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GERSON NOGUEIRA

Leia a coluna de Gerson Nogueira deste domingo, 06: Da arte ninja da sofrência

Muito além das paradas populares, onde artesãos do masoquismo musical pilotam os sucessos, o conceito de sofrência ganha contornos menos românticos quando aplicado ao futebol. Técnicos e jogadores passaram a aceitá-lo como prova de resistência, força ment

Muito além das paradas populares, onde artesãos do masoquismo musical pilotam os sucessos, o conceito de sofrência ganha contornos menos românticos quando aplicado ao futebol. Técnicos e jogadores passaram a aceitá-lo como prova de resistência, força mental e amadurecimento. Poucos times nesta Série B assimilaram também a prática quando o Papão.

Em quatro partidas disputadas, o time soube administrar as pressões, contornar os riscos e trocar uma situação desfavorável por um lance certeiro e letal. Desde o confronto com a Ponte Preta, logo na estreia, essa virtude ficou evidenciada.

Depois de fazer o gol num lance fortuito, de puro oportunismo por parte de Cassiano, o time se esmerou na defesa de seu território, aceitando a pressão sem perder a tranquilidade. Dessa forma, conseguiu sair de Campinas com importante e surpreendente triunfo.

Na segunda rodada, diante do Londrina, na Curuzu, já não havia surpresa. A situação passara a ser de expectativa favorável e o PSC outra vez não decepcionou a torcida.

Mesmo com atuação oscilante nos primeiros 30 minutos, voltou mais forte após a interrupção por falta de luz nos refletores, marcando um gol de caprichada elaboração e extremo apuro na definição, em momento crucial do confronto. Não faltou sofrimento na segunda metade, mas a equipe resistiu bem ao cerco, sem jamais se abalar e sem abdicar de propor jogo também.

O terceiro desafio foi superado de maneira bem parecida. Na Curuzu, dois gols no espaço de quatro minutos liquidaram a fatura. Nem o gol do Brasil, principiando uma reação que quase levou ao empate, tirou o PSC do foco.

Saber sofrer pode não ser um dom natural, mas é virtude que pode ser adquirida e aperfeiçoada. O PSC de Dado Cavalcanti tem revelado uma notável capacidade de exercitar a capacidade de ser resiliente, extraindo da aparente fraqueza uma força inesperada – pelos adversários.

Na sexta-feira à noite, em São Luís, contra um Sampaio Corrêa mordido e enfezado pelos tropeços recentes, a arte ninja voltou a dar as cartas. A vitória não aconteceu, mas o PSC teve motivos para sair comemorando.

Levou um gol aos 3 minutos, recuperou-se aos 9’ com Perema – após falta cobrada por Mike – e aguentou um bombardeio maranhense, que resultou em três oportunidades claras de gol. Uma foi chutada na trave, outra passou a centímetros do poste e a terceira foi desviada milagrosamente pelo goleiro Renan Rocha.

É verdade que o Papão exagerou na licença para sofrer, com um comportamento pífio da linha de zagueiros, sofrendo – olha o verbo aí de novo – horrores com a falta de Diego Ivo e a desentrosada presença de Douglas Mendes.

O desastre poderia ter se configurado ainda nos primeiros 45 minutos, caso os atacante do Sampaio fosse mais preciso nas finalizações. Para tentar reduzir danos, Dado ainda mudou o posicionamento dos zagueiros, deslocando Perema para a direita, centralizando Douglas e deixando Edimar mais à direita.

A mexida no sistema, com a substituição de Perema (lesionado) por Danilo Pires, foi providencial para trazer serenidade à zaga, embora Carandina e Renato Augusto tenham se mantido presos à última linha, revezando-se na cobertura aos laterais.

Com a zaga povoada, não houve mais alteração no placar, embora Renan Rocha ainda tenha feito outra grande defesa em bola que Bruno Moura desviou junto à pequena área. O Sampaio fustigou muito, mas sem direção e objetividade.

Sofrer valeu a pena, no fim das contas. O Papão saiu com um ponto e dentro do G4. O problema é não permitir agora que a prática de resistir até o limite máximo vire prática masoquista, pois gostar de sofrer não é lá muito saudável.

Abusos que o Remo tem obrigação de prevenir

A muvuca inconsequente que interrompeu o treinamento do Remo na manhã de sábado, no Souza, não foi a primeira a acontecer no clube e certamente não será a última. Enquanto houver dirigente permissivo com gangues organizadas, o risco de um desatino sempre estará presente.

Givanildo Oliveira, do alto de sua experiência, reagiu com a tranquilidade necessária à invasão do local de trabalho, mas certamente registrou o caráter extemporâneo e desnecessário da manifestação.

Chegou mesmo a dizer aos supostos líderes do bando que aquele tipo de atitude, cobrando “raça e compromisso” dos atletas, está longe de contribuir positivamente, muito pelo contrário.

Peitar técnicos com postura de intimidação é prática comum às chamadas “organizadas”. Nunca deu muito certo, a não ser para saciar vaidades de figuras obscuras e em certos casos para atender interesses ocultos.

É claro que a situação do Remo na Série C inspira preocupações, mas o bom senso manda que se dê tempo e condições a Givanildo para fazer o time evoluir na competição. Só os muito distraídos ou mal-intencionados não conseguem ver que o elenco é limitado e carece de reforços.

Diante da falta de dinheiro, Givanildo aceitou as modestas aquisições e teve extrema paciência para esperar a chegada do centroavante que vinha reivindicando há tempos. A torcida, em sua maioria, entende isso.

Os encrespados que invadiram o treino não representam o verdadeiro torcedor. Cabe ao clube tomar as medidas necessárias para evitar novos abusos e fazer com que técnico e jogadores tenham paz para trabalhar.

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro comanda o programa, a partir das 21h, na RBATV. Na bancada, Giuseppe Tommaso e este escriba de Baião. Tudo sobre o fim de semana do futebol no Pará. O telespectador pode interagir e concorrer a prêmios.

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