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RELIGIÃO

Natal incorporou símbolos e rituais de outros povos e culturas

A história da festividade do período natalino, como celebração, remonta a sete mil anos antes do nascimento de Cristo. Ao longo do tempo, elementos de várias manifestações foram sendo trazidas para as festas cristãs

Imagem ilustrativa da notícia Natal incorporou símbolos e rituais de outros povos e culturas camera Ao longo dos séculos, elementos de outras culturas foram incorporados à celebração cristã do nascimento de cristo | Basílica Santuário/Divulgação

A história do Natal começa há pelo menos sete mil anos antes do que se conhece pelo nascimento de Jesus. Em Roma, no dia 25 de dezembro do século 2, a população celebrava cultos religiosos, realizava troca de presentes e apreciava grandes banquetes. Era a celebração do solstício de inverno, conhecido como a noite mais longa do ano no hemisfério norte, e uma homenagem à data de nascimento de Mitra, um deus persa, que representava a luz e uma das divindades mais respeitadas entre os romanos.

O solstício era celebrado também por outros povos. Na Grécia, cultuavam Dionísio, o deus do vinho; e os egípcios comemoravam a passagem do deus Osíris para o mundo dos mortos. Na Grã-Bretanha, povos primitivos comemoravam a trajetória do sol ao longo do ano.

Já no século 4, Mitra ganhou uma celebração exclusiva, que foi o Festival do Sol Invicto, também dedicada ao solstício e que durava uma semana. Ao mesmo tempo, crescia em Roma o cristianismo, começando a defrontar-se com essas divindades e derrotando-as aos poucos. “Porém, sob o aspecto do cristianismo, nos evangelhos mais antigos, que são as cartas de Paulo e de Marcos, não há referência sobre o Natal ou o nascimento de Jesus. Somente nos textos de Mateus e de Lucas. Além disso, a forte celebração remetida à Jesus Cristo era a Sexta-feira Santa e a Páscoa”, adianta o cientista e professor de Ciência da Religião na Universidade Federal do Pará (UEPA), José Antônio Mangoni.

Mesmo sem registros de datas de quando Jesus veio ao mundo, houve uma troca cultural em Roma, com os cristãos o colocando como homenageado no período em que se comemorava o Sol Invicto. Com isso, foi criado o aniversário de Cristo no dia 25 de dezembro, o Natal. “A estratégia obscureceu as divindades antigas, mas olhando historicamente, não há nenhuma informação do possível nascimento de Jesus na data. Não há documento que comprove. É apenas uma data simbólica”, esclarece o cientista da religião.

SÍMBOLOS

A religião católica começou, portanto, a herdar tradições anteriores, como trocas de presentes e refeições grandiosas. Outros símbolos também começaram a surgir, dentre eles, a árvore de pinheiro e o Papai Noel. “Conforme o cristianismo ia adentrando em outras tradições, iam-se incorporando outros elementos. A árvore é anterior ao cristianismo, vem do norte da Europa e faz uma ligação entre o céu e a terra”, comenta Mangoni.

Já os presentes, surgem da tradição de um bispo da Turquia, Nicolau, com forte poder econômico e político, e que saía para presentear os mais necessitados. “É uma simbologia trazida para o Natal. Se Jesus é um presente de Deus, temos que dar aos que mais precisam”, acrescenta o cientista. Atrelado ao bispo, que foi canonizado pela igreja católica e virou São Nicolau, surge a figura do Papai Noel, e que foi espalhada pelo mundo, se fundindo com as tradições do Natal. Virou então o presenteador oficial da data.

Assim como em toda história, Mangoni ressalta que toda tradição constrói um personagem, ainda que ele não seja da mesma forma. “Quando falo de alguém eu construo esta pessoa. Por isso, quando se fala de Jesus como luz das nações, usamos elementos simbólicos. A festa do Natal tem elementos muito fortes e afetivos, e que reforçam a solidariedade. Embora a maior festa da ideologia cristã seja a Páscoa, ela é abstrata e pouco afetiva. O Natal, por sua vez, tem todo um lado emocional. Uma mãe que dá à luz em uma manjedoura chama muito a atenção. E nos dias atuais, quando nos deparamos com refugiados ou com mães que concebem filhos dentro de carros ou em outros lugares atípicos, ficamos comovidos”.

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