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RECONHECIMENTO

Fotógrafa paraense compõe identidade visual do cantor Silva

Imagens de Vitória Leona compõem a identidade visual do novo disco de Silva, junto a outros fotógrafos, e têm sido usadas na divulgação de singles e nas redes sociais

Imagem ilustrativa da notícia Fotógrafa paraense compõe identidade visual do cantor Silva camera A foto da capa do single ‘A Coisa Mais Linda Que Existe’ é da paraense Vitória Leona | Vitória Leona/Reprodução

A fotógrafa paraense Vitória Leona comemora o convite para fazer parte da equipe de profissionais que trabalha para este novo momento na carreira de Silva. Aos 21 anos, ela já é conhecida em Belém pela trajetória fotográfica que inclui ensaios para lançamentos de artistas da música paraense como a banda Joana Marte, a cantora Nic Dias e o rapper Pelé do Manifesto. E recebeu o convite especialmente por sua relação com a fotografia analógica e comum ar mais intimista.

Em 2017, quando Silva veio para apresentar em Belém o show da turnê “Brasileiro”, ela foi contratada para fazer fotos do show; e convidou o artista para aproveitar a passagem pela cidade e realizar um ensaio de fotografia analógica. “No outro dia, antes de ir embora, nós fizemos as fotos. Em setembro [de 2020], quando ele lançou o single ‘A Coisa Mais Linda Que Existe’ [uma versão dele para a canção de Gilberto Gil, a convite da Globo, para embalar o quarto e último episódio da série ‘Amor e Sorte’], a capa é com uma foto minha”, conta Vitória.

Nesse mesmo período, com a paraense morando em São Paulo e Silva trabalhando na concepção do novo disco, que tem uma relação com o analógico, a equipe do artista lembrou dessas fotos. “Então me chamaram para fazer novas fotos, nessa mesma linha, e que, junto com as do disco, do videoclipe, criam essa nova identidade visual do trabalho dele. A gente passou uma tarde fazendo as imagens em um espaço alugado, e foi uma tarde agradável; a gente passou um dia trabalhando nessas ideias, conversando sobre o disco”, conta.

Algumas dessas novas fotos, registradas com filme, já começaram a ser publicadas no perfil do cantor nas redes sociais. “Eu vejo esse convite como um reconhecimento, um retorno de um trabalho que, muitas vezes, quando a gente começa, nem imagina que pode chegar a algo assim. E também vejo como um laço profissional que se formou. Eu fiz aquelas fotos lá em 2017, e três anos depois me chamaram, então vejo como um trabalho que deixou uma memória positiva neles”, afirma.

Morando em São Paulo desde 2018, Vitória Leona continua mantendo também seu laço com os artistas paraenses. “Alguns também se mudaram ou vêm a São Paulo para um projeto, e me chamam. A Liège já lançou dois singles com capa minha esse ano, ‘Querência’ e ‘Lava’”, pontua. A capa do trabalho completo que Liège ainda vai lançar também será com fotografia de Vitória Leona. “Mesmo de São Paulo, procuro manter esse contato, essa relação com Belém”, diz ela, que chegou a ser apontada em matéria da revista “Vogue” deste ano como uma das revelações dafotografia da Amazônia.

Música para ser lembrada

Para chegar aos 49 minutos de “Cinco”, álbum que estreou na última semana nas plataformas de streaming, o cantor e compositor Silva gastou algo em torno de 600 horas em um estúdio de Vitória, onde mora. É um daqueles trabalhos que, por toda a complexidade instrumental, só pôde tomar a forma desejada graças ao intervalo de shows forçado pela pandemia. Silva selecionou instrumentistas da capital capixaba e, um a um, evitando aglomerações, espremeu ao máximo seus talentos - para gravar as baterias, por exemplo, foicerca de um mês e meio.

Silva volta a ser independente para lançar “Cinco”, com proposta analógica e mais brasileira
📷 Silva volta a ser independente para lançar “Cinco”, com proposta analógica e mais brasileira |Vitória Leona/Divulgação

“Eu vinha do Bloco do Silva, fazendo show de verão, barulhento, com muita percussão. Seria difícil voltar para uma coisa minimalista, para os sintetizadores”, explica o músico, que rodou o país lotando shows carnavalescos, que surpreenderam quem acompanhava a lenta evolução de sua timidez no palco. “Até os contratantes duvidavam (risos). Mas o primeiro já foi em São Paulo, num trio elétrico parado, para dez mil pessoas. Eu entendi que precisava botar para fora, fazer um esforço, e deu certo, quando vi já estava mandando o povo tirar o pé do chão”.

“Cinco”, então, é uma sequência natural e grandiosa de “Brasileiro” (2018), disco ancorado pelo hit “Fica Tudo Bem”. A dobradinha com Anitta levou o trabalho de Silva a um novo patamar popular, e a parceria com a estrela pop carioca foi retomada agora com “Facinho”, um divertido ska MPBzado com letra pegajosa (“a gente é facinho, facinho é tão bom”, cantam). A verve dançante do ska, aliás, é o fio condutor do novo trabalho, junto com os versos solares e diretos, inspirados em viagens à Bahia.

Desde o surgimento como o jovem indie fascinado por sintetizadores de “Claridão” (2012) e “Vista pro Mar” (2015), Silva experimentou diferentes caminhos em seu trabalho autoral. Assumidamente pop, “Júpiter” (2015) avisava que o capixaba não queria ficar restrito a nichos, o que se confirmou no tributo “Silva Canta Marisa”, indicado ao Grammy Latino. Mas faltava fincar o pé como grande representante da nova MPB, o que buscou explorando sua visão de bossa nova em “Brasileiro”. Para “Cinco”, ele não parece mais se importar em provar nada a ninguém:

“Eu tive uma experiência em Tóquio, uma imersão artística com músicos do mundo todo. Conversando com os gringos, eles só falavam de Tropicália, coisas dos anos 1970, e depois tinha um gap gigante até o funk. E ali eu me senti desafiado a ser mais brasileiro. Você pode fazer techno muito bom, mas não dá para competir com um músico de Berlim, que é a fonte. Assim como um alemão nunca vai fazer um samba como o de Madureira. Voltei ao Brasil frustrado com esse meio que quer parecer cool, que faz música que funciona por seis meses, para pouca gente. Quero ouvir minhas músicas no futuroe me sentir representado”.

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