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NOVA ERA!

Novos elementos fazem verdadeira reinvenção do tecnobrega

Movimento entre DJs e fã-clubes leva um novo público para dançar ao som das aparelhagens fazendo uma verdadeira reinvenção do tecnobrega.

Imagem ilustrativa da notícia Novos elementos fazem verdadeira reinvenção do tecnobrega camera Gigio Boy, nascido e criado no Rubi, tem ajudado a levar as novas produções do tecnobrega para as aparelhagens | Reprodução/Instagram

Com a introdução de novos elementos, entre arranjos e sintetizadores, além de letras atualizadas, o tecnobrega se reinventa. No período de pandemia, quando havia muitas incertezas, os artistas utilizaram as redes sociais e se valeram de encontros virtuais para continuarem suas atividades. Alguns anos depois daquele tempo conturbado, a percepção de quem vive do mercado fonográfico é que o tecnobrega passa por uma nova fase, com um aumento de pessoas nas festas de aparelhagem dançando ao som do ritmo e a efervescência de novas produções feitas por DJs.

David Sampler atua com produção musical há 14 anos e tem acompanhado, enquanto DJ, o fenômeno que ocorreu no mercado da dança no Pará, que ele acredita ser fruto de toda uma construção da mídia, especialmente com o quadro “Dança dos Famosos”, no programa “Domingão com Huck” (Globo), que teve um representante local como vitorioso, o professor de dança Rolon Ho. David teve essa constatação ao observar o aumento de frequentadores na casa de show Império e a intensificação dos conteúdos nas redes sociais.

O DJ participa de um fã-clube chamado Potentes do Brega que tem 100 integrantes e realiza ensaios de tecnobrega. “A gente estava tentando resgatar a essência do tecnobrega dos anos 2000, fazendo uma programação uma vez por semana nos ensaios dos Potentes do Brega. As pessoas passaram a ir com mais frequência e, além de dançar, elas rememoram aquelas músicas, que são dos anos 1970 e 1980. São no ritmo do midback, que a gente remixa com as batidas do tecnobrega, fazendo releituras e trazendo um toque paraense para essas canções”, explica.

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Mais ouvidas

Nas festas do fã-clube Potentes do Brega, centenas de pessoas lotam os espaços. “Tem advogado, médico, bailarinos, influenciadores. Acredito que consegui botar no ouvido da galera que aquela música dava para dançar e que ela é boa. Uma delas recebeu o meu nome, ‘Sampler Doidão’, que é uma das mais ouvidas. Outra é a música ‘Batidão 2’, duas de umas cinco que não têm letras, são só instrumentais. Tenho uma agora que é das mais executadas, a música ‘Gigio Boy’, dedicada ao DJ do Rubi. Ela tem letra, mas é nessa vibe de batida antiga”, detalha.

Durante as festas, David Sampler passou a executar as músicas que tinha remixado
📷 Durante as festas, David Sampler passou a executar as músicas que tinha remixado |Reprodução/Instagram

Durante as festas, David Sampler passou a executar as músicas que tinha remixado e quando percebeu, caiu nas graças do público. “Quando eu comecei a tocar, vi que a galera começou a dançar e a curtir. Então, no decorrer desse tempo, criei umas cinco músicas só instrumentais, com a batida de brega antigo. As pessoas comentavam que não tinha letra, mas a minha ideia era fazer estilo dance, são sintetizadores com batida, mas queria fazer aquilo no tecnobrega. No começo todo mundo estranhou, mas hoje todos aderiram. A música [‘Sampler Doidão’] é uma das mais ouvidas na minha playlist, no Spotify”, comemora.

“Antes da pandemia, a gente quase não via mais as pessoas dançando mais tecnobrega. O mercado estava e ainda está em alta com músicas que são ligadas ao ‘rock doido’ – que tem uma batida mais acelerada e geralmente faz apologia ao crime. Na pandemia, as pessoas começaram a fazer mais lives, as bandas começaram a fazer esses momentos de shows pela internet e aquele gosto pelo tecnobrega começou a voltar. Então depois da pandemia, sentimos que houve um novo momento, com aparelhagens que tocam flashbrega e marcantes”, acrescenta.

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Ele conta que começou a fazer remixes das músicas com batidas do tecnobrega que eram dos anos 2000, e hoje elas estão sendo gravadas por uma nova safra de DJs e artistas ligados ao tecnobrega, de diversas aparelhagens, como Carroça, Cineral e Carabao. Inclusive, a cantora Viviane Batidão já gravou uma música com o Carabao e tem umas músicas minhas tocando direto nas plataformas”, diz David Sampler.

