Carolina Oliveira passará sete semanas em Belém

A atriz paulista Carolina Oliveira prepara-se para interpretar uma paraense. Ela será a protagonista de “Eu, Nirvana”, do diretor paraense Roger Elarrat, que começará a ser rodado este mês, e a atriz já está em Belém para uma imersão e treinamentos com Cláudio Barros.

Quando convidada para fazer a personagem, Carolina não titubeou: “O diretor já conhecia meu trabalho e me ligou. Quando recebi o roteiro, falei: ‘tô, dentro’”, conta a atriz, que revela que o que mais a atiçou foi o fato de ter que viver uma mulher complexa na trama cinematográfica.

Além disso, o corpo esguio será ainda mais exaltado, já que ela terá que emagrecer para viver a personagem-título, a própria Nirvana. Contemplado com o edital Longa BO (baixo orçamento), de 2014, do Ministério da Cultura (Minc), o filme terá ainda a atriz Manoela Domont e contará a história de três mulheres que se conhecem num hospital e passam a ter fortes conexões.

“É uma mulher intensa, que fica três anos em coma e, então, não é uma questão só de texto, mas de corpo também. Por isso tive que vir antes trabalhar aqui. Começamos agora na Santa Casa, onde vamos começar a filmar em julho. Existem três momentos da personagem e em um deles ela não consegue andar, e isso é o mais difícil, porque as cenas não são gravadas na ordem do filme, e em alguns momentos terei que fazer as três”, comenta a atriz.

Carolina passará sete semanas na capital paraense, mas adianta que não terá dificuldade para aprender o nosso sotaque, já que ela tem vários amigos daqui e diz estar acostumada e até saber os significados das nossas expressões idiomáticas e gírias. Ela destaca que essa parte é uma das mais interessantes do processo cênico, já que é instigada a se envolver com outras culturas.

Conhecida ainda muito nova, quando foi selecionada entre mais de duas mil meninas para interpretar a protagonista da minissérie “Hoje é Dia de Maria”, veiculada em 2005, pela TV Globo, Carolina Oliveira integrou também os elencos de “Caminho das Índias” e “Ti-ti-ti” e, mais recentemente, de “I Love Paraisópolis”.

“Todo esse processo (do filme) está sendo legal, apesar do pouco tempo que estou aqui e de estarmos ainda no início de tudo. Gosto muito de cinema e é muito diferente de fazer novelas. Já sabemos todo o texto e o que vai acontecer, mas na novela tem que desapegar. Às vezes não sabemos o que esperar, é um ritmo diferente. Tenho outros projetos para cinema também, mas agora não posso falar”, diz a atriz.

OLHAR COLETIVO PARA CRIAR PERSONAGEM

Carolina Oliveira diz que a estreia da infância foi determinante para que seguisse na carreira. “Eu gostava muito do que estava fazendo, ainda lembro de tudo. Mas não tinha conhecimento, era tudo na base da emoção. Depois, pedi para minha mãe para estudar teatro, fazer o que eu gostava. Tem muito da intuição, algo que não deixei de lado, mas as técnicas são importantes. Na hora do set, costumo dividir”, comenta.

E a relação com o diretor paraense Roger Elarrat tem sido muito boa nesse sentido. “A gente tem conversado sobre o roteiro e ele me deixa bem à vontade, isso é maravilhoso”, finaliza.

Sobre o filme

“Eu, Nirvana” foi Contemplado com o edital longa BO (baixo orçamento), de 2014, do Ministério da Cultura (Minc). O roteiro apresenta a filha de seu Nirso e dona Ivana, a Nirvana. De família ribeirinha, eles saem de barco em direção a Belém para passar o Círio de Nazaré, mas a embarcação acaba batendo num banco de areia, provocando um acidente no rio. Nirvana é encontrada e levada para o hospital, onde fica internada em coma durante um ano, e só após esse tempo acorda. Mas sua família não é encontrada e ela acaba ficando por lá mesmo.

(Dominik Giusti/Diário do Pará)