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Carimbó de Carajás mostra seu ritmo em festival de música 

No mês em que o registro do carimbó como Patrimônio Cultural Brasileiro pelo Iphan completa seis anos, a cidade de Parauapebas, região sudeste paraense, realiza seu primeiro festival dedicado à esta manifestação cultural, com oficinas até quinta-feira, 10

Imagem ilustrativa da notícia Carimbó de Carajás mostra seu ritmo em festival de música  camera Os grupos Xuatê e Raízes Parauaras (no detalhe), ambos de Marabá, são atrações sábado na programação. | Divulgação

No mês em que o registro do carimbó como Patrimônio Cultural Brasileiro pelo Iphan completa seis anos, a cidade de Parauapebas, região sudeste paraense, realiza seu primeiro festival dedicado à esta manifestação cultural, com oficinas até quinta-feira, 10, e shows com grupos de diversas regiões do estado, nos dias 11 e 12. Intitulado “I Zimba Carajás – Festival de Carimbó de Parauapebas”, o projeto foi contemplado no Prêmio Preamar de Arte e Cultura da Secretaria de Estado de Cultura - Secult, e está sendo todo em formato virtual, com transmissão pelo Facebook.

Realizado pelo Grupo Xuatê Carajás, fundado em 2016 por Thiago Bragança, Solange Loureiro e Márcio Carneiro, o “I Zimba Carajás” busca fortalecer e dar visibilidade à cena artística ligada ao carimbó e à cultura popular em Parauapebas. “A gente está realizando esse festival para mostrar que no sudeste do Pará tem carimbó. Na época que foi feito o mapeamento dos grupos para o registro como patrimônio, não se encontrou nenhum registro no município para ser incluído no dossiê. Com esse trabalho que estamos fazendo, estamos iniciando o mapeamento para que, quando vier as pesquisas, a região possa ser inserida”, comenta Tiago Bragança, coordenador do evento.

Na cena local, eles explicam que quando se toca um curimbó esse ato ainda é visto com olhar de preconceito, porque são várias culturas de outros estados que existem ali. Só agora, com a atuação de pelo menos três grupos de carimbó, isso vem mudando. “Antes da pandemia, íamos para as praças fazer rodas de carimbó, as crianças vinham, trabalhamos com cantiga de roda também, transformando em carimbó. Nossos grupos são formados por famílias”, diz Tiago.

Ele a esposa, Solange Bragança, vêm da tradição familiar no ritmo - Tiago vem da família que criou o grupo de carimbó Sancari, em Belém, e Solange de uma das famílias que fazem o carimbó de Santarém Novo. Os dois se mudaram para Parauapebas há cerca de sete anos. “Vindo pra cá, a gente sentiu a necessidade do carimbó se firmar e ter uma visibilidade no sudeste. A cultura de massa aqui é o sertanejo, que é muito forte, então precisava dar a Parauapebas uma cara do Pará, e é essa a proposta do festival, que o carimbó seja reconhecido no sudeste paraense”, pontua Solange. Por isso, além da transmissão de shows dos grupos locais e convidados para um público mais amplo, o evento promove também atividades voltadas para a educação patrimonial, transmissão de saberes, valorização e salvaguarda de bens culturais relacionados ao carimbó e suas tradições.

Festival com oficinas e lives musicais apresenta o sotaque do carimbó produzido no sudeste paraense.
📷 Festival com oficinas e lives musicais apresenta o sotaque do carimbó produzido no sudeste paraense. |Divulgação

COMEMORAÇÃO

O primeiro dia de shows do festival ocorre sexta-feira, 11, integrado à programação do “Carimbó do Meu Brasil 2020”, evento organizado pelo Movimento da Campanha do Carimbó em comemoração ao sexto aniversário do registro como patrimônio imaterial. Os grupos Xuatê Carajás e Raízes Parauara, de Parauapebas, além dos grupos Mayrabá (de Marabá) e Flores do Carimbó (Canaã dos Carajás) se apresentam nesse dia.

No sábado, 12, é a vez dos grupos Sancari, Sabor Marajoara e Frutos do Pará (Belém), Revelação do Zimba (Salinas) e Os Quentes da Madrugada (Santarém Novo). Segundo os organizadores, a intenção é mostrar o carimbó tocado em Parauapebas e ainda gerar o intercâmbio entre esses grupos com os de diversas regiões. A visibilidade em rede social tem dado destaque a essa produção, inclusive permitindo aos grupos participarem de eventos nacionais e internacionais on-line, como o Xauatê, que após apresentações virtuais recebeu o convite para estar em um festival de música no Chile, em 2021.

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OFICINAS

A partir de hoje, ocorrem as “Oficinas de Saberes e Fazeres do Carimbó”, que visam promover o compartilhamento de conhecimentos tradicionais e sua transmissão a novas gerações, ministradas por mestres e mestras convidados e do Grupo Xuatê Carajás. A primeira será de “Dança de Carimbó”, com Ismael Pinheiro (Marajó); amanhã, tem a oficina “Sotaque de Banjo”, com Thiago Bragança; e na quinta-feira, a oficina de “Confecção de Maracas”, com Mestre Lucas Bragança (Sancari). As aulas são on-line, com inscrição por formulário disponível no Facebook do festival.

Na fanpage também estão disponíveis as gravações dos bate-papos que iniciaram no último sábado, 5. “Reunimos fazedores de cultura do município para falar do carimbó em Parauapebas, e pra nós foi gratificante porque estamos aqui fazendo pesquisa sobre como esse curimbó chegou na cidade, quem foram essas pessoas que trouxeram para cá”, comenta Thiago sobre os encontros on-line.

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