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MÚSICA

Depois de cinco anos sem cantar, Marisa Brito se prepara para lançar primeiro EP solo

A cantora Marisa Brito precisou renascer para voltar a cantar. Foram mais de cinco anos afastada, fazendo apenas algumas participações esporádicas em projetos, mas sem estar à frente de uma banda - como era n’A Euterpia, onde ficou por 11 anos. Ela chegou

A cantora Marisa Brito precisou renascer para voltar a cantar. Foram mais de cinco anos afastada, fazendo apenas algumas participações esporádicas em projetos, mas sem estar à frente de uma banda - como era n’A Euterpia, onde ficou por 11 anos. Ela chegou até mesmo a pensar que não queria mais atuar na área. Passado um tempo, viu na verdade que não era nada disso, mas sim medo de se expor. Após um período de reclusão, agora ela diz estar em um recomeço e apresenta, nas próximas semanas, o EP que leva seu próprio nome, com quatro músicas autorais, algumas feitas em parceria com Ana Clara Matos e Marcel Barreto. O EP também teve participação da sua irmã, Fernanda Brito-Gaia, que fez a identidade visual e também vai dirigir o clipe da cantora. Atualmente morando em São Paulo, Marisa vem a Belém fazer o show de estreia apenas em setembro.

“Comecei a cantar com 15 anos e hoje tenho 33. Então, tem todo esse processo normal para qualquer ser humano, de amadurecimento. Vejo que eu não entendia ainda muito bem o que queria. Tanto que parei de cantar. Tive que ficar parada para me redescobrir, me conhecer melhor. O que eu achava que eu era não condizia com a realidade. Esse trabalho tem muito a ver com autoconhecimento, eu me aprofundei nisso e acho que hoje sei o que quero. Só sabia que tinha um chamado dentro de mim, que tinha que fazer música. E nesses últimos anos me dediquei a tocar instrumentos, precisava fazer a coisa sozinha, saber quem é a Marisa compositora”, revela.

E a descoberta foi a partir de reações de estranhamento. Ela conta que as suas composições e arranjos estavam indo para algo mais pop, com refrões que se repetem e que são simples de cantar. E isso era bastante diferente do que ela imaginava que faria um dia. Tendo como referência a banda Euterpia, onde “se formou” musicalmente, as comparações saíam naturalmente. E ela confessa: acabava não valorizando o que estava compondo. “Não gostava de expor o que eu gostava musicalmente, o que estava fazendo. Agora é um processo tão bonito, vejo só beleza”, diz.

“Esse trabalho vejo como fruto do meu amadurecimento pessoal e profissional porque é 100% meu, dirigido por mim, que tem o meu aval em tudo. Claro que é feito em equipe, existem pessoas maravilhosas trabalhando comigo para dar vida a ele, mas é diferente do trabalho de banda. Quando construímos tudo coletivamente, dosamos as ideias e depois pesamos a de cada um. No meu trabalho solo, tudo que entra é a partir das minhas ideias, do meu aval”, adianta.

(Fernanda Brito-Gaia/Divulgação)

Sem vergonha de ser pop

Depois de aceitar que seu universo sonoro tinha essa pegada pop e mais voltada para canções, Marisa Brito alerta que pode surpreender quem está acostumado a ouvir sua voz apenas nos tempos da banda paraense que marcou muito a sua vida, mas que ela diz ser uma página virada. Nesse caminho da busca por si mesma, ela começou a compor, além de cantar. No início sentia-se insegura e achava que tudo o que fazia não estava suficientemente bom para ser apresentado.

“Quando a gente começa, em qualquer carreira, com o tempo vai aprendendo e ganhando segurança. Hoje me sinto mais segura musicalmente, artisticamente, para direcionar as minhas coisas, dar a minha cara musical. Eu mudei e agora é a Marisa, é a minha cara, é o que sou hoje, reflete a minha identidade musical. Esse trabalho está totalmente ligado à história da minha vida, do que passei nos últimos anos, da minha libertação como pessoa, como mulher, da minha redescoberta, do meu empoderamento”, diz.

Nas letras, essa trajetória se reflete como mensagem: liberte-se e seja quem quer ser, na autenticidade de quem você é, sabendo suas limitações, desejos e tentando encontrar os próprios caminhos. Essa é a abordagem geral de “Coração na Boca”, “Atalho”, “Por Trás do Desenho” e “Falas”. Além disso, Marisa versa também sobre o amor do ponto de vista da mulher - o que para ela é novo. A cantora critica que a maioria das músicas que conhecemos tem como voz apenas um homem e sua visão de mundo e da relação com o sexo feminino.

“Do ponto de vista sonoro, percebo que a minha forma de escrever as letras ficou mais direta. Estruturalmente são canções focadas na parte cantada mesmo, e um ponto muito forte é a melodia, que prezo demais. Gosto de músicas que tenham refrão, que todo mundo pode cantar junto. Meu sonho é ver as pessoas cantando minhas músicas junto comigo. Isso é diferente para mim. Decidi que o EP vai levar meu nome, é simbólico com a minha volta aos palcos e música, ao meu renascimento”, finaliza.

FAIXA A FAIXA

“Coração na Boca” - “Canção que compus em parceria com Pietro Saraiva, meu noivo, e Marcel Barreto. O Pietro me mandou esses primeiros versos e desenvolvi o resto pensando nele. Fala de amor e pode ter uma interpretação de se redescobrir. Diz: ‘me mostre suas camadas, desnude sua alma, quais são as suas cores, eu sei os seus temores’. E diz também: ‘seja leve, deixe partir agora, tudo vai fluir, tudo tem a sua hora’. Ao mesmo tempo que é algo para alguém, é também sobre essa minha descoberta.”

“Atalho” - “Canção 100% de autoria minha, que fala também de amor, de desapegar, que a gente não precisa esperar que tudo esteja certo para que a gente possa viver o amor e viver intensamente as coisas que vêm para a nossa vida. ‘Não esconda, não espere, a estrada certa meu bem não tem. Talvez o amor esteja num atalho torto’. São essas surpresas da vida, de que não adianta ficar batendo cabeça achando que as coisas estejas perfeitas. As surpresas da vida e o amor a gente pode encontrar onde menos espera. A base harmônica tem inspiração no brega, na minha raiz paraense.

“Por Trás do Desenho” - “Compus em parceria com Ana Clara Matos e foi a primeira vez que fiz isso na vida. Cheguei a fazer ela completa, só que não tinha gostado da letra. E passei para a Ana só o que tinha gostado e pedi que ela tentasse falar de uma forma mais bonita o que eu estava querendo. Foi maravilhoso, a letra que ela me mandou caiu como uma luva. Ela é uma artista muito sensível. Fala do olhar feminino sobre um homem, um romance idealizado, o charme de um mistério. ‘Conta por onde tu vais, menino, se sempre te escondes, guardas teu olhar, e enquanto me instigas a decifrar, vou te olhar’”.

“Falas” - “Fiz essa música sonhando. Ela veio em sonho e finalizei em parceria com o Marcel Barreto. É a mais pessoal, que sintetiza o que me reconheço como sou. Passei por sombras, conheci meu lado obscuro e agora tudo isso faz parte de mim. ‘Me desmonto e reapareço, vejo tudo desde o começo e remonto novas formas, me transformo, troco as poses, conheço sombras’. Refrão: ‘quem sou eu para não dizer o que se cala’. Tem a mensagem de a gente parar de se sufocar, de ser quem é. Ela tem esse grito de libertação muito forte”.

(Dominik Giusti/Diário do Pará)

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