O cantor, produtor e compositor Marcos Maderito, famoso integrante da Gang do Eletro, tem uma parceria direta com David Sampler, sendo um dos frutos dessa amizade a música “Sampler Doidão”, que foi uma das propostas que Maderito ao DJ. Outras músicas dessa parceria são a mixagem que foi feita para o DJ Elison; outra encomendada para o Fã-clube Crias das Aparelhagens, de Vila do Conde; e a música do Fã-clube Legendários.

Fã-clube e televisão para engajar mais

Maderito diz que David Sampler é o responsável por trazer uma nova roupagem ao tecnobrega. “Quando eu e o David fizemos a música ‘Os Potentes do Brega’, que ele deu uma nova roupagem, ele pegou os batidões e colocou uma coisa mais encorpada, uma batida mais grave e efeitos virtuais, as pessoas voltaram a dançar mais juntas com o tecnobrega raiz, com giros e ‘caquiados’, então sentimos que essa era a pegada que tínhamos que trazer. Daí eu cantei, escrevi a letra da música que ele fez para o DJ Gigio Boy e fez sucesso”, relata.

David Sampler é o responsável por trazer uma nova roupagem ao tecnobrega
📷 David Sampler é o responsável por trazer uma nova roupagem ao tecnobrega |Reprodução/Instagram

“As batidas que o David faz resgatam o mesmo BPM do tecnobrega raiz, a mesma levada, o mesmo passinho e o mesmo caquiado. No rock doido, por exemplo, a música é mais acelerada, que é uma característica da cultura do DJ, cada um tem seu modo de disparar o play, mas o tecnobrega já tem o BMP certo, não precisa acelerar ele. Essa leitura que a gente faz sobre o resgate se caracteriza porque a gente mostra o tecnobrega que nasceu dentro da periferia, que veio dos fã-clubes”, completa Maderito, acrescentando que as músicas são produzidas já pensando como os integrantes de fã-clubes irão dançar.

Feita para dançar

O professor de dança Rolon Ho, que venceu o “Dança dos Famosos” incluindo uma performance com o brega, endossa essa campanha para o público dançar mais o tecnobrega. Ele diz que a vitória na TV foi um marco para essa cultura ter visibilidade em rede nacional, o que colabora com a causa.

“Deu tão certo que neste ano incluíram o brega na audição do programa, tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo. Muitos profissionais da dança me ligaram e mandaram mensagem e estão pesquisando, porque tinha que montar uma coreografia de brega pra apresentar. Isso só faz fortalecer a nossa dança e ter outros profissionais entendendo mais sobre o nosso estilo e isso automaticamente cresce lá fora. As pessoas que aqui dentro de Belém tem um certo preconceito ainda com a dança, ou timidez, ou ainda qualquer outra coisa que bloqueie, é só dar o primeiro passo”, incentiva ele.

O professor de dança também não tem dúvida de que o brega estará inserido na nova edição do programa de televisão para repetir a liderança na audiência. “A gente conseguiu despertar a curiosidade das pessoas para querer aprender e descobrir um pouco mais do tecnobrega porque é um ritmo alegre, é um ritmo que contagia, é um ritmo que faz com que as pessoas possam se apaixonar”, considera Rolon Ho.

O dançarino compara as vertentes do brega. “Quando o melody surgiu, ganhou um espaço muito grande, principalmente entre os jovens, o que renovou o salão. A batida do melody, que tem toda a ligação com os DJs, com o brega mais acelerado, influenciou na dança, que ficou mais performática e mais difícil de se dançar. Por exemplo, o brega pop é mais fácil: o vovô consegue dançar, a vovó, a titia. Tem músicas do melody que são mais lentas, mas a grande maioria de melody, tecnobrega, são muito rápidas, isso requer um vigor da pessoa quando ela vai dançar. Tecnobrega está mais ligado ao Crocodilo, boquinha do animal, por exemplo, e o melody já é uma música mais melódica, como Manu Bahtidão”, compara.

Para os interessados em aprender a dançar, mas que por algum motivo não costumam ir às festas de aparelhagem, existem formas de aprender o ritmo até em casa. “Tanto nas minhas redes sociais, canal do YouTube, Facebook e Instagram, eu publico diariamente diversos conteúdos para as pessoas aprenderem. A gente hoje tem essa oportunidade de aprender de forma gratuita. E a pessoa tem a possibilidade de investir nas aulas presenciais, que também valem muito a pena”, garante Rolon Ho.

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