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Zélia Duncan e Arthur Nogueira iniciam parceria musical pela internet

O cantor e compositor paraense Arthur Nogueira lançou um single em parceria com a cantora Zélia Duncan. Intitulada “Dessas Manhãs Sem Amor”, o processo de criação da composição segue o ritmo da reclusão imposta pela pandemia, intensificando as conexões da

Imagem ilustrativa da notícia Zélia Duncan e Arthur Nogueira iniciam parceria musical pela internet camera Arthur Nogueira participa do programa “A Sala É Sua” amanhã cantando uma música sua e uma de Zélia | Reprodução

O cantor e compositor paraense Arthur Nogueira lançou um single em parceria com a cantora Zélia Duncan. Intitulada “Dessas Manhãs Sem Amor”, o processo de criação da composição segue o ritmo da reclusão imposta pela pandemia, intensificando as conexões das pessoas com a internet. Feita à distância, por meio de mensagens entre os dois artistas, a canção fala sobre os dias atuais e já está disponível em todas as plataformas de streaming. Dessa parceria surge uma amizade que será simbolizada no programa do YouTube “A Sala é Sua”, que promove encontros inéditos entre artistas, e na qual Arthur se apresentará cantando uma canção de Zélia nesta sexta-feira, 24.

Ouça aqui.

Gravada com produção musical do também paraense STRR e participação de Zélia (que lê trecho de poema da poetisa grega Safo), a faixa dá prosseguimento ao novo projeto autoral do artista, que consiste em cinco singles realizados com o Prêmio de Produção e Difusão Artística 2019, da Fundação Cultural do Pará (FCP). “Dessas Manhãs Sem Amor” é a terceira das cinco canções programadas por Arthur Nogueira para o primeiro semestre deste ano. A primeira foi “Pontal”, música dele com letra de Fernanda Takai, escrita depois de um passeio de barco em Belém, sua cidade natal. A segunda, “Salvador”, tem letra e música do artista paraense e consiste em uma homenagem ao carnaval e à música de rua da capital baiana.

Embora atual, a feitura de “Dessas Manhãs Sem Amor” ocorreu no começo do ano, antes da pandemia, conta Arthur. “Zélia e eu até comentamos que, se tivéssemos planejado, ela talvez não soasse tão ajustada a esse momento. Infelizmente, as manhãs sem amor no Brasil não são de hoje. É difícil acordar e se manter na luz, alheios à intolerância que nos assombra”, considera.

ENCONTRO

Arthur diz que os dois nunca se encontraram pessoalmente.“Combinamos de fazer isso quando nossa música ficou pronta, mas a pandemia nos impediu. Na época em que lancei o álbum ‘Sem Medo Nem Esperança’ (2015), Zélia e eu trocamos mensagens, ficamos amigos ‘virtuais’, digamos assim. Até que, nesse ano, algumas canções do álbum mais recente dela, ‘Tudo é Um’, me tocaram bastante. Talvez por eu tê-la ouvido demais esse ano, a melodia de ‘Dessas Manhãs Sem Amor’ aconteceu e achei parecida com a Zélia. Escrevi dizendo isso, ela gostou da música e me retornou com a letra pouco tempo depois”, conta o músico, feliz com a nova amizade. “Nosso encontro na vida tem sido muito feliz. Falta só a presença física, adiada por fatores alheios à nossa vontade já há algum tempo, mas sinto sua chegada como uma amizade que veio para ficar”, celebra.

O paraense segue detalhando pormenores da música. “A letra, para mim, é como uma cantada. A tentativa de convencer o outro a se desarmar, a se entregar a uma nova história de forma profunda. E é claro que há um contexto político bem marcado. Como expliquei, as manhãs sem amor têm a ver com a intolerância que nos assombra, com a banalização da violência. ‘Desarmar’, por exemplo, é um verbo simbólico. A gente se desarma quando se entrega para alguém, mas também chegamos a um ponto em que se desarmar, isto é, ser contra as armas de fogo, é proteger quem a gente ama. Lembro, por exemplo, dos belos versos do Maiakovski: ‘Nosso arsenal é o canto/ Metal? São timbres que tinem’”, cita o artista.

