Agrônomo ministra oficinas que incentivam cultivo de espécies nativas em casa

As cores, os cheiros e os sabores de ervas e hortaliças utilizadas na culinária regional podem perfeitamente fazer parte do ambiente doméstico – sem se limitar à cozinha de casa. Elas podem ser cultivadas até mesmo em vasos, em espaços pequenos, mesmo em apartamentos. Os benefícios dessas pequenas hortas caseiras são vários: ajudam a melhorar a dieta de quem investe nelas, tornam o ambiente mais leve e agradável, além de contribuir para o aumento de áreas verdes na cidade e melhorarem o clima. No final, melhoram a qualidade de vida de toda a comunidade.

Este cenário é o que o engenheiro agrônomo Daniel Oliveira, especialista em Sustentabilidade, tem buscado construir há dois anos, desde que se mudou para Belém, que apesar do título de “Cidade das Mangueiras” tem carência de áreas verdes. “Pesquisas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) apontam que Belém e Manaus estão entre as cidades menos arborizadas da Amazônia. E são lugares que se formaram em meio a florestas”, frisa. “No espaço urbano, temos plantas exóticas, espécies estrangeiras e muito poucas espécies nativas da Amazônia”, completa Daniel.

Foi pensando nisso que ele desenvolveu o projeto “Verde Cidadão” que tem por finalidade disseminar a implantação de pequenas hortas urbanas. Daniel reforça que a agricultura urbana é um tema atual e que precisa ser difundido em todas as cidades brasileiras, em especial na capital paraense.

O agrônomo tem ministrado palestras e oficinas em que ensina as pessoas a fazerem hortas caseiras. “Eu já desenvolvia um trabalho semelhante em São Paulo e aqui em Belém, diante da minha inquietação com a desconexão das pessoas com o verde, consegui implantar o projeto com ajuda de parceiros”, comenta.

A iniciativa é simples e pode começar a partir da vontade de cuidar do meio ambiente. Isto porque uma lata velha ou uma vasilha já usada podem ser transformadas em pequenos vasos que não se restringem à função de ornamentação. Nas oficinas, os participantes aprendem a customizar recipientes, além dos conhecimentos básicos sobre plantas nativas e como tratá-las.

Hortinhas ajudam a repensar hábitos alimentares

(Foto: Ney Marcondes)

De acordo com Daniel Oliveira, a partir do momento em que as pessoas passam a cultivar plantas em casa, elas mesmas conseguem redefinir seu comportamento – sobretudo o que está relacionado a práticas alimentares. “O plantio doméstico inclui árvores frutíferas de pequeno porte (em caso de residências pequenas) e hortaliças que fazem parte da dieta do paraense”, recomenda o engenheiro agrônomo.

“O melhor disso é que, em casa, estas espécies são produzidas sem recorrer à utilização de agrotóxicos e se evita também a contaminação durante o transporte dos alimentos em caminhões e feiras abertas”, enfatiza o especialista.

O jambu, o caruru, a chicória, no casos das hortaliças, e o camapu, entre as frutas, são algumas espécies que podem ser cultivadas em casa. “Existem cerca de 180 espécies de maracujá e as mais consumidas são da Mata Atlântica. Temos espécies regionais que podem ser cultivadas em quintais pequenos”, acrescenta Daniel. “Isto também pode trazer renda para quem cultiva”, estimula.

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Hoje em Belém
Oficina de Horta em Qualquer Lugar
O engenheiro agrônomo Daniel Oliveira, especialista em Sustentabilidade e idealizador do projeto “Verde Cidadão” ministra nova oficina, repassando as principais informações para quem quer começar a fazer uma horta em casa.
Quando: Hoje, das 9h às 13h
Onde: Solar Colaborativo (Av. Assis de Vasconcelos, 488C, Belém – Pará)
Quanto: R$ 50 (à vista) e R$ 55 (crédito e débito)
Informações: (91) 98165-9481 e 98708-2351

(Denilson D’Almeida/Diário do Pará)