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Jornalista Rodrigo Alvarez lançou em Belém nova obra escrita na voz da personagem bíblica

Ela revisita suas lutas, verbaliza suas ideias sobre os homens, detalha a relação que tinha com seu mestre, mostra sua indignação com as injustiças que sofreu – essa é “#MadalenaSemFiltro”. A relevante personagem bíblica é retomada com voz em primeira pes

Ela revisita suas lutas, verbaliza suas ideias sobre os homens, detalha a relação que tinha com seu mestre, mostra sua indignação com as injustiças que sofreu – essa é “#MadalenaSemFiltro”. A relevante personagem bíblica é retomada com voz em primeira pessoa, na obra do escritor e jornalista Rodrigo Alvarez, que alia pesquisa histórica a uma ficção com olhar contemporâneo sobre a apóstola de Jesus. O livro foi lançado em Belém quinta-feira passada, na Livraria Leitura, e o autor conversou com Você sobre esse novo trabalho.

A ideia para o livro veio logo após o escritor concluir “Jesus - O homem mais amado da História”, lançado no início deste ano. “Percebi que havia um interesse muito grande em Maria Madalena no momento em que a gente está vivendo. Ela começava a ser vista como um modelo para algumas mulheres”, conta. Houve uma revisão da Igreja sobre o papel de Madalena, que há 2 mil anos é tratada como “prostituta arrependida”. Além disso, ao fazer a pesquisa histórica para seu livro anterior, ele encontrou documentos, diálogos, achados arqueológicos recentes relacionados com Madalena e que revelavam muito sobre ela.

“Eu entendi que era preciso explicar melhor quem era aquela discípula de Jesus e por que ela havia sido transformada em prostituta, se não havia indícios históricos para isso”, afirma. Como esperado, a pesquisa revelou informações impressionantes, como de fato havia uma disputa entre ela e o apóstolo Pedro, que não aceitava uma mulher no grupo.

“Ele (Pedro) pediu a Jesus que retirasse Madalena do grupo deles. Houve atrito entre os dois e isso está documentado em textos que vêm da mesma época dos evangelhos. Isso não tem ficção nenhuma. E são diálogos fortes, Madalena chegou a dizer que se sentia ameaçada por Pedro”, destaca Rodrigo. E como alguém que está oprimido por tanto tempo é uma voz que precisa sair, tem muito a dizer, logo veio a opção de fazer a narrativa em primeira pessoa. “De fato é um acerto de contas com a História, porque o papel dela, tudo o que foi dito sobre ela ao longo de 2 mil anos, foi o que interessava ser dito”, justifica o jornalista.

A associação de sua imagem a de prostituta, no livro ela lembra, veio significativamente no ano 591, quando o papa Gregório fez uma homília dizendo que ele tinha certeza que Maria Madalena era a mesma Maria que aparece nos relatos dos evangelhos como sendo a pecadora que lavou os pés de Jesus. “Isso tudo foi baseado em uma crença de um papa naquele momento, não havia nenhum documento que comprovasse. Foi-se fazendo de Madalena o que se queria fazer, o que era conveniente de acordo com cada época”, diz.

Assim, o autor chegou ao entendimento de que o que se fez com Madalena é o que se fez com o papel da mulher ao longo da história. “A opressão a Madalena, o silêncio dela nos evangelhos, é o silêncio da mulher. Então (o livro) é uma revisão também do papel da mulher dentro do cristianismo”, afirma.

Autor tem biblioteca histórica com mais de mil volumes

Rodrigo Alvarez vem montando há oito anos uma biblioteca de história religiosa que já tem mais de mil volumes. São documentos que lê, acessa e interpreta. Entre eles, os evangelhos apócrifos da biblioteca de NagHammadi e o místico “Pistis Sophia”, usados como referência para “#MadalenaSemFiltro”.

Autor de vários outros livros, como “No País de Obama” (2009) e “Haiti Depois do Inferno” (2012), Rodrigo Alvarez também possui mais dois títulos envolvendo temas religiosos. É o caso de “Maria” (2015) e “Jesus - O homem mais amado da História”, que se unem à “#MadalenaSemFiltro” como obras que voltam no tempo para entender o que de fato foi aquele personagem histórico.
“Madalena é um dos mais importantes apóstolos – e não a 13ª, como alguns já começaram a falar. Era a ela que Jesus recorria nos momentos difíceis”, exemplifica o jornalista, informando que suas pesquisas trouxeram vários relatos de momentos em que Madalena apoiou Jesus. “Provavelmente, sem ela a missão de Jesus não teria sido cumprida com o sucesso que teve. Madalena era certamente tão importante quanto o apóstolo Pedro, e daí a divergência entre os dois, o incômodo dele. Era ciúme, disputa de poder. A gente sabe pelos evangelhos que havia disputa entre os apóstolos, eles manifestam isso inclusive nos momentos finais de Jesus, numa prova de egoísmo terrível deles”, destaca.

Dando uniformidade e voz poética ao que revelam tais documentos, Rodrigo coloca em cena como essa mulher reagiria ao saber o que foi feito dela. E, assim, abre esse paralelo entre ela e tantas outras ao longo da história. Mostra que se hoje Maria Madalena recebe flores em igrejas dedicadas a ela em Paris, Nova York, São Paulo e vários outros lugares do mundo, é porque houve muita luta por este reconhecimento feminino.

PARA ENTENDER

Livro “#MadalenaSemFiltro: Memórias póstumas da apóstola de Jesus”
Editora: LeYa
Onde encontrar: Livraria Leitura (Pátio Belém)
Valor médio: R$ 29,90

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