Poucas coisas nos deixam tão felizes quanto falar da música brasileira o ano todo.
Desde que iniciamos os trabalhos do TMDQA! lá em 2009, presenciamos muita coisa acontecendo em diversas frentes da música, mas a que mais cresceu e nos deixou cheio de orgulho foi a música nacional.
Vivemos uma era de ouro por aqui, e há grandes nomes em diversos estilos: Rock And Roll, MPB, Rap e até o instrumental andam lado a lado e criam uma cena forte de bandas e artistas que trabalham juntos, viajam juntos, gravam juntos e são reverenciados juntos Brasil afora.
2017 foi mais um ano de muita produção musical de qualidade por aqui, e é com muito prazer que listamos os 50 melhores discos nacionais do ano.
NAVEGUE PELA LISTA USANDO OS BOTÕES DE 1 A 5 AO FINAL DO POST
50 – Mad Monkees – Mad Monkees
A banda de Fortaleza contou com o icônico Carlos Eduardo Miranda na produção de seu disco homônimo e entregou um álbum direto e reto, com 10 faixas e pouco mais de 30 minutos de Rock And Roll dos bons.
Gênero: Rock And Roll
49 – Rosa Idiota – Circle
Lançado lá no comecinho do ano, Circle é um disco que mostra a banda Rosa Idiota fazendo punk rock de primeira mesclado com elementos do rock alternativo dos anos 90, tudo muito bem dosado.
Gênero: Punk Rock
48 – Bratislava – Fogo
Ao mesmo tempo que protesta falando sobre o desastre ambiental em Mariana (com participação de Gustavo Bertoni), a banda indie Bratislava também aborda assuntos dos mais pessoais e viaja pelos mais distintos lados do rock alternativo em Fogo, um disco passional em vários sentidos.
Gênero: Rock Alternativo
47 – Plutão Já Foi Planeta – A Última Palavra Feche a Porta
A banda Plutão Já Foi Planeta tem um jeito bastante particular e belo de abordar os assuntos sobre os quais fala em suas canções e no seu novo disco contou com participações de nomes como Liniker e os Caramelows e Maria Gadú para abrilhantar ainda mais a sonoridade.
Gênero: Indie Pop
46 – Molho Negro – Não É Nada Disso Que Você Pensou
Se você está procurando por Rock And Roll, definitivamente irá encontrar no novo disco do Molho Negro.
A banda que já há algum tempo é conhecida no underground por conta dos shows cheios de energia gravou um novo álbum ácido, contundente, sem papas na língua e com muita (muita) guitarra.
Gênero: RRRRROCK!
45 – Stereophant – Mar de Espelhos
Urgente e belo como a sua capa, Mar de Espelhos é um disco que mostra que a banda Stereophant decidiu arriscar em vários sentidos com sua nova sonoridade, apresentando elementos que vão do indie ao post-hardcore em um álbum produzido por Felipe Rodarte.
Gênero: Rock Alternativo / Experimental
44 – Castello Branco – Sintoma
Sintoma é o segundo disco solo do sempre incrível Castello Branco, que aqui nos brindou com canções baseadas em belos arranjos e questões das mais pessoais convidando nós, ouvintes, a debatermos a evolução do ser junto com o artista.
Gênero: Indie / MPB
43 – Tiê – Gaya
Tiê é uma das principais vozes da música brasileira hoje em dia e em Gaya, a artista que irá tocar no Lollapalooza Brasil 2018 abriu o coração para mostrar, segundo ela mesma disse pra gente, “uma mistura que simboliza o que ela é”.
No álbum há colaborações que vão de As Bahias e a Cozinha Mineira até o ídolo sertanejo Luan Santana.
Gênero: MPB
42 – Meu Amigo Tigre – Toró
Segredo ainda escondido no underground brasiliense, o Meu Amigo Tigre usa a complexidade do jazz, a intensidade emocional do post-rock e a liberdade do indie para criar Toró, seu terceiro e melhor álbum até aqui. O uso inteligente de samples e o virtuosismo bem aplicado, sem firulas, resulta em composições espertas que não caem no erro de se levar a sério demais.
Por Guilherme Guedes
Gênero: Rock Alternativo
41 – Domenico Lancellotti – Serra dos Órgãos
O passado, o presente e o futuro da música brasileira passam, todos juntos, por Serra dos Órgãos, novo disco solo de Domenico Lancelotti. Um disco ao mesmo tempo plural e coeso, com passagens brilhantes tanto para a melancolia (“Voltar-Se”) quanto pela euforia (“Shanti Luz”).
