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ABENÇOADA

Gláfira lança “Mar de Odoyá” só com composições próprias

Com sete faixas, todas autorais, repletas de ritmos brasileiros e com temática feminina, a cantora Gláfira lança seu novo disco, “Mar de Odoyá”, nesta quinta-feira, 14, às 20h, no Teatro Estação Gasômetro. Renato Torres, Pedro Viana e Joelma Kláudia são a

Imagem ilustrativa da notícia Gláfira lança “Mar de Odoyá” só com composições próprias camera Este segundo disco é visto pela cantora como fruto de amadurecimento artístico | A2 Ateliê/Divulgação

Com sete faixas, todas autorais, repletas de ritmos brasileiros e com temática feminina, a cantora Gláfira lança seu novo disco, “Mar de Odoyá”, nesta quinta-feira, 14, às 20h, no Teatro Estação Gasômetro. Renato Torres, Pedro Viana e Joelma Kláudia são alguns dos parceiros da cantora nesse novo trabalho.

“O disco vem com a mesma linha do disco anterior, com sonoridade de músicas brasileiras. Eu não gosto muito de dizer MPB, pois tem uma toada, tem duas canções, dois ijexás, quadrilha e todas elas vieram em inspirações em formatos diferentes. O nome do disco é uma saudação a Iemanjá, e eu utilizo esse ícone porque ele inteiro fala sobre feminino, ser mulher, as nossas lutas, empoderamento feminino em todas as letras”, diz Gláfira.

“Por exemplo, em ‘Corrente da Jurema’ falo sobre essa índia dos Tupinambás que não se contentava com a divisão social da tribo, onde as mulheres são colocadas para tomar conta da tribo enquanto os índios saem para guerrear. Ela vai atrás do lugar dela e se transforma numa guerreira, como uma cacique na tribo. Então, ainda que sejam arquétipos no plano espiritual, também são referências. Iemanjá vem nessa contextualização para mostrar a força da mulher, porque ela é a mãe que pariu todos os orixás, é a partir dela que nasce tudo isso. Ela é a origem disso tudo, então fala do feminino nosso, de como nós mulheres somos capazes de fazer tudo o que queremos”, diz a cantora.

O show de lançamento é a conclusão de um processo que vem sendo construído desde de 2013 pela cantora, quando lançou “Jardim das Flores”, seu primeiro disco solo, mas já pensava nos caminhos sonoros que a levaram a este segundo trabalho, amadurecido ao longo do processo e mais distante do rock e do pop a que ela se dedicou na maior parte dos mais de 20 anos de carreira. Neste “Mar de Odoyá”, ela navega sons que valorizam a voz, percussão e evocam a ancestralidade ribeirinha.

“Eu sempre andei nesses dois caminhos, na música brasileira e no rock’n’roll, que é algo que curto muito. Percebo que nesse tempo todinho de gravação venho num processo de amadurecimento, porque no disco do ‘Álibi de Orfeu’ [Gláfira foi vocalista da banda], eu era coadjuvante, foi ali que comecei a compor algumas coisas. No meu disco ‘Jardins das Flores’, que é meu disco anterior, das dez faixas só três são minhas. Então, estava muito no início do processo e nesse novo disco todas as sete faixas são composições minhas, toda a produção, toda concepção, tudo tem um alinhamento comigo, com o meu imaginário, com a minha saudação, origem, eu que sou marajoara. Todo o disco tem muito a ver com o meu processo, como cantora e produtora, eu acho que esse disco é a conclusão de um amadurecimento artístico”, conta ela, sobre o trabalho financiado via Lei Municipal Tó Teixeira e Guilherme Paraense.

Riqueza acústica no disco e no palco

E o show de lançamento deste “Mar de Odoyá” promete ser o mais fiel possível ao disco, com instrumentos acústicos e bastante percussivo. “Todo o show vai tentar reproduzir ao vivo o que a gente gravou em estúdio. A gente teve algumas participações especiais, mas algumas delas não vão poder estar no dia do show, como a Joelma Kláudia, que gravou a voz comigo na nossa composição. Nanna Reis também não vai poder estar. Mas teremos outras participações, Camila Barbalho cantando e no contrabaixo, Marcela Martins que é um cantora de Soure, minha conterrânea... elas estavam na gravação do disco. A Tália Sarmanho e Tista Lima, que fez o acordeon no disco, também vão estar no show”, adianta.

A artista paraense relata que o disco lhe veio como um “chamamento”. Gláfira conta que Odoyá e a história de Jurema lhe surgiram como um convite direto para que ela entrasse no universo místico e ancestral das crenças afrobrasileiras e caboclas para falar da força feminina.

“Travessia do Marajó”, “Mar de Odoyá”, “Tereza Navalha”, “Sou da Encantaria”, “Samaumeira”, “Vontade de Mulher” e “Corrente de Jurema” são as faixas que compõem o disco, gravado entre 2018 e 2019, no Ápce Music e Guamundo Home Stúdio, apoiador do projeto junto com A2 ateliê, MM produções e Secretaria de Estado de Cultura (Secult). A realização é da Reator Cultural Socioambiental, com produção de Narjara Oliveira e Hugo Marola.

GRANDE TIME

A gravação tem os músicos Renato Torres (voz e violão), Heraldo Santos (percussão) e Helder Queiroz (baixolão); além das participações especiais de Gustavo Guerreiro, Tista Lima, Marcelino Santos, Camila Barbalho, Loba Rodrigues, JP Pires, Renata Beckman, Kath Marques e das cantoras Nanna Reis, Marcella Martins, Priscila Duque e Joelma Kláudia.

“Com Joelma gravamos a música ‘Vontade de Mulher’, que fala daquele momento em que a gente diz ‘não quero mais’. O grande desafio da mulher que está num relacionamento abusivo é dizer não. Fizemos essa letra falando sobre esse momento que ela viveu e conseguiu dizer não, para todas as nossas manas verem que é possível sim se libertar. Já em ‘Tereza Navalha’, parceria com Pedro Viana, a gente fala sobre empoderamento feminino, de liberdade do gênero feminino, de poder escolher e sair mesmo na noite e catar um boy. Ela quer viver e diz como quer ser vista. ‘Sou da Encantaria’, feita com Renato Torres, fala sobre as três irmãs turcas, Mariana, Jarina e Erundina, falando da encantaria na Amazônia”, pontua ela, falando das entidades que deram origem ao culto do Tambor de Mina na Amazônia.

Renato Torres também assina a direção musical e arranjos de violão do show.

HOMENAGEM

No figurino feito de lona, e que veste Gláfira na capa do disco, a cantora surge como uma Iemanjá estilizada. “A coroa é um barco. Ao mesmo tempo que a gente quis fazer essa referência à rainha do mar, a gente tomou cuidado de ter o respeito pela religiosidade afro, porque a gente entende que não seria legal fazer uma representação fiel de Iemanjá, não seria possível. Então, quando a gente pensou nisso, pensou: você não é Iemanjá, você está fazendo uma referência e reverência à grande rainha do mar. É sim uma interpretação minha, do meu imaginário, vejo ela linda, bonita, mulher e feminina”, finaliza a cantora.

AO VIVO

Show “Mar de Odoyá”, de Gláfira

Quando: Amanhã, 14, às 20h.

Onde:Teatro Estação Gasômetro

(Av. Gov Magalhães Barata, 830 - São Brás)

Quanto: R$ 25 (ingresso + CD) e R$ 17, 50 (só ingresso), pelo site

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