa situação delicada. Teve três derrames. Essa coisa da perda já tinha acontecido quando ele teve o derrame há mais de dez anos, que a mão dele não obedecia mais. Agora meio se só se concluiu uma coisa que já estava mais ou menos prevista”, conclui Nego Nelson, que ainda assim lamenta a morte do amigo e companheiro de banda.


Redes Sociais

Vários artistas se manifestaram nas redes sociais sobre o falecimento de Kzam. O guitarrista e compositor Manoel Cordeiro, com quem Kzam tocou, lamentou a perda e mandou uma mensagem: “Gratidão, amigo”. Seu filho, Felipe Cordeiro também prestou sua homenagem: “Privilégio ter conhecido, aprendido e convivido um pouco.”Em seu perfil coletivo no Facebook, o guitarrista Ziza Padilha e a cantora Dayse Addario escreveram: “Arranjador, baixista e compositor, fica a música em silêncio sem o pulso de um mestre condutor.”

O multi-instrumentista Luiz Pardal declarou: “Subiu mais um mestre. A música do Pará chora.”

(Aline Monteiro/Diário do Pará)

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