Por Guilherme Guedes
Gênero: MPB / Experimental
40 – Young Lights – Young Lights
Se o disco homônimo do Young Lights soar completamente “gringo” pra você, não se espante, é natural: a banda surgiu como um projeto solo de Jairo “Jay” Horsth Paes, que nasceu em Belo Horizonte e cresceu nos EUA absorvendo influências de lá que foram desde a infância em igrejas evangélicas até a adolescência no punk.
De volta ao Brasil, montou o projeto como algo solo mas agora consolidou uma banda e lançou esse disco que flutua entre o rock alternativo e o folk, lembrando muito bandas como Mumford & Sons em sua fase mais recente e o Kings Of Leon. O disco é outro que conta com a participação de Gustavo Bertoni (Scalene).
Gênero: Rock Alternativo / Folk
39 – Sentidor – Am_Par_Sis
E se o Rio de Janeiro virasse um lugar pós apocalíptico onde as pessoas tenham perdido o contato com as heranças de nossa cultura, exceto por gravações de Tom Jobim? Essa é a proposta de Am_Par_Sis, o mais recente álbum do projeto de música experimental Sentidor.
Nele, trechos do álbum Passarim, lançado pelo compositor em 1987, são “picotados” para criar novas obras — canções eletrônicas experimentais que puxam os limites da música e acabam criando o seu próprio universo.
Por Matheus Anderle
Gênero: Música Experimental, Eletrônica
38 – Criolo – Espiral de Ilusão
Já há algum tempo o rapper Criolo não lança mais discos voltados única e exclusivamente ao gênero com o qual ficou conhecido. Foi assim com Nó Na Orelha, por exemplo, que o consagrou misturando diversos gêneros da música brasileira.
Em Espiral de Ilusão, o cara presta homenagens ao ritmo que talvez seja o mais brasileiro de todos, o samba, e o faz com uma honestidade incrível.
Gênero: Samba
37 – Bullet Bane – Continental
A banda de hardcore Bullet Bane é uma das mais interessantes do país no gênero e em 2017 resolveu sair da zona de conforto e passar a compor em Português.
O resultado é Continental, que não apenas traz canções na nossa língua como também mostra o grupo indo além do hardcore tradicional e experimentando com elementos do indie e do post-hardcore.
Gênero: Hardcore / Post-Hardcore
36 – Sound Bullet – Terreno
Terreno é um disco repleto de experiências para a Sound Bullet: há aqui traços do rock alternativo, do math rock e até mesmo do jazz, tudo misturado com características brasileiras e letras que falam das relações pessoais em tempos tão difíceis como os que vivemos.
Gênero: Rock Alternativo
35 – Hermeto Pascoal – Natureza Universal
Segundo disco de inéditas de Hermeto em 2017 (o primeiro foi No Mundo dos Sons, lançado em junho), Natureza Universal perde pro anterior em espontaneidade, mas ganha em brilho, beleza e complexidade. À frente de uma big band espetacular, Hermeto prova mais uma vez porque merece estar no olimpo da música universal.
Por Guilherme Guedes
Gênero: MPB
34 – Deb And The Mentals – Mess
A banda paulistana Deb And The Mentals tornou-se conhecida na cena por fazer punk rock dos mais cheios de energia e aliar suas gravações de estúdio a incríveis performances ao vivo.
Em seu novo disco, incorporou elementos de estilos como a new wave e o pós-punk com muita classe.
Gênero: Punk Rock / Pós-Punk
33 – Boogarins – Lá Vem a Morte
A banda goiana Boogarins é, já há algum tempo, um dos nomes mais quentes da música nacional.
Muito bem conceituados por aqui, os caras também têm rodado o mundo com suas excursões e entre tantos shows arrumaram tempo para lançar um novo disco que pegou todo mundo de surpresa.
Lá Vem A Morte tem 8 canções, 27 minutos e parece escancarar a dinâmica que o grupo tem para, mesmo com a pressão de ser um dos nomes mais celebrados do país, compor, gravar e tocar com naturalidade, exaltando a criatividade.
Gênero: Rock Psicodélico
32 – Mallu Magalhães – Vem
Mallu Magalhães teve problemas para divulgar seu novo disco. Não mandou nada bem em rede nacional, quando esteve no programa de Fátima Bernardes e mostrou, além de problemas na performance, um discurso sem fundamento sobre “quem diz que branco não sabe tocar samba”.
