O pagamento de bônus de desempenho de R$ 1 bilhão da
Petrobras para seus funcionários, como revelou a Coluna, revoltou a Federação
Nacional dos Petroleiros. A turma do piso diz que não sentiu o cheiro do óleo,
que encheu os barris de gerentes, diretores e outros milhares de colaboradores.
A FNP vai notificar a empresa para saber para onde foi o dinheiro. Em seu site,
os petroleiros criticam a empresa por propor redução de salários num processo
de austeridade em prol do lucro, e aponta que parte da direção ganhou esses
milhares de reais. “Neste modelo, em que muitos nada ganham, outros poucos
recebem bônus gigantescos, concentrando a maioria das premiações nos cargos de
alto escalão”, indica o informe da Federação.
Poço sem fundo
Segundo os sindicalistas, o presidente da Petrobrás, Roberto
Castello Branco, pode ter recebido mais de mil vezes seu salário só em prêmios.
Algo perto de R$ 4 milhões.
Jorrou
Há casos citados, internamente, de gerentes e diretores que
ganharam prêmios de R$ 300 mil a R$ 400 mil. A turma da cobertura passou do
milhão de reais.
Resposta
A assessoria da Petrobras jogou óleo na fervura: avisou que
não pode passar nomes e valores, que “todos os funcionários estavam aptos, mas
nem todos receberam”, porque “a remuneração variável diz respeito ao desempenho
dos empregados no ano de 2018”
Brasillll
Esse episódio da Petrobras lembra a música ‘Brasil’ e sua
tragicomédia, cantada por Gal: “não me ofereceram, nem um cigarro/ fiquei na
porta estacionando os carros”.
Vai bem..
De quem passou pela salinha-cela da PF em Curitiba, e viu o
ex-presidente Lula da Silva animadíssimo com esperança de sair da cadeia: “Ele
tem uma pilha de livros para ler, escreve e pratica exercícios diários, na
esteira e com pesos”. É caso único no
Brasil de condenado em segunda instância, sem diploma, com cela especial com
banheiro, TV, esteira ergométrica e escrivaninha.
Cota do lucro
Avança no Senado o PLS 215/2018 que cria alíquota de 15% no
Imposto de Renda para remessa de lucros e dividendos para pessoas e empresas
residentes ou domiciliadas no exterior. Estudo da Consultoria de Orçamento da
Casa indica que a aprovação vai gerar aumento da arrecadação superior a R$ 8
bilhões, já a partir do primeiro ano de vigência. Isso prova o quanto de
capital sai todo dia do Brasil, sem retorno aqui.
Governo S.A.
O texto determina que 21,5% do arrecadado deverá ser
repassado ao Fundo de Participação dos Estados; 24,5% ao Fundo dos Municípios,
e 3% ao financiamento do setor produtivo no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A
proposta foi aprovada pela Comissão de Relações Exteriores e segue para a
Comissão de Assuntos Econômicos.
Nada muda
No Congresso, já se sabe que não há vontade alguma. E se
alguém tem esperança de uma reforma política para valer, vinda do Palácio, um
episódio envolvendo o então deputado Jair Bolsonaro com o então presidente do
STF, Joaquim Barbosa, elucida a versão brasileira de uma velha novela que não
sairá de cena em Brasília.
A cena
Eles se encontraram num ônibus de transfer no Aeroporto
Santos Dumont, em 2013, a caminho do embarque no pátio. Bolsonaro puxou papo:
“E o ‘Petrolão’, ministro, o que acha?”. Barbosa, foi lacônico: “Se não fizeram
a reforma política, vem mais por aí. Vocês (Congresso) não votam”. Citou um
caso: o voto distrital como importante. No que o deputado gargalhou: “Aí o
senhor me F. Tenho votos no Estado inteiro”.
De quem sabe
“A floresta amazônica continuará ameaçada por desmatadores
porque não basta conservá-la, mas nela implantar uma bioindústria de
cosméticos, medicamentosos, alimentícios e agroflorestais, com a capacitação de
populações locais e povos indígenas para participação neste processo. Isto está
previsto no zoneamento regional vigente, nunca impulsionado e agora
abandonado”, alerta o pesquisador Julio Aurelio.
Crescer sustentável
Cientista social da Fundação Casa de Rui Barbosa, Julio
Aurelio foi consultor para a Lei do zoneamento econômico-ecológico de Rondônia,
em 1999, o primeiro Estado a adotar a medida e hoje alvo de queimadas com
suspeita para plantações a pecuária.
Falta a prática
O recado é claro, e outros países sabem fazer nos seus
territórios: Em suma, inevitável cessar o crescimento urbano e as demandas do
progresso sem mexer na floresta. Mas deve ser de forma cautelosa e sustentável,
sem desmatamento. E reflorestando.
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