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Conheça as paraenses que concorrem à miss em festival de tatuagem

Com 19 tatuagens, a maioria pequenas, mas duas muito grandes - sendo uma que toma quase toda a extensão das costas e outra boa parte da lateral do seu corpo-, a advogada Jiji Lima foi eleita a Miss Tattoo Day de 2016, título que para ela representou a lib

Com 19 tatuagens, a maioria pequenas, mas duas muito grandes - sendo uma que toma quase toda a extensão das costas e outra boa parte da lateral do seu corpo-, a advogada Jiji Lima foi eleita a Miss Tattoo Day de 2016, título que para ela representou a liberdade. “Liberdade de igualdade, da mulher poder representar algo tão simples e tão lindo que é uma arte no corpo, independente do padrão e estereótipo”, diz.

“Eu sou muito magra e não sou nem de longe um padrão. Sou advogada e as pessoas não concebem ainda uma mulher ter uma profissão e ter a liberdade de ter tatuagem e o cabelo como quiser, mantendo sua vida privada. O fato de uma mulher ter o corpo tatuado não significa que ela não possa se dar valor, que a sociedade não pode tratá-la como uma cidadã com direitos e deveres como qualquer outra pessoa”, defende Jiji, que sofre até hoje com o preconceito. “Quando estou de short e regata o preconceito é mais nítido, mas se estou de blazer nem tanto. Tatuagem pra mim representa ser única. Cada um de nós quer ser visto, lembrado, homenageado e a tatuagem é algo que nos representa tão intimamente que, mesmo que outra pessoa tenha uma tatuagem igual à sua, ela ainda assim será diferente, porque está em outra pele, outras condições de corpo e caráter, principalmente. Então, a tatuagem
representa unicidade”, avalia.

A tatuagem para alguns pontua as fases da vida, de realizações e de expressões de sentimentos ou marcas de personalidade na própria pele. Mas nem sempre foi assim e esse tipo de arte já foi visto como algo marginalizado. Houve também um período em que era entendido como algo masculino. Hoje, senhoras eternizam nomes de filhos e netos, mulheres em geral registram momentos se tatuando e rompendo preconceitos. E o Concurso Miss Tattoo Day no Pará, que está em sua quinta edição, vem dando a sua parcela de contribuição para romper esse preconceito, mostrando a beleza feminina e suas tatuagens.

A edição 2018/2019 do concurso está na fase semifinal, quando dez candidatas disputam o voto popular na fanpage do evento. Desse total, de candidatas, apenas sete finalistas vão desfilar no último dia do Tattoo Day Pará, marcado para 13 de janeiro.

“O concurso vem justamente pra reforçar esse ponto, de que a mulher tem tanto direito quanto o homem de fazer uma tatuagem onde bem entender no seu corpo e escolher o desenho que expresse mais sua identidade, sem ficar presa àquele conjunto simbólico de desenhos considerados por muitos como ‘femininos’. Isso talvez seja a maior ruptura do concurso, as garotas que se inscrevem já estão nesse segundo nível de autoafirmação, já não querem mais fazer florzinha, passarinho, adorno, já têm tatuagem que se equipara às dos homens no tamanho e complexidade também”, diz Saulo Filgueiras, diretor da produtora Mutia, que organiza o Tattoo Day e o concurso.

Voto virtual definirá as dez finalistas

OMiss Tatoo Day 2019 está em sua quarta etapa, a primeira foi em junho e contabilizou 60 inscrições. Depois, 30 candidatas foram para a segunda fase e participaram de um desfile no mês de setembro. Ali foram escolhidas dez candidatas por um júri especializado, com critérios baseados em numa tríade que misturava atitude, o conjunto da beleza e as tatuagens, e são elas que agora estão na semifinal com voto popular tentando uma vaga no desfile final. A primeira colocada ganhará uma tatuagem no valor de R$ 1,5 mil, mais book fotográfico, além de brindes. Já a segunda colocada levará uma tatuagem de R$ 1 mil; e a
terceira, uma de R$ 500.

Mas, para se chegar às passarelas exibindo com orgulho suas tatuagens, as mulheres romperam muitas barreiras desde a chamada primeira era comercial da tatuagem, de 1940 a 1975, período dominado pelos “riscos” nos homens. “Os marinheiros foram os grandes difusões da arte da tatuagem no mundo. As mulheres ainda tinham a carga de inferioridade imposta pelos homens, então se observava ao logo dos anos as mulheres fazendo tatuagens menores e em lugares mais escondidos, discretos”, diz Saulo.

Um das primeiras mulheres tatuadas que se tem notícia teria sido a trapezista norte-americana Maud Wagner, casada na época com o tatuador Gus Wagner, que possuía 264 tatuagens. Maud tonou-se sua aprendiz e, anos depois, a primeira mulher tatuadora dos Estados Unidos. Ela sofreu preconceitos, pois naquela época as mulheres tatuadas eram vistas como atração de circos e “freak shows”.

“Existe algum ponto de ruptura aí, que a gente não sabe identificar exatamente quando começa, mas é quando os homens passarama valorizar isso como uma coisa sexy, porém sempre permitindo apenas aquela expressão mais ‘afeminada’ da tatuagem, né? Então, essa mudança de conceito, de que a mulher pode também fazer uma tatuagem grande, mais expressiva, já é mais recente e veio junto com as conquistas feministas ao logo do tempo”, acrescenta Saulo.

Ele explica que o “Miss Tattoo Day” mostra também um perfil bem diversificado de competidoras, até mesmo porque a tatuagem é isso: não escolhe cor, tipo físico e nem idade. “Sempre tivemos diversidade de corpo e idade no concurso, mas a maior diferença esse ano é que duas candidatas são trans. Isso é inédito no Brasil”, comemora.

A seguir, conheça o perfil das candidatas desta edição.

(Aline Rodrigues/Diário do Pará)

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