Ainda assim, Vem é o melhor álbum da carreira da moça e um dos destaques do ano, com canções que evocam vozes das mais importantes na história da música popular brasileira, o toque particular de Mallu e músicas que transitam entre construções alternativas e a MPB cheia de traços do pop.
Gênero: MPB
31 – Luiza Lian – Oyá Tempo
No primeiro disco de Luiza Lian, de 2015, a sonoridade orgânica vinha na linha de frente. Em Oyá Tempo, seu segundo trabalho, Luiza abraça as infinitas possibilidades dos timbres eletrônicos -com elementos de hip-hop, funk e 8-bit – para criar a trilha de canções que abordam os limites do inconsciente e da transcendência. E tudo isso ainda ganhou uma versão visual que deixa Oyá Tempo ainda mais interessante.
Por Guilherme Guedes
Gênero: Eletrônico / Hip-Hop
30 – Tulipa Ruiz – TU
TU não tem esse nome (e essa capa) à toa: aqui, Tulipa Ruiz trabalhou com seu irmão, Gustavo Ruiz, e fez questão de dizer que “TU sou eu e é você. TU é a gente. TU também é dois. Two. Eu e Gustavo”.
A cantora decidiu abordar a gravação de forma minimalista, com um violão, uma voz, algumas percussões e muita entrega. O resultado é um disco delicioso de inéditas e releituras.
Gênero: MPB
29 – Vanguart – Beijo Estranho
Mais seguro de si, o Vanguart resolveu se afastar da abordagem que havia tomado há mais de três anos em seu último disco e lançou Beijo Estranho em 2017.
O quarto álbum da banda foi definido pelos próprios como um dos mais difíceis de serem digeridos pelos fãs, mas nessa busca por novas experiências e temas, a banda acabou lançando um dos pontos altos da carreira.
Gênero: Folk / Rock Alternativo
28 – Otto – Ottomatopeia
Com clima de bar de beira de estrada, no melhor sentido possível da expressão, Otto se entrega de corpo e alma em Ottomatopeia, um disco versátil (as participações vão de Andreas Kisser a Roberta Miranda) e irresistível. Mais uma adição de peso pra ótima discografia recente do pernambucano.
Por Guilherme Guedes
Gênero: MPB
27 – Jonathan Tadeu – Filho do Meio
De forma honesta e sincera, Jonathan Tadeu trabalha com um querido tom intimista em Filho do Meio. O disco demonstra arranjos bem voltados para a eletrônica, mas sem sair da música indie, aliando tudo a letras que descrevem acontecimentos de sua vida e reflexões pessoais.
Por Matheus Anderle
Gênero: Indie
26 – gorduratrans – Paroxismos
Em paroxismos, segundo disco da dupla carioca gorduratrans, sentimentos melancólicos são aliados a instrumentais sujos e pesados, resultando num trabalho que bebe muito da fonte do shoegaze, mas com um toque único de estilos como emo e rock alternativo.
Por Matheus Anderle
Gênero: Shoegaze / Rock Alternativo
25 – My Magical Glowing Lens – Cosmos
A talentosa Gabriela Deptulski vem chamando a atenção da gente há muito tempo e em 2017 resolveu transformar o My Magical Glowing Lens em uma banda propriamente dita.
A partida da “carreira solo” e a empreitada em um grupo com outros músicos acabaram resultando em um registro interessante sobre a natureza, o espaço, as amizades e mais, tudo muito bem embalado pela psicodelia.
Gênero: Rock Psicodélico
24 – Xenia França – Xenia
Vocalista do Aláfia (que em 2017 também lançou o ótimo São Paulo Não é Sopa), Xenia França passeia por campos sonoros mais suaves em XENIA, seu primeiro álbum solo. Mas engana-se quem pensa que os toques de soul, jazz e R&B tiram o tempero do disco, pelo contrário; a sonoridade menos abrasiva que a do Aláfia dá ainda mais espaço para que Xenia discorra sobre os dilemas de gênero e raça em linhas vocais irresistíveis.
Por Guilherme Guedes
Gênero: R&B
23 – Negro Leo – Action Lekking
Action Lekking traz o Negro Leo que aprendemos a apreciar com os ótimos lançamentos dos anos anteriores: um compositor e performer voraz, insaciável, farejador de convulsões sociais. No novo álbum, ele é (muito bem) acompanhado pela bateria de Sérgio Machado e pelo baixo de Fábio Sá, criando um jazz punk urgente e essencial no Brasil contemporâneo.
