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ANÁLISE

Evolução azulina e derrubada de Arthur são os destaques da coluna de Gerson Nogueira

O colunista Gerson Nogueira faz análise do futebol paraense na temporada

Imagem ilustrativa da notícia Evolução azulina e derrubada de Arthur são os destaques da coluna de Gerson Nogueira

Maturidade e evolução

Salta aos olhos a evolução técnica do Remo desde que Paulo Bonamigo (foto) assumiu o comando, ainda no ano passado, em meio à disputa da Série C. A equipe deixou o estilo arrastão de lado e abraçou um cuidado maior com a organização, valorizando jogadas trabalhadas e correção nos passes.

As mudanças implementadas pelo treinador foram tão profundas que muita gente não lembra dos tempos de chutões, jogo aéreo irresponsável e a quase patológica mania de errar os passes mais básicos.

Era um tormento ver o Remo atuar, principalmente como visitante, quando quase sempre era sufocado até pelo mais furreca dos adversários. Todos os pecados vinham à tona na forma de timidez e insegurança nas apresentações fora de casa.

A era Bonamigo rompeu radicalmente com isso. Para os mais distraídos pode não parecer grande coisa, mas esteticamente o time evoluiu muito, sem ter se reforçado tanto desde que ele pegou o bonde andando na Série C.

Foram ideias bem aplicadas, conceitos básicos de compactação e boa distribuição em campo, além da utilização correta da função dos laterais. Com Bonamigo, os jogadores entram em campo claramente conscientes do papel que devem executar. Antes, a coisa era meio à bangu.

A apresentação de anteontem, em Bento Gonçalves (RS), foi uma reafirmação dessa nova realidade. O Remo, agora contando com reforços de nível Série B, mostrou-se firme, sólido taticamente e com variações de saída para o ataque.

Não se acomodou com a vantagem do empate. Tocou a bola conscientemente, envolveu o adversário afoito e começou a construir a vitória logo aos 20 minutos em jogada exaustivamente treinada com Marlon avançando para dar assistência aos atacantes.

Interessante é que, nas outras participações recentes do Remo na Copa do Brasil, o grande fantasma era justamente a dificuldade de se impor em terreno inimigo. Ficava faltando sempre um detalhe a resolver, o time não engrenava e acabava sofrendo derrotas inaceitáveis.

A apresentação foi tão ajustada que nem mesmo a arbitragem negativa conseguiu prejudicar ou abalar a equipe. Claro que ainda existem detalhes a corrigir, como o encaixe da marcação no meio-campo, dependente ainda de maior entendimento entre Uchoa e Lucas Siqueira.

Desperdício de chances, hesitações da zaga e decisões erradas no penúltimo passe, como aconteceu em lances com Renan Gorne e Felipe Gedoz, não podem ser relativizados. É preciso treinar e corrigir, pois a meta principal é obviamente preparar o time para a duríssima Série B 2021.

A tranquilidade decorrente da superioridade óbvia permitiu ao Remo se manter inabalável em momentos cruciais, quando o adversário passou a apelar para o antijogo e jogadas de intimidação.

Na entrevista pós-jogo, Bonamigo foi cirúrgico: elogiou a maturidade e a consciência tática da equipe. Sem deixar de valorizar a reestreia de Gedoz, fundamental para fazer o meio-campo funcionar em ritmo mais acelerado, apesar da aparente postura de cadenciar as jogadas.

Ocorre que, mesmo sem correria, Gedoz faz o jogo fluir porque é meia de passe direto, recebe e toca, o que faz o time todo se beneficiar e alargar espaços. Intenso, o meia também pisa na área, como os técnicos gostam de dizer. Como vive boa fase desde a Copa Verde, ele entrou confiante e isso se refletiu na produção.

Lucas Tocantins, por seu turno, estreou e deixou sua marca. Gol importante no jogo e ponto de afirmação para um jogador que veio recomendado, mas que enfrentará concorrência pela titularidade.

O técnico admite que os jogos têm sido usados para dar entrosamento e padrão ao time, pois quase não há tempo de treinamentos repetidos. Além disso, é uma excelente oportunidade para equilibrar o nível técnico e físico de todos, inclusive dos recém-chegados.

Renan Oliveira, que ainda não busca espaço, apareceu de forma diferente no 2º tempo, mostrando preocupação com o jogo verticalizado e contribuindo ainda mais para o desembaraço de Dioguinho, peça mais livre e interessante deste promissor início de temporada azulino.

Insucesso na Copa BR derruba o Rei Artur

O futebol é um poço de injustiças; algumas pequenas, mas não menos dolorosas. Ontem, depois da eliminação na Copa do Brasil frente ao Volta Redonda (RJ), o Castanhal anunciou a demissão de Artur Oliveira (foto). Ficou claro que, para os dirigentes, a culpa do insucesso cabe ao técnico.

É óbvio que Artur tem responsabilidade na má jornada castanhalense, mas não pode ser crucificado como único culpado. Sabia-se que o clube vinha apostando alto na campanha, atento à gratificação por etapas alcançadas. A frustração levou ao fim da parceria com o treinador.

Talvez tenha faltado dimensionar com mais frieza as verdadeiras possibilidades do Castanhal na Copa BR. O time serve para o Campeonato Estadual, mas não tem qualidade técnica para encarar adversários mais calejados. O Voltaço tem um bom time, disputa a Série C e cumpre boa campanha no Cariocão.

Rei Artur, por mais esforço que fizesse, não podia operar milagres. Já tinha ido bem no ano passado, alcançando as semifinais do Parazão – foi eliminado pelo Remo. É verdade que, neste ano, o time ainda não deu liga. Fez boa estreia contra o PSC, mas as atuações seguintes não convenceram.

No embate da quarta-feira, a zaga falhou muito e acabou propiciando ao Voltaço certa facilidade para impor um resultado folgado, sem aperreios. Ficou evidente que, apesar da luta, o time do Japiim não tinha como fazer frente ao adversário mais credenciado.

A diretoria se movimenta em busca de um novo técnico. É provável que a aposta seja em alguém de fora do Estado. Artur seguirá na carreira e logo deverá estar em ação, talvez disputando o próprio Parazão. A conferir.

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