Uma canção de rap foi excluída pela Fundação Cultural do
Município de Belém (Fumbel) de um edital para o Festival “Embalando a Arte na Rede”.
“A voz do gueto”, parceria entre Everton MC e Pelé do Manifesto, foi proibida
de concorrer ao edital por suposta ‘incitação ao ódio’, segundo o órgão ligado à Prefeitura de Belém.
Os artistas, conhecidos no cenário hip-hop da periferia da
capital, revelaram o caso em suas redes sociais, acusando a Fumbel de censura. “Fui acusado pela prefeitura de "APOLOGIA
A VIOLÊNCIA" (risos) pelo material que enviei no ato de minha inscrição em
um edital cultural da FUMBEL”, disse Everton em sua conta no Facebook.
DENÚNCIA.
— Michel Pinho (@michelpinho) June 21, 2020
Prefeitura de Belém diz que RAP é discurso de ódio e elimina música do edital Embalando a arte na rede. O artista Everton Araújo, parceiro do Pelé do Manifesto se inscreveu no edital citado e a música foi censurada sobre a argumentação de fazer apologia à violência. + pic.twitter.com/Nlihc5lXqZ
A justificativa da
fundação gerou uma enxurrada de críticas sobre os critérios utilizados pela
gestão municipal para promover cultura em Belém. A canção fala sobre as
dificuldades enfrentadas pelos moradores da periferia da capital, com ênfase na
política racista de algumas instituições, como a violência abusiva da Polícia
Militar nestes locais.
A ideia para a música surgiu após um amigo e grande incentivador da dupla ser assassinado. Everton e Pelé estavam em gravação no estúdio quando receberam a notícia. Os dois voltaram a gravar dias depois, fazendo a canção em homenagem ao amigo. Veja:
A reportagem solicitou resposta à Fumbel na noite desta segunda-feira (29) e aguarda posicionamento.
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