Por Guilherme Guedes
Gênero: Jazz-Punk
22 – Cafe Republica – Caravana
Com Caravana, o Cafe Republica consolidou seu espaço na cena carioca. Misturando psicodelia e música brasileira, o resultado são nove faixas maduras que remetem à bandas brasileiras das décadas de 60 e 70.
Por Matheus Anderle
Gênero: Rock Psicodélico / Alternativo
21 – Arto Lindsay – Cuidado Madame
Guitarras ácidas se ambientam sobre beats e batuques para compor a sonoridade de um dos discos mais interessantes do ano. Arto nasceu nos Estados Unidos, o que talvez impedisse a entrada dele na lista de álbuns nacionais. Mas radicado no Brasil, com um currículo que inclui parcerias com Caetano Veloso, Tom Zé e Gal Costa, e alianças com Omulu, Lucas Santtana e Dadi (dos Novos Baianos) nesse novo álbum, Lindsay criou um trabalho desafiador, ousado e legitimamente brasileiro.
Por Guilherme Guedes
Gênero: MPB / Eletrônico
20 – Gragoatá – Gragoatá
MPB e tropicalismo são temas recorrentes do álbum homônimo do Gragoatá. O trio carioca permeia diversos estilos musicais em canções suaves que, aliadas à bela voz de Rebeca Sauwen, compõem um trabalho doce e extremamente agradável.
Por Matheus Anderle
Gênero: MPB / Indie
19 – Corona Kings – Death Rides a Crazy Horse
A banda paranaense Corona Kings chegou ao seu terceiro disco e nos presenteou com Rock And Roll de primeira qualidade.
Death Rides A Crazy Horse é uma viagem por vários socos na cara que contam com participações de nomes como Water Rats, Deb And The Mentals, Devilish, Dead Fish e mais, apresentando a sonoridade consolidada da banda e mais uma prova de que o rock segue firme e forte no underground brasileiro.
Gênero: RRRRROCK!
18 – Lutre – Apego
Produzido com o auxílio dos membros do Ventre, o novo disco do Lutre se inspira em uma vertente mais elaborada do rock, contando com arranjos muito bonitos intercalados com canções diretas. O resultado é um disco muito bem pensado, conciso e que chama a atenção pela sua estrutura.
Por Matheus Anderle
Gênero: Rock Alternativo
17 – Water Rats – Year 3000
Em 2017 o Water Rats nos surpreendeu com um novo disco que mostra a banda com diversos estilos no radar.
Incorporando hard rock, grunge, pós-punk e até reggae/ska ao seu hardcore, o grupo mostrou que em pouco tempo já entendeu a sua própria sonoridade e passou a explorá-la de formas que, definitivamente, não esperávamos.
Gênero: Hardcore / Punk Rock / Rock Alternativo
16 – Flora Matos – Eletrocardiograma
Depois de anos de atrasos e problemas, Flora Matos finalmente conseguiu lançar seu primeiro álbum. E não decepcionou. Em doze faixas, Eletrocardiograma exibe todos os talentos que a rapper já havia mostrado em lançamentos anteriores: rimas espertas, flow urgente e produção criativa, indo dos beats mais duros (“Preta de Quebrada”) aos mais dançantes (“Bora Dançar”).
Por Guilherme Guedes
Gênero: Hip-Hop
15 – Posada e o Clã – Posada e o Clã
Embora tenha sido lançado há pouco tempo, o novo álbum do Posada e o Clã é um trabalho que mistura grandes influências da música brasileira, desde o rock ao samba, com belas melodias e arranjos criadas por músicos de renome da cena underground nacional, como Hugo Noguchi e Gabriel Ventura (Ventre) e Gabriel Barbosa (SLVDR).
No final das contas, o álbum contém uma personalidade como poucos outros, provando ser um trabalho que apenas Carlos Posada poderia conceber.
Por Matheus Anderle
Gênero: Rock / MPB
14 – Letrux – Em Noite de Climão
Após o fim do Letuce, Letícia Novaes se lançou Letrux em seu primeiro trabalho solo. Visivelmente confortável na nova pele artística, Letícia se firmou no cenário com o novo trabalho, que se inspira – sem se limitar – no pop nacional oitentista para criar canções intensas como a autora delas.
Por Guilherme Guedes
Gênero: MPB / Pop Retrô
13 – Ego Kill Talent – Ego Kill Talent
Lá no comecinho do ano a banda paulistana Ego Kill Talent lançou um disco homônimo e com músicos que têm um passado incrível no rock nacional passou a aparecer merecidamente com mais força no cenário daqui.
