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GERSON NOGUEIRA

Gerson Nogueira pede bom senso para o Parazão e relembra histórias futebol paraense

O tombo dos maioraisSem alternativa possível, o futebol brasileiro espera pelo arrefecimento da pandemia para saber como será a retomada do calendário. A partir daí, virá o desafio maior: descobrir como sobreviver aos profundos impactos econômicos e espor

O tombo dos maiorais

Sem alternativa possível, o futebol brasileiro espera pelo arrefecimento da pandemia para saber como será a retomada do calendário. A partir daí, virá o desafio maior: descobrir como sobreviver aos profundos impactos econômicos e esportivos dos meses pós-quarentena.

Por ora, foram adotadas as providências de ordem prática, como a redução de salários e a concessão de férias coletivas. Diz o ditado que quanto maior a árvore maior o tombo. Pois isso fica evidenciado na situação dos clubes da Série A, que têm o maior faturamento e patrocínios mais vultosos.

A grana advinda dos pagamentos de direitos de TV, cotas de anunciantes e arrecadação de bilheterias só faz minguar, desde o dia em que todas as competições foram paralisadas. O medo do futuro e a tensão natural decorrente da pressão de atletas e funcionários são o tormento de quase todos os dirigentes neste momento.

A questão é que todo mundo foi impactado pela Covid-19, em todas as áreas de atividade. O futebol não é exceção, nem poderia ser. Vem daí a minha profunda estranheza com os queixumes de presidentes de clubes, alguns aqui do nosso Pará.

Que a situação está difícil nem é preciso falar. Cada um de nós, em suas vidas, passa por atropelos diários em razão do aperreio geral envolvendo a pandemia. Não adianta absolutamente nada abrir agora uma olimpíada de queixumes e lamentos.

Resta concentrar esforços e queimar pestanas pensando soluções ou, pelo menos, possibilidades de alguma providência prática. Amanhã, a Federação Paraense de Futebol patrocina uma reunião dos clubes em videoconferência para discutir cenários para o Campeonato Paraense.

Que desta vez os interesses meramente individuais não se sobreponham à causa coletiva. A torcida, que não participa dos debates, espera que o campeonato prossiga e termine em campo. Torcedor nenhum no planeta gosta de decisões tribunalescas. Nas redes sociais, as manifestações são claramente pela disputa dentro das quatro linhas. Quem curte tapetão é cartola, e cartola das antigas.

A hora é de deixar as pinimbas de lado e pensar no que pode ser feito daqui a dois ou três meses em relação a uma competição que tem ainda duas rodadas para finalizar de sua primeira fase. Depois, virão as semifinais e a grande decisão.

Os clubes, sob a mediação da FPF, têm a obrigação de promover a vitória do bom senso nesta reunião prevista para amanhã. É fato que todos estão com dificuldades para manter elencos, com especial dificuldade para os dois grandes da capital, argolados com pendências financeiras que a quarentena só fez agravar.

A decisão que todos esperam é que os clubes paraenses, como os de São Paulo e Rio, decidam pelo respeito ao regulamento e às regras do jogo. Não cabe outro caminho, sob o risco de prejuízos bem mais significativos mais à frente. O prejuízo da perda de credibilidade. Juízo, portanto.

Uma sugestão. Por que nossos gestores não apertam o cerco sobre a CBF, cujo último balanço atestou um superávit de R$ 900 milhões. Parar com essa lenga-lenga de pedir ajuda a uma parceira. Não, a CBF tem obrigação de ajudar mais. Já liberou alguns trocados, mas tem bala na agulha para contribuir de verdade. E, obviamente, os clubes têm que se unir par fazer esse tipo de cobrança.

Recuerdos inspirados nos Jogos Memoráveis

O azulino e tricolor Sérgio Soeiro comenta comigo que acompanhou o programa da Rádio Clube com saudade angustiante. “Estive em ambos os jogos, no auge da juventude (fanático e pobre de marré deci) e tenho na mente as lembranças daquela manhã/tarde: o sistema de som do estádio tocando ‘Satisfaction’ (Stones, of course), timaço, as primeiras doses de caninha... Saudade”.

Ronaldo Passarinho também contribui para a memorabília daquela página gloriosa do nosso futebol. “Fiquei emocionado com a crônica de hoje (terça). Eu era o vice-presidente de Futebol do Remo. Meu tio, Saint-Clair Passarinho, foi um grande amigo de José Aguiar Barroso, pai do Aderson e do Mego. Saint-Clair, remista fanático, ex-atleta do time na década de 1930, falecera dias antes do memorável jogo. Ao término da partida, Mego entregou-me sua camisa como uma comovente homenagem à família do meu tio”, recorda Ronaldo.

Já o Miguel Silva conta que foi ao Mangueirão, mas acabou não ficando para ver o jogo. “De tanta gente que adentrou ao estádio, o jogo era de portões abertos, me assustei com o sufoco que se formou, pulei para dentro do fosso e saí, indo embora. Assisti no sofá de casa, pois o jogo foi transmitido direto pela TV (lembram?), para toda Belém. Inusitado”

Jorge Paz Amorim aplaude a iniciativa da Rádio Clube do Pará. “Excelente a ideia de homenagear os áureos tempos do rádio com jogos que marcaram época. No entanto, sinto falta de mais narração e menos intervenções contemporâneas. Naquele narrado pelo saudoso Jaime Bastos, ficou um gostinho de quero mais; assim como ficou na vibrante locução de Ronaldo Porto direto da Bombonera”.

E lá se vai um fantástico pugilista das palavras

Dias sombrios, noites tristes.

Depois de Moraes Moreira moleque do Brasil, que partiu na segunda-feira, perdemos ontem mestre Rubem Fonseca (foto), que muita gente (boa) já definiu como o pugilista das palavras. Reinventor da narrativa policial. Dono de estilo cru, bruto, mensagens rápidas como golpe de punhal, economia de adjetivos. Um realismo furioso salta de suas páginas.

O mineiro Fonseca deixa legado fantástico a leitores de todas as idades e lições preciosas a jovens candidatos a escritores. Tive a sorte de devorar quase todos os livros - “A Coleira do Cão”, “Lúcia McCartney”, “Feliz Ano Novo”, “Agosto”, “O Cobrador” e “José”, último romance dele. Todos guardados e relidos de vez em quando. Temática urbana, narrativa sempre moderna.

Foi, seguramente, um dos maiorais gigantes da literatura mundial. Segundo Zuenir Ventura, Fonseca tinha pavor de virar celebridade. Recluso, levava vida discreta como a de um monge. A filha disse que ele morreu como um passarinho. Dádiva dos que têm merecimento.

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