A paraense Eduarda Moraes é a vencedora da disputa no concurso junino “Lute Pela Coroa”, iniciativa do Ispia, portal de comunicação e entretenimento voltado para a cultura popular com ênfase no movimento junino. “Fiquei muito feliz, com sensação de dever cumprido. Felicidade pelo apoio e força que recebi, porque se não fosse pelo público a gente não tinha vencido e a coroa não era nossa”, diz Eduarda, que deixou para trás cinco candidatas do Ceará na final do evento.
Eduarda foi a única representante do Norte no concurso, composto de duas etapas - eliminatória e final -, onde todas as candidatas foram analisadas da mesma maneira, por votação ativa através do público e de um jurado. O público ajudava a sua candidata através de uma votação nos Stories e visualizações do vídeo dela no YouTube.
O resultado foi anunciado no último domingo, 29, durante uma transmissão ao vivo no Portal Ispia, onde foram informadas as notas de todas as candidatas, com a paraense vencendo no quesito voto popular.
Ver essa foto no InstagramUma publicação compartilhada por Saudação , Eduarda Moraes 🌺 (@dudafmoraes) em
“Eu chorei bastante. No início eu fiquei um pouco tensa porque eram seis jurados e só um me escolheu, achei que poderia não levar. Depois fiquei superfeliz, a coroa é minha, na verdade é nossa, porque se não fosse o público ela não teria vindo”, reforçou em agradecimento, emocionada.
Estudante do terceiro ano de Nutrição, Eduarda participa de grupos folclóricos, já foi rainha de bateria e membro de comissão de frente no carnaval, já dançou em banda e participa de quadrilhas juninas. “Quero dedicar essa vitória à minha equipe ‘Sala de Ensaio”, eles foram incansáveis, passaram noites acordados assistindo a filmes. Foram eles que produziram o clipe, a música, coreografia, o figurino, maquiagem e cabelo, tudo [para a participação no concurso]”, completa.
Eduarda, 21 anos, é uma amante da quadra junina desde os três anos de idade, e sofreu com o preconceito racial durante o concurso. Um internauta escreveu um comentário racista na postagem com a foto da candidata paraense. “Vai perder, sua macaca suja, o Ceará tem as melhores rainhas e não precisam se jogar no chão. Pará precisa aprender muito”, disse o cidadão. Mas a candidata não deixou se abater, e viu no comentário um incentivo a mais para se determinar na disputa.
“Hoje eu vejo aquela mensagem como motivacional, ela me motivou a seguir em frente, me deu mais garra e força para correr atrás dos meus sonhos e não me deixou esmorecer. Me deu força para usar várias plataformas para dar voz e pedir apoio para as mulheres da periferia”, conta ela.
Coroa, troféu, prêmios dos patrocinadores e uma faixa foram as recompensas do concurso para a campeã, que quer seguir no mundo artístico e cultural, e continuar levantando a bandeira da comunidade negra. “Hoje eu me sinto muito poderosa e vou continuar usando esse poder para a minha comunidade negra, para ajudar as pessoas que precisam e sofrem com o racismo. Eu espero que o concurso abra muitas portas para eu continuar dando força e voz a quem precisa”, diz.
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