Zélia, por sua vez, quando ouviu a melodia da música, chegou a dizer que ela continha “certa tristeza musical”. “Antes de tomar qualquer decisão, procuro controlar a emoção e agir de forma racional. Porém, quando se trata de música, a emoção passa à frente. Imagino que isso transpareça no meu canto e que essa intensidade possa soar como tristeza. Não tenho problemas com isso. A tristeza nos faz crescer. Não encaro a felicidade como um estado constante. Quero ser feliz muitas vezes ao dia, e sou”, explica Arthur.

Amizade com admiração mútua

Arthur Nogueira conta que foi emocionante sua participação no Programa “A Sala É Sua”, uma série musical no YouTube, que será exibida nesta sexta-feira, 24. “Eu já havia feito a música com a Zélia, mas, sem saber disso, o DJ Zé Pedro, diretor artístico do programa, intuiu que nosso encontro poderia render uma boa parceria. Gravamos separados, em São Paulo. Cada artista deveria escolher duas canções, uma do seu próprio repertório e outra do repertório do seu parceiro de programa. Eu escolhi ‘Salvador’, composição minha, um dos singles que lancei nesse semestre, e ‘Me Revelar’, do repertório da Zélia”, cita.

Para Zélia Duncan, essa participação foi bem inusitada. “Solitária…não nos vimos. Aliás, nunca nos vimos. Mas tem lá seu charme, temos falado por mensagens e me sinto muito à vontade com Arthur, além de já admirar sua voz e suas canções. Somos amigos e parceiros de quarentena, mas nosso abraço está guardado já num lugar cheio de carinho. E aliás, o programa está lindo!”, convida a cantora.

Arthur sugeriu que Zélia cantasse a música “Dessas Manhãs Sem Amor”, aproveitando a oportunidade do programa para ter um registro oficial em sua voz, já que no single ele canta sozinho. “O programa foi dividido em duas partes e está disponível na íntegra no YouTube. Na primeira parte, Zélia me apresenta e canta nossa parceria. Na segunda, que vai ao ar nesta sexta-feira, eu falo sobre ela e canto sua música. Eu não estava no dia da gravação da Zélia, então fiquei tão curioso quanto o público para ouvi-la interpretar ‘Dessas Manhãs Sem Amor’ e falar sobre mim e meu trabalho. Foi emocionante”, admite Arthur.

Zélia Duncan, por sua vez conta que essa experiência lhe trouxe uma grata parceria. “Fizemos a parceria um pouco antes da quarentena, como um prenúncio, muito por conta de todo o clima de polarização e violência que já vem desde a campanha eleitoral, acredito. Foi muito natural fazer essa letra, porque a melodia me tocou logo de cara e, para mim, é o sintoma que preciso, para rabiscar as palavras, entender para onde a melodia está me levando. A voz de Arthur também é inspiradora, ela sussurra coisas no nosso ouvido”, analisa.

Ela diz que esse sentimento de tristeza também é um elemento que a inspira. “A tristeza da melodia e a melancolia da voz cantada me sugaram imediatamente. Sou uma letrista que escreve o que sente. Meu trabalho, claro, é na tentativa de não ser repetitiva, tentar alguma surpresa, alguma isca para quem ouve e, antes de mais nada para o parceiro, que espera a letra. Não funciono artificialmente, não decido previamente, a não ser a decisão de ser fiel a mim e suar em cima do que tento imprimir. Quando o parceiro manda uma melodia já com algum sentimento prévio, mergulho na ideia dele e acho prazeroso também. Às vezes vem com título e aquilo me direciona. Mas é sempre imprevisível para mim”, aponta.

Sobre seu processo de composição, ela diz que tudo é muito tátil. “Sou também uma artista que fala do que vê. Eu escolhi me expor, me colocar e na minha música, desde sempre, estão minha opinião e minha observação sobre o mundo. Gosto muito de fazer assim. Nossa parceria chegou nua, sozinha, pelo meu zap, essa foi a roupa que fiz pra ela, que achei que lhe cabia. Assim, meio azul marinho… Tem uma tristeza, mas fala também de paixão. Nada mais vivo do que a paixão, pelo menos em sua primeira fase! (risos)”, brinca.

Ela diz que seu mais recente projeto, “Eu Sou Mulher, Eu Sou Feliz” dialoga de alguma forma com esta parceria. “Só na medida em que sou eu lá e aqui. Amo ser mulher e a consciência feminista me faz uma pessoa melhor, mais solidária e com desejo de aprender sobre o outro, então vai permear tudo que eu fizer daqui para frente”, observa.

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