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GERSON NOGUEIRA

Leia a coluna de Gerson Nogueira deste domingo, 20: Para confirmar a evolução

O Remo que jogou (e venceu) domingo em João Pessoa mostrou, pela primeira vez nesta Série B, o espírito de destemor que lhe garantiu a conquista do Campeonato Paraense, impondo-se ao maior rival nos quatro clássicos realizados. O torcedor andava sentindo

O Remo que jogou (e venceu) domingo em João Pessoa mostrou, pela primeira vez nesta Série B, o espírito de destemor que lhe garantiu a conquista do Campeonato Paraense, impondo-se ao maior rival nos quatro clássicos realizados. O torcedor andava sentindo falta, estranhando até, a lerdeza com que o time se apresentava na competição nacional, abrindo a guarda para adversários menos qualificados e comportando-se de maneira acanhada sempre que jogava longe de seus domínios.
A postura determinada e firme como reagiu à desvantagem inicial, em terreno inimigo, fez justiça à valentia que foi a grande arma azulina no torneio estadual. Como a equipe não é um primor de qualidade técnica, precisa compensar isso com muita entrega e transpiração. Quando se deixa vencer pela acomodação, vira presa fácil em qualquer circunstância.

Aliás, nenhum time consegue sobreviver no futebol ultracompetitivo dos nossos se não tiver disposição para a luta. Mesmo os mais aquinhoados com virtudes técnicas não podem menosprezar o valor do esforço para a conquista de espaços em campo.

Por tudo isso, o jogo desta noite contra o Confiança, no estádio Jornalista Edgar Proença, reserva à torcida justificada esperança de evolução por parte da equipe de Givanildo Oliveira. Sem Jaime, contundido, a mais provável alternativa para completar o ataque é o ágil Gabriel Lima (foto), que marcou um gol contra o Botafogo-PB na volta ao time.

Rápido, inquieto, driblador e afeito ao jogo dentro da área, Gabriel é daqueles atacantes com recursos preciosos e tende a crescer caso incorpore algumas lições básicas para o êxito no futebol. No caso específico, é fundamental não confundir oportunismo com afobação.

Isso vale, principalmente, para as decisões na zona de finalização. Em várias ocasiões – inclusive no célebre jogo contra o Santos, em Macapá, pela Copa Verde 2017 – Gabriel mostrou presença de área, senso de colocação para estar aonde a bola chega, mas falhou terrivelmente na escolha do golpe final.

Ou pegava muito forte na bola quando o correto seria deslocar o goleiro ou vice-versa. Saiu daquela partida com o peso das críticas pelos cinco gols desperdiçados, não por omissão, mas por excesso de vontade. Assim como para os toureiros, saber dosar a ansiedade é um dos predicados mais visíveis nos grandes atacantes.

Sob a orientação de Givanildo, sempre meticuloso e observador, Gabriel tende a progredir tecnicamente, transformando talento em resultado prático. O jogo contra o Botafogo genérico já mostrou um pouco dessa evolução.

Detive-me na avaliação do papel de Gabriel no ataque do Remo por entender que ele, mais até que Elielton (também ameaçado de veto por contusão) e Isac, é o jogador talhado para surpreender e abrir defesas.

Não se pode esquecer que até recentemente o Remo pecava justamente por ser um time previsível ofensivamente, com um centroavante fixo e dois ponteiros abertos. Gabriel subverte esse planejamento de jogo, pois flutua por todos os lados do ataque, dificultando a marcação. Esse aspecto certamente não passa despercebido ao matreiro Givanildo.

Contra um visitante sempre difícil de ser batido – da última vez, em 2017, empatou com o Remo no Mangueirão fazendo dois gols em dois minutos –, os cuidados com a marcação precisam ser redobrados. Leandro Brasília e Dudu mostram-se mais afinados e, com isso, tem havido mais tranquilidade para a última linha.

O jogo deve ser tão problemático para o Remo como foi o do Santa Cruz. A vantagem é que agora o time conta com mais confiança e recursos para furar o bloqueio defensivo do adversário.

Uma análise mais fria sobre a final da Copa Verde

Quem se deu ao trabalho de observar, comparativamente, Papão e Atlético-ES na final da Copa Verde deve ter se impressionado com os erros primários cometidos pelo time capixaba na partida. Falhas de coordenação entre zagueiros e alas, nervosos ao extremo, resultando em bolas que escapavam constantemente ao controle e saíam pela linha de lado.

O goleiro Bambu não encaixou uma bola durante todos os 90 minutos. Saía, de maneira estabanada, socando qualquer cruzamento, até mesmo quando tinha a proteção de seus defensores. Evidência clara de um time inseguro e vulnerável.

Curiosamente, o Papão facilitava a vida do visitante, chutando pouquíssimas vezes em direção ao gol e insistindo nos cruzamentos sem direção. Mesmo com toda a pobreza técnica, o Atlético deu uma escapada pela direita e chegou ao gol num cochilo geral da defesa paraense.

A desatenção é prima-irmã da desgraça, principalmente em decisões. Com a desvantagem, os erros passaram a ser primários também do lado bicolor e quase ninguém parava para analisar o absurdo da situação. O Atlético é um time de Série D. Não apenas isso, um time limitado até para a Série D.

É preciso considerar que o clima de festa pode ter influenciado no desempenho dos bicolores, que tinham a vantagem expressiva da vitória no jogo de ida (2 a 0). Ainda assim, fica difícil aceitar que um time com o preparo que a Série B exige se deixe desnortear por um amontoado de jogadores do outro lado.

Quando Pedro Carmona entrou e concretizou a jogada mais lúcida, aproveitando uma situação para finalmente chutar no gol, fez-se a luz. O golaço caiu do céu e atenuou a impressão ruim deixada pelos campeões, quase amargando uma derrota inesperada diante de 35 mil torcedores.

Triunfos costumam obscurecer defeitos e amplificar virtudes. O Papão venceu merecidamente a CV, mas, na condição de time que luta pelo acesso à Série A, não pode aceitar como normal o sufoco que foi empatar em casa com o modesto Atlético.

Para levantar o troféu, o PSC ganhou seis das oito partidas, empatando duas, contra adversários de 4ª divisão ou sem série. A conquista é importante (e lucrativa), mas não podia jamais terminar de outra forma. O título era, sim, obrigação.

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro comanda o programa, a partir das 21h, na RBATV, com participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Tudo sobre os jogos de fim de semana dos clubes paraenses nas séries B, C e D, além de sorteios para os telespectadores.

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