De lá pra cá a evolução foi gigantesca, os caras tocaram no Rock In Rio, no Download Festival em Paris, ao lado do System Of A Down e mostraram que, ao vivo, as músicas de estúdio têm um poder ainda maior.
Ego Kill Talent é um grande disco e nos faz esperar ansiosamente pelo que vem por aí.
Gênero: Rock And Roll / Grunge / Stoner Rock
12 – Macaco Bong – Deixa Quieto
Puta que pariu, Macaco Bong.
Quando ninguém esperava um novo disco da banda, os caras vieram com Deixa Quieto, uma versão instrumental de desconstruções do clássico Nevermind, do Nirvana.
Além de versões nada óbvias e toda a sua cara presente em cada uma delas, o pacote ainda veio com a mais incrível capa de um disco nacional em 2017 e nomes de músicas como “Smiles Nike Tim Sprite” (“Smells Like Teen Spirit”), “Com Easy Ou Uber” (“Come As You Are”) e “Somente Whey” (“Something In The Way”).
Nós não costumamos listar discos de versões por aqui, mas não teríamos coragem de deixar Deixa Quieto de fora da lista.
Gênero: Instrumental
11 – nana – CMG-NGM-PDE
Passear pelo Rio de Janeiro é uma delícia, mas fica ainda melhor com a trilha sonora de nana, brasileira que mora na Alemanha e fez canções que falam tanto sobre seus relacionamentos pessoais quanto sobre a cidade maravilhosa de um jeito nada óbvio, divertido e cativante.
Gênero: Indie Pop
10 – Baco Exu do Blues – Esú
“Te Amo Disgraça” pode ser a canção do ano, mas o resto do álbum do rapper Baco Exu do Blues não fica muito atrás. Ao longo das dez músicas de Esú, o músico cita influências que vão desde a cultura popular brasileira à mitologia grega.
Aliado com batidas interessantíssimas, o disco acaba se tornando um dos destaques do hip-hop nacional em 2017 e consagra Baco como um dos melhores rappers da atualidade.
Por Matheus Anderle
Gênero: Rap / Hip-hop
09 – Linn da Quebrada – Pajubá
Pajubá, novo disco da Linn da Quebrada, é um registro de rap, mas não poderia ser mais punk. Em uma época de conservadorismo crescente, a artista versa sobre a realidade de ser gay e trans na periferia. Um disco politico, mas que ao mesmo tempo fala na linguagem popular. É como se todo os conceitos academicistas chegassem, de fato, às comunidades. “Ser bicha não é só dar o cu, é também poder resistir“, fala Linn na frase que possivelmente resume de forma mais genial seu trabalho.
Gênero: Rap
08 – Don L – Roteiro para Aïnouz, Vol. 3
Primeiro pilar de uma trilogia (os outros dois lançamentos seguem inéditos), Roteiro para Aïnouz, Vol. 3 é um disco essencial em um ano espetacular para o hip-hop nacional. A produção é impecável, e Don L não mede as palavras para contestar tudo e todos, inclusive a própria cena (na sequência “Eu Não Te Amo” e “Fazia Sentido”) com uma musicalidade ímpar no cenário atual.
Por Guilherme Guedes
Gênero: Rap / Hip-Hop
07 – Maglore – Todas as Bandeiras
O Maglore trocou de formação, voltou a ser um quarteto e parece ter ficado ainda mais seguro de sua sonoridade com as mudanças.
Todas As Bandeiras é o melhor disco da carreira do grupo e, em tempos tão difíceis, convida o ouvinte para andar lado a lado do artista falando sobre os problemas, as alegrias, os finais de relacionamento, as burradas e os acertos que temos todos nessa vida.
Pessoal, sincero e com uma coesão que faz do disco uma incrível viagem, Todas As Bandeiras é daqueles que depois que você passa a ouvir, não tira mais do repeat.
Gênero: Pop-Rock / Psicodélico / MPB
06 – Kiko Dinucci – Cortes Curtos
Integrante seminal e onipresente na nova geração da vanguarda brasileira, Kiko Dinucci colidiu dois universos no excelente Cortes Curtos: a brasilidade suja dos trabalhos que ele faz hoje e o hardcore que o inspirou a subir nos palcos, ainda na adolescência. O resultado é um disco bruto e inquieto, com participações marcantes de Juçara Marçal, Ná Ozzetti e Tulipa Ruiz.
