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ÚLTIMA INSOLÊNCIA

Música paraense perde ex-vocalista da Insolência Públika, Reginaldo Ribeiro

“Régis Insolente” fundou ao lado do irmão Beto a primeira banda punk de Belém

Imagem ilustrativa da notícia Música
paraense perde ex-vocalista da Insolência Públika, Reginaldo Ribeiro camera Reprodução

O último sábado, 6, foi marcado pela perda de nomes importantes para a cena artística da cidade. Morreu Reginaldo Ribeiro, o “Régis Insolente”, 57, conhecido por ter fundado ao lado do irmão Beto a primeira banda punk de Belém, a The Podres, que em seguida se transformou na Insolência Públika, referência do underground paraense. E foi também dia de despedida nos bastidores da cena, pelos técnicos de áudio Junior Bentes e Kennedy Ribeiro, citado por inúmeros artistas e produtores como um dos maiores técnicos de áudio da cena local.

Régis e Kennedy estavam tratando problemas renais, segundo informação de familiares e amigos. No caso do técnico, a luta contra a doença estaria ligada a complicações da diabetes; e Régis, diagnosticado como renal crônico, pode ter tido quadro agravado após contrair a Covid-19. Beto conta que o irmão era bastante cuidadoso com a saúde e chegou a se isolar em prevenção ao novo coronavírus. “Ele veio morar na minha casa, porque tem um cômodo que podia ficar para evitar contato. Ele estava fazendo hemodiálise e, na quinta-feira, 4, começou a passar mal, a pressão baixou”.

Nas redes houve várias homenagens ao músico. “Régis soltando a voz, com o irmão Beto, ambos Insolência Públika! Dupla de adoráveis Insolentes... Imagens como essa nos consolam um pouco dessa partida tão cedo do nosso amigo”, escreveu a produtora cultural Luciana Medeiros, com uma foto dos irmãos no palco. Muitos lembraram o hit da banda, “Beirute Está Morta”, em homenagens por texto, caricaturas e videoclipe da música, inclusive compartilhado pela cineasta Jorane Castro, que participou da produção ao lado de Dênio Maués e Val Sampaio.

Por telefone, Jayme Katarro, da banda Delinquentes, conta que já há alguns anos a convivência entre os dois não era tão próxima. Mas lamenta a perda de alguém que foi seu amigo e também ídolo na música. Ele lembra que a primeira vez que viu a banda no palco foi no festival “Pulmão do Novo Mundo”. “Eu nem sonhava em ter banda e aquilo me transformou. Ver a banda no palco foi um choque para mim, a agressividade, as letras, aquela coisa muito honesta”.

Depois de fazer amizade com os irmãos “insolentes”, ele lembra que começou a frequentar os ensaios deles no conjunto da Cohab em Icoaraci, onde eles moravam. “E um belo dia o Régis chegou e propôs montar uma banda comigo, que era a Delinquentes. O nome da banda veio dele. A Delinquentes é o mais vivo legado do Régis na música. A importância da Insolência Públika para a cena local existe até hoje. Não só para o punk, mas toda a cena independente, para o metal, heavy metal. As letras são atualíssimas, como ‘Governo’, que fala o que a gente está vivendo agora, a própria ‘Beirute Está Morta’”, completa Jayme.

O irmão Beto lembra a parceria indissociável. “Nós criamos uma história juntos, tudo da banda a gente fazia junto. As composições, eu escrevia as letras, fazia os riffs, pedia a opinião dele, se estava bacana ou não”, lembra, seguido de uma memória bastante insolente, de quando “confiscaram” a bateria do colégio Visconde de Souza Franco para a banda. “A gente não tinha dinheiro, então confiscamos (risos), um amigo ficou com o carro perto da janela e a gente foi jogando as partes”, conta.

A jornalista Claudia Aguilla, com quem o músico teve três filhos, destacou o legado familiar. “Penso que dos muitos papéis do Regi neste plano, o que ele cumpriu com louvor foi o de pai. Agradeço a ele pelo caráter e princípios que passou aos meninos. E também pelo sonho de querer um mundo melhor para todos, com mais igualdade e justiça”, disse ela, compartilhando duas fotos. A primeira traz Régis de cabelos longos, com Yã no colo; e outra dele com Nicola e Léo, na praia.

POR TRÁS DA CENA

Também não faltaram memórias de afeto para Kennedy Ribeiro de artistas como Gláfira, Marisa Brito e Natália Matos. Nas redes sociais, o técnico de som Fernando Dacko destacou o valor de encontrar parceiros como ele em um trabalho que exige confiança em equipe . “Tal confiança vem desde quem monta os instrumentos, quem os pluga nos canais designados no rider, quem faz o som para os músicos e quem faz o som para o público… Todos os dias pedimos pela volta da normalidade, pedimos que esse tempo difícil, de tantas perdas logo passe. Ainda assim, fica a tristeza de saber que mesmo com a volta da normalidade, o prosseguir sem esses amigos vai ser difícil”, escreveu, referindo-se ainda à perda também do técnico Wilton Bentes Jr, o Júnior Bentes, vítima de câncer.

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