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O VOO PERIFÉRICO

Rapper paraense Daniel ADR lança clipe de “Asas de Ícaro”

Com narrativas de denúncia sobre descaso e de ascensão da população negra e periférica, o rapper paraense Daniel ADR lança hoje, no Youtube, o videoclipe da faixa “Asas de Ícaro”, de seu último EP “Luminescente”, que já está disponível em todas as platafo

Imagem ilustrativa da notícia Rapper paraense Daniel ADR lança clipe de “Asas de Ícaro” camera Daniel ADR usa o mito de Ícaro para falar falar das dificuldades da juventude preta na periferia. | Divulgação

Com narrativas de denúncia sobre descaso e de ascensão da população negra e periférica, o rapper paraense Daniel ADR lança hoje, no Youtube, o videoclipe da faixa “Asas de Ícaro”, de seu último EP “Luminescente”, que já está disponível em todas as plataformas digitais. Com a parceria do grafiteiro PTCK, o artista divulgou o lançamento de forma diferente: nos muros da cidade.

“Meu processo criativo perpassa bastante pela minha rotina, do que eu vejo e vivencio. ‘Asas de Ícaro’ integra meu EP ‘Luminescente’, que foi lançado em dezembro que 2019 e que trata do conceito de ser sua própria luz. Sabemos que voar é impossível. Assim como muita coisa, para quem é preto periférico, é quase impossível, ‘Asas de Ícaro’ é a forma de burlar esse sistema e dizer que, apesar das dificuldades, o impossível se torna possível”, disse Daniel.

O trabalho faz alusão ao conto de Ícaro, da mitologia grega, na construção das asas como um paralelo para as próprias construções de vida. “Sabe aquele ditado que diz que o sol nasce para todos? Isso não é verdade quando falamos da juventude preta de periferia que está à mercê da criminalidade, com falta de incentivo à arte e cultura, lazer, etc. Esse recorte de raça e classe é fundamental e eu trabalho em todas as minhas obras”, diz o rapper.

Usando dois ambientes, com e sem luz, o videoclipe usa esse recurso para pontuar o antes e depois das “asas”, focando no desejo de ascensão da população negra.

O lançamento na internet já estava planejado, diz o artista. “A data foi definida antes da pandemia [do coronavírus] realmente vir à tona no Brasil, mas sabemos que agora todo cuidado é pouco. Muitas pessoas estão evitando de sair e ficando mais ativas nas redes, o que, com certeza, irá aumentar o alcance e possibilidades de acessos ao clipe”, diz Daniel, não deixando de fazer uma crítica social. “Porém é importante ressaltar que essa realidade de poder ficar em casa para se proteger não é a da maioria da população. Principalmente de periferia, que precisa usar transporte público diariamente e ir ao trabalho. Muitos bairros estão sem água, o que dificulta bastante a higienização. Inclusive nesse momento que estou dando entrevista, meu bairro está sem água”, pontuou rapper.

O artista, hoje com 21 anos, começou a carreira aos 14 anos, passando pelo hip hop, participando de batalhas de MC’s, hoje ver esse momento de lançamento como muito importante para a sua trajetória profissional.

“Me vejo em um momento muito importante, com um público fiel ao meu trabalho. No clipe de ‘Asas de Ícaro’, eu consegui unir uma equipe muito boa para a realização desse trabalho, como o Gerson Rocha na direção, e Erick Di e Navi Beatz na produção musical. Esse vai ser meu primeiro lançamento do ano, então espero já começar com o pé direito”, diz.

Daniel ADR já lançou três EPs de forma independente. Em 2017, “Até Agora!” foi um passeio nas tradicionais batidas de boombap. Já em 2018, lançou “Com Amor e Dor, à Minha Flor da Tailândia”, um flerte entre o amor e a estética lo-fi. E em 2019, com influências do estilo Southern Trap, lançou “Luminescente”.

Andro Baudelaire

Para quem está no aconchego do lar, outro lançamento de artista paraense está previsto para sexta-feira, 20, nas redes. É o single “Zolpidem 20mg”, do músico e produtor cultural Andro Baudelaire, que o artista define como uma história de amor que vai “do Black Dog Pub até o The Beatles”, fazendo referência a dois bares famosos na noite alternativa em Belém.

“O remédio é usado como hipnótico para adormecer e muitas vezes causa amnésia. Me pergunto se algumas estórias a gente não precisa de uma dose de Zolpidem, não importa o quão intensa elas sejam”, contou o artista no seu Instagram.

Produzido pelo artista em seu próprio estúdio, o Abbey, com mix e master do Estúdio Jatobeats,de Brasília (DF), o single conta com participações de Walber Moraes no sax e na flauta, Lana Aragão nas violas e Milton Fernando nas guitarras. “Chegou o grande momento, na verdade é uma das coisas que mais me animam depois de ver a composição nascendo. São vários estágios, como um bebê que nasce e vai aprendendo a falar, na música vamos aprendendo a rimar; a criança brinca com seus brinquedos e na música a gente grava com nossos equipamentos, como adolescente tentamos achar sentido para nossas vidas vazias e apaixonadas, na música começamos a descobrir o sentido por trás das entrelinhas da nossa escrita e por aí vai. Chega uma hora que a gente lembra de uma frase e ela faz sentido, assim como na vida uma memória antiga pode nos tocar”, escreveu o artista na rede social.

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