Por Guilherme Guedes
Gênero: Punk / Jazz / Experimental
05 – Paulo Miklos – A Gente Mora no Agora
Paulo Miklos deixou os Titãs e pouco falou sobre o que faria musicalmente, já que estava envolvido em outros projetos no teatro e na televisão.
Sorte nossa que ele resolveu lançar um disco solo chamado A Gente Mora no Agora, onde mostrou uma sensibilidade incrível nos mais diversos aspectos.
Primeiro, não hesitou em abrir o coração para falar a respeito de assuntos dos mais pessoais e doloridos, com uma honestidade brutal. Foi assim, por exemplo, que abordou a morte de uma companheira de longa data e falou sobre como está pronto para amar de novo.
Segundo, resolveu chamar tanto nomes dos mais consagrados da música nacional, como Nando Reis, Erasmo Carlos, Arnaldo Antunes e Guilherme Arantes, mas também mostrou que sabe o que está acontecendo na nova música brasileira, escrevendo canções ao lado de Tim Bernardes, Russo Passapusso, Emicida, Silva e Mallu Magalhães.
Discão!
Gênero: MPB
04 – Scalene – Magnetite
Com uma carreira já bastante interessante em um tempo relativamente curto, os brasilienses do Scalene chegaram a um novo disco após o lançamento do bem sucedido Éter e resolveram experimentar.
Em Magnetite experimentaram com as letras e, ao mesmo tempo que falaram do lado pessoal, também criticaram os falsos profetas das igrejas evangélicas. Experimentaram com a música brasileira e adicionaram elementos dela ao seu post-hardcore. Experimentaram com a influência das performances ao vivo em suas gravações e contaram com novas abordagens para synths, teclados e percussões.
Deu certo.
Gênero: Rock Alternativo
03 – Tim Bernardes – Recomeçar
Ninguém esperava que Tim Bernardes, vocalista e guitarrista da banda paulistana O Terno, fosse lançar um disco solo pouco tempo depois de Melhor Do Que Parece, aclamado disco da banda.
Mas ele veio e junto com Recomeçar fomos brindados com canções belíssimas onde Tim abre o peito e conversa com o ouvinte exatamente da forma como a capa do disco propõe: de perto, olho no olho.
É um disco atemporal para ser contemplado por muito, muito tempo.
Gênero: Folk / MPB
02 – Far From Alaska – Unlikely
A banda brasileira Far From Alaska foi até os Estados Unidos para gravar com Sylvia Massy, renomada produtora que já trabalhou com nomes como System Of A Down, TOOL e Johnny Cash.
Voltou de lá com um discão e, muito mais que isso, com a certeza absoluta de que encontrou a sua sonoridade e sabe o que quer fazer no futuro.
Após ter lançado seu álbum de estreia, o Far From Alaska passou a ser encaixado em rótulos como stoner rock e subgêneros pesados do Rock And Roll, mas não estava nem aí pra eles.
Em Unlikely, segundo álbum, fez uma capa cheia de cores, com meias e pantufas engraçadas, passou a se apresentar no palco com camisas que brilham no escuro e tirar fotos de divulgação com um visual que não estava nem aí para os moldes onde as pessoas vinham colocando o grupo.
Unlikely é um conjunto de canções potentes e, ao mesmo tempo, uma declaração de independência de uma banda que sabe muito bem o que faz.
Gênero: Rock And Roll
01 – Rincon Sapiência – Galanga Livre
Rincon Sapiência está presente na cena nacional do hip-hop há muitos anos, mas só agora lançou de fato seu primeiro disco de estúdio.
Mas ao mesmo tempo em que é a “porta de entrada” para a sua discografia, Galanga Livre também atua como um resumo de toda a carreira do rapper. Influenciado pelos mais diversos estilos musicais, o trabalho retrata o melhor que a cena do rap nacional tem a oferecer.
Nele, Sapiência mistura ritmos de carnaval, funk carioca e até mesmo guitarras cheias de groove para acompanhar suas letras que, dentre muitos assuntos, retratam a realidade dos problemas sociais que infelizmente estão constantemente presentes na nossa sociedade.
Galanga Livre é um álbum de rap que somente um brasileiro poderia criar, servindo como um representante fiel da crescente força da cena nacional do hip-hop, forte, criativa e com posição de destaque no país. É, sem dúvida alguma, o disco do ano.
Por Matheus Anderle
Gênero: Rap
Fonte: TMDQA!
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