Remo: reservas esperam por oportunidade no time titular

Na última sexta-feira (28), o Clube do Remo anunciou de forma oficial o desligamento do meia Douglas Packer, camisa 10 da equipe, algo que fará com que a diretoria de futebol da agremiação se movimente para repor essa peça no setor. Mesmo com a negativa do presidente Fábio Bentes na semana passada, dando como encerrada a negociação, fontes indicam a contratação do meia-armador Eduardo Ramos para preencher tal vaga, com chegada em Belém para amanhã. Contudo, no meio de idas e vindas, alguns jogadores que fazem parte do time aguardam ansiosamente a chance para serem utilizados no gramado em vez de baterem ponto apenas no banco de reservas, na tentativa de provar que há solução para a carência no próprio plantel.

O caso mais emblemático é em cima do atacante Cleberson Tiarinha. Contratado com pompas e com boa recomendação, o jogador, que treina no Baenão desde o final do Estadual, é o único dos mais de 30 profissionais azulinos que ainda não fez a sua estreia. Tiarinha, inclusive, não foi relacionado para as duas últimas partidas, sendo uma delas em Belém. Pela limitação técnica no setor ofensivo, especialmente na finalização, a própria torcida cobra a presença do jogador, até para saber a sua real qualidade em campo.

Autor de cinco gols em 12 jogos na temporada passada, Tiarinha destacou estar em plena forma para atuar, no anseio por uma oportunidade da comissão técnica. “Acho que o trabalho está sendo feito, estou me doando bastante nos treinamentos para que eu possa ajudar a equipe a continuar sempre em busca dos objetivos. Sei que uma hora a minha oportunidade vai aparecer. O Márcio sabe o que faz, enquanto isso vou continuar me dedicando”, disse o jogador.

Embora seja o único na espera de uma partida oficial, Tiarinha conta com alguns parceiros de elenco que acabaram perdendo espaço na onzena titular, como é o caso do meia Dedeco, do lateral-direito Michel e do atacante Mário Sergio, este último que, mesmo relacionado para os compromissos azulinos, hoje aparece como a quarta opção para o setor ofensivo, lembrando que ele chegou a ser, durante o começo desta temporada, titular do time. “Isso faz parte. Encaro com naturalidade. Temos que respeitar e saber o que é melhor para a equipe. Todos somos profissionais e preparados para agarrar a chance quando ela aparecer”, disse Mário Sérgio.

Com base montada é difícil mudar

Desde que chegou ao Leão, o treinador Márcio Fernandes afirmou que padronizar o time seria uma das suas missões. Pois, de acordo com o comandante, quanto mais entrosada a equipe estivesse, mais facilidade teria para ser superior e competitiva. Dessa maneira, com a base pré-estabelecida, naturalmente alguns profissionais acabariam preteridos por causa dessa estratégia adotada.

No entanto, a paciência é a principal companheira no processo de retorno ao time, como apontou o meia Zotti (foto), que fez parte da onzena principal ontem à noite e deverá ser o titular no meio-campo com a saída de Douglas Packer do elenco.

De acordo com o jogador, a calma e a confiança têm que andar lado a lado. “Eu espero buscar essa sequência de jogos. Estava conversando com ele (Márcio), eu preciso melhorar para me firmar na equipe. Os sete primeiros jogos a gente manteve uma equipe, isso é bom, por outro lado alguns jogadores perdem os minutos jogados”, destacou Zotti, que completou, esperançoso. “Espero dar o meu melhor e buscar o meu espaço para manter uma sequência para que possamos voltar aos bons jogos e ficar no topo”, completou o meia.

CONCORRÊNCIA INGRATA

Lesões, opção técnica e encaixe no sistema de jogo. As motivações para a escolha de um determinado atleta na vez de outra é relativa. Contudo, a maior e mais plausível dentre todas, é referente à concorrência por uma vaga. No Estadual deste ano, por exemplo, alguns jogadores, embora sem tanto tempo nos gramados, chamaram atenção, como foram os casos de Pingo e Lailson, volante e meia, respectivamente. Mas o bom futebol executado por Yuri, que acaba fazendo o papel dos dois jovens, afasta a continuidade dos mesmos. E não é somente na linha que isso ocorre.

Na meta azulina, por exemplo, o nome de Vinícius é inquestionável na titularidade e os próprios companheiros de posição sabem da qualidade do camisa 1. Mas afirmam que, se necessário, a posição estará sempre bem servida de opções. “É um cara sem igual. Um grande profissional e por isso é titular. Mas quem está aqui é porque tem qualidade também. Ficamos sempre na torcida por ele, mas se aparecer a chance não duvidem que vou fazer da mesma forma em campo”, disse o goleiro Evandro Gigante.