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ARTES VISUAIS

6º Diário Contemporâneo colocou a fotografia em movimento

Com o objetivo de encontrar obras que estabelecessem dinâmicas de mobilidade da imagem, a 6ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, realizada em 2015, trouxe o tema “Tempo Movimento”. O que foi visto foram narrativas visuais mais fluidas, de

Imagem ilustrativa da notícia 6º Diário Contemporâneo colocou a fotografia em movimento camera Divulgação

Com o objetivo de encontrar obras que estabelecessem dinâmicas de mobilidade da imagem, a 6ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, realizada em 2015, trouxe o tema “Tempo Movimento”. O que foi visto foram narrativas visuais mais fluidas, de caráter multimídia, principalmente com a elasticidade de uma imagem digital. Nelas, a forte aproximação da linguagem fotográfica com a audiovisual presente na produção contemporânea fica clara, construindo um sistema de parceria, onde uma linguagem absorve da outra algo que não é de sua natureza, mas a complementa.

Cerca de 400 trabalhos foram enviados, um número que cresceu em relação às quatro edições temáticas anteriores. Os selecionados e premiados refletiram os questionamentos mais diversos a respeito do tempo, sua inconstância e força na vida.

O “Prêmio Tempo Movimento” foi para “That Crazy Feeling In America”, do gaúcho Marco A. F., uma instalação composta de doze fotos e um vídeo. A série apresentou paisagens e situações comuns ao imaginário dos EUA. Imagens e textos foram extraídos de filmes hollywoodianos problematizando as possibilidades de reconfiguração do movimento fílmico em excertos que, deslocados de seu contexto original, adquirem temporalidades e significações distintas.

Já o “Prêmio Diário Contemporâneo” foi para a obra “Loess”, da paraense Marise Maués. A performance foi produzida em 2015, na Ilha de Maracapucu-Miri, no município de Abaetetuba, onde ela nasceu. A artista se propôs a ficar por sete horas ininterruptas no leito de um igarapé. Relações com outras linguagens e novas sintaxes na representação fotográfica foram vistas neste trabalho.

Por último, o “Prêmio Diário do Pará” foi para a instalação “Horizonte Reverso”, do paraense Dirceu Maués, que desde 2003 desenvolve trabalho autoral nas áreas da fotografia, cinema e vídeo, os quais têm como base pesquisas com a construção de câmeras artesanais e utilização de aparelhos precários. A obra premiada foi uma parede de câmeras escuras empilhadas que apontavam para o mesmo lugar, em uma experiência na qual a imagem perfez um caminho de volta, em direção à imaterialidade.

Além dos premiados, estiveram presentes na exposição as obras dos selecionados Andrea D’Amato (SP), Carolina Krieger (SP), Daniela de Moraes (SP), Edu Monteiro (RJ), Elaine Pessoa (SP), Felipe Ferreira (RJ), Pio Figueiroa (SP), Gui Mohallem (SP), Guy Veloso (PA), Isis Gasparini (SP), José Diniz (RJ), Solon Ribeiro (CE), Júlia Milward (RJ), Karina Zen (SC), Lara Ovídio (RN), Marcelo Costa (SP), Marcílio Costa (PA), Pedro Cunha (PA), Pedro Veneroso (MG), Sergio Carvalho de Santana (CE), Tiago Coelho – Régis Duarte (RS), Tom Lisboa (PR), Tuca Vieira (SP) e Victor Saverio (RJ).

Ramon Reis, Véronique Isabelle e Rafael Bandeira foram as três participações especiais que também integraram a mostra.

ARTISTA CONVIDADA

“Diante das Cidades, Sob o Signo do Tempo” foi o nome da mostra de Jorane Castro, artista convidada da edição. Ter uma cineasta como homenageada reforçou o objetivo do Diário Contemporâneo em aumentar o diálogo da fotografia com as outras linguagens e ultrapassar as fronteiras entre elas, tendo como resultado uma produção artística mais híbrida.

Jorane é diretora, roteirista, produtora e professora do curso de Cinema e Audiovisual da UFPA. Ela coordena a Cabocla Produções e desenvolve pesquisas na área da linguagem audiovisual, privilegiando a Amazônia, como em seu mais recente filme, “Para Ter Onde Ir” (2018).

O que foi visto na exposição foram trabalhos inéditos da artista, desde fotos em preto e branco, uma fotografia urbana e muito sombria, na qual a artista transformava as pessoas em personagens das suas sequências fotográficas; além de experimentações atuais com a câmera do celular. Algumas micronarrativas ganharam movimento muito interessante no suporte do vídeo.

O bate-papo “Fotografia, cinema e o tempo” foi um relato das experiências da cineasta, que desde nova esteve envolvida com o fazer fotográfico, reconhecendo que sua referência estética passa muito pela conexão com a fotografia de Belém.

COMISSÃO JULGADORA

A comissão de seleção de 2015 foi formada pela fotógrafa e pesquisadora no campo da imagem, Lívia Aquino, doutora em Artes Visuais e mestre em Multimeios pela Unicamp,; da curadora, crítica e pesquisadora em Artes Marisa Mokarzel, que é professora e pesquisadora da Unama, doutora em Sociologia pela UFCE e mestre em História da Arte pela UFRJ; e da artista visual, produtora e curadora independente Val Sampaio, professora do Instituto de Ciências da Arte da UFPA, mestre e doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP e também pós-doutora em Poéticas Digitais pela ECA-USP..

FORMAÇÃO

Foi de Lívia Aquino a primeira palestra da programação da 6ª edição. “Enunciados de um Mundo-Imagem [ou o que poderia ser um selfie de todos nós]”, trouxe uma reflexão que evidenciou um amplo sentido para o fotográfico no modo de vida contemporâneo, apontando um hibridismo tanto entre os sujeitos dessa história como pelos meios utilizados para se fazer o que ainda pode ser nomeado como fotografia.

“Escavar, recordar: narrativas fotográficas a partir de reapropriações e laboratório de Cianotipia” foi o workshop realizado por Ionaldo Rodrigues. Nele, o artista propôs discussões a partir de leituras de imagens e experimentações dos participantes com a Cianotipia, processo de impressão fotográfica desenvolvido no século 19. A ideia foi se aproximar do passado e experimentar novas possibilidades com a imagem fotográfica.

Philippe Dubois, um dos principais pesquisadores no campo da estética da imagem, esteve presente em Belém para ministrar a palestra “De Etienne-Jules Marey a David Claerbout, ou como o tempo fotográfico jamais deixou de ser assombrado pelo trabalho do movimento da imagem”. Ele debateu sobre essa visão dominante que estruturou diversas oposições entre as linguagens.

O PROJETO

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do DIÁRIO DO PARÁ com apoio institucional do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, parceria da Alubar e patrocínio da Vale.

Comemorando uma década de atuação este ano, o Diário Contemporâneo se tornou um dos grandes editais de competição do país, além de consolidar o Pará como um espaço de criação e reflexão em artes.

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