Bengui promove 12 horas de cultura com artistas do bairro

Neste domingo o Bengui recebe um manifesto de valorização e amor a partir da arte. Durante todo o dia, das 9 da manhã até as 21h, o bairro recebe a programação “Ame o Bengui: Um Pirão de Cultura”, com um grande “crossover” artístico envolvendo todas as vertentes das artes, literatura, teatro, música, dança, pintura e artesanato, com artistas que moram e atuam no local se apresentando e ou expondo ao ar livre. O ponto de encontro é a Associação dos Moradores do Bengui (Amob), realizadora do evento, em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura (Secult). Além das apresentações, o público encontrará feira gastronômica, bebidas artesanais e capoterapia (vertente da capoeira como terapia ).

Entre as atrações musicais, estão Kleyton Silva, vocalista da banda Na Cuíra, Em Forma de Samba, Lima Neto, as bandas de rock Extinção Humana, Klitores Kaos e Influenza. Na dança, apresentam-se o grupo regional Paránativo e o grupo Canto do Aracuã. Também tem dança clássica, com o balé do NEP- Núcleo de Educação Popular Raimundo Reis, que desenvolve projeto com crianças. O grupo Ubuntus faz demonstração de capoeira e ainda tem encenação com Grupo de Teatro Palha. A programação se completa com exposição de M4m4 Freak, Tinta Preta, e Tatuagens Pitoresco, com direito a prêmio de tatuagem no valor de R$ 100 no bingo que será realizado durante a programação.

Esta é a terceira edição do evento - as duas primeiras ocorreram ainda na década de 1990 e tiveram, entre as atrações, a banda Mosaico de Ravena. A proposta é valorizar o bairro também como um cenário produtor de cultura e arte, e consequentemente aumentar o sentimento de pertencimento de quem mora e trabalha por lá. Da mesma forma, fazer com que moradores de outros pontos de Belém enxerguem no Bengui um destino para aproveitar shows, exposições e outras programações. “Dessa forma, queremos que o povo do Bengui possa conhecer a arte produzida no próprio bairro e que pessoas de outros bairros possam também prestigiar isso, assim como os moradores da periferia vão aos eventos do centro, diminuindo distâncias e diferenças”, diz Jobson Cruz, colaborador da Amob.

Do bairro já saíram talentos como o compositor Edilson Moreno, nome onipresente no brega, e também o cantor Afonso Cappelo, que ganhou notoriedade ao participar do “The Voice Brasil” de 2016, mas fez muitas rodas de violão na banca de batata frita dos Madruguitas.

A Associação já vinha realizando há sete anos - sem patrocínio, apenas com recursos captados dentro do grupo “Amigos da Boa Música” - projetos culturais que envolveram shows de tributos a Renato Russo e Raul Seixas; o evento Fest Rock Periferia, com bandas autorais e covers; e ainda peças teatrais que circularam em escolas públicas do bairro, resultado de oficinas realizadas para os jovens junto com a UFPA.

Agora, está em andamento, em fase de aprovação, um trabalho voltado para o grafite, com a intenção de fazer uma gigantesca galeria a céu aberto, e a entidade segue buscando patrocinadores, cooperadores e apoiadores para novas iniciativas.Novas edições do “Ame o Bengui” estão entre as propostas.

“Existe a intenção de tornar esse evento periódico, trimestral ou semestral, com a ambição de receber futuramente nomes como Gaby Amarantos, Felipe Cordeiro, Keila Gentil, Nelsinho Rodrigues, Wanderlei Andrade e Dona Onete”, diz Jobson .