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Obras de reconstrução e ampliação do Museu do Marajó iniciam hoje

Obra foi projetada em 2019 junto com a comunidade.

Imagem ilustrativa da notícia Obras de reconstrução e ampliação do Museu do Marajó iniciam hoje camera Como o Museu do Marajó deve ficar após o término das obras, previsto para daqui a seis meses. | Divulgação

A partir desta segunda-feira (25), iniciam as obras de reconstrução do Museu do Marajó, localizado no município de Cachoeira do Arari. O espaço, que existe desde 1984 naquela cidade, ganhará nova arquitetura, será 40% ampliado e terá todo o acervo de quase 5 mil peças preservado. A ordem de serviço para o início das obras foi assinada na última quinta-feira, 21, pela secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, durante evento realizado no município. A reconstrução do Museu do Marajó visa a preservação da história da região, valorização da cultura marajoara e o desenvolvimento turístico e econômico do território.

Idealizado pelo padre Giovanni Gallo, o museu foi fundado em 1972, na cidade de Santa Cruz do Arari, no Marajó, mas somente 12 anos depois passou a funcionar em Cachoeira, em uma área de uma antiga fábrica. Devido à situação precária da estrutura, o museu está fechado desde o final de 2018.

Em 2019, o governador Helder Barbalho firmou parceria com a prefeitura municipal e a presidência do Museu do Marajó, para viabilizar a adequação e recuperação do imóvel que abriga a instituição, por meio da assinatura do termo de comodato, que transferiu a gestão do espaço para o Governo, por meio da Secult. No mesmo ano, uma série de escutas foi realizada pela secretaria junto à população para que o novo espaço viesse preservar a identidade e a memória da região. A versão final do projeto arquitetônico segue os padrões de legalização museais do Sistema Integrado de Museus e Memórias (SIMM/Secult).

Emanoel de Oliveira Júnior, coordenador de documentação e pesquisa do SIMM, conta que no início do ano passado, antes da pandemia, participou da arrolação do acervo – quantificação de objetos pertencentes à instituição - que pertence ao museu, primeiro passo antes da catalogação das peças. O trabalho contou com o envolvimento da comunidade, que participou de uma oficina para entender como se dava o processo.

“A instituição possui um acervo bem complexo. Temos muitos objetos que fazem menção ao modo de vida da população, como instrumentos de caça e pesca, cotidiano do vaqueiro. Temos exemplares da fauna, um acervo rico em cerâmica arqueológica que testemunha vários momentos de ocupação humana no Marajó e também exemplares de flora. Ou seja, é um museu com composição mista, com outros objetos que dizem respeito às tradições locais”, explica Emanoel sobre o conjunto de 4.788 objetos.

Antigo prédio do Museu do Marajó
📷 Antigo prédio do Museu do Marajó |Divulgação
Museu do Marajó deve ser ampliado em 40%.
📷 Museu do Marajó deve ser ampliado em 40%. |Divulgação

De acordo com o coordenador de documentação, existe uma ligação muito forte da população com o espaço, devido à influência do padre Gallo, que fazia parte da vida dos moradores. “É uma região que ainda vive as tradições e onde as pessoas dão muito valor ao aspecto da cultura. E o museu é mais que um lugar para ver as coisas, é local onde se pode experimentar o mundo através do que há dentro dele, é um fomentador científico, de aprendizado e de saberes que fazem parte da vida das pessoas há séculos”, lembra Emanoel. “Vejo que esse projeto do museu vem também para produzir ali dentro estratégias para que esse conhecimento se mantenha em constante circulação. São vários ‘Marajós’ dentro do Marajó, e esse museu cumpre essa função que é representar o mínimo da complexidade da região”, comenta.

Investimento será de R$ 2,9 milhões

Nelson Carvalho, diretor de projetos de arquitetura da Secult, explica que o novo museu cujas obras serão iniciadas hoje foi projetado em 2019, juntamente com a comunidade, como primeira etapa de toda a elaboração. Segundo ele, o novo espaço terá 2.394 metros quadrados distribuídos em: galpão de exposição permanente, recepção, conjunto de banheiros, anexo administrativo, loja, reserva técnica, sepultura do padre, casa do padre e uma praça na entrada. Isso significa 40% de área nova.

A secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, ao assinar a ordem de serviço para o início das obras
📷 A secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, ao assinar a ordem de serviço para o início das obras |Agência Pará

“Ouvimos muitas pessoas, inclusive algumas que conheceram o padre. A partir dali construímos o museu. Entre aquelas demandas, o que ficou mais forte é que precisava ter muito respeito pelo acervo, pois grande parte dele é bem marcado e de peças criadas pelo padre. Era um medo natural, que as pessoas tinham de perder a memória. Mas, no final, conseguimos garantir que nada vai sair dali”, garante o arquiteto.

“O que chama a minha atenção é a originalidade do museu. É incrível, diferente, tem um fascínio grande por tudo que está lá e uma leveza imensa das peças. Embora signifique muito para a cidade, de arquitetura não tem nada, mas o acervo dele, sim, é espetacular. Espero que a gente consiga garantir que aquele universo se preserve lá, atendendo demandas dos novos tempos”, afirma Nelson.

Entre seus quase 5 mil objetos de acervo, o Museu do Marajó tem referências da fauna e flora
📷 Entre seus quase 5 mil objetos de acervo, o Museu do Marajó tem referências da fauna e flora |Divulgação/Secult
A cultura marajoara está presente nos trajes típicos dos vaqueiros da região expostos.
📷 A cultura marajoara está presente nos trajes típicos dos vaqueiros da região expostos. |Divulgação/Secult

De acordo com a Secult, a reconstrução do museu prevê intervenção na fundação, cobertura, reestruturação da reserva técnica, troca da pintura e do mobiliário e ampliação do espaço museal. Todo o trabalho está orçado em R$ 2.995.673,60. A previsão é que os trabalhos sejam executados nos próximos seis meses.

CAPACITAÇÃO

Além das obras físicas, haverá um investimento do Estado na capacitação de moradores de Cachoeira do Arari. O SIMM deve ofertar, ao longo das obras, capacitações de agentes da própria comunidade para fazer a seleção e catalogação do rico acervo do museu. “Temos um planejamento para que os moradores possam fazer parte da equipe do museu quando ele estiver de fato com as obras concluídas. Organizamos uma série de atividades práticas e específicas de curta duração”, diz Emanoel.

Nessa primeira fase, ele cita cursos como documentação museológica voltada para a catalogação do acervo e conservação preventiva do acervo. Uma estratégia de ministrações será montada de acordo com o cenário pandêmico. A seletiva será anunciada pela Secult. “A ideia é fazer com que o museu cause, de fato, impacto positivo na área”, reforça o coordenador do SIMM.

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