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Paraenses participam de exposições em São Paulo

Fotógrafos paraenses têm participado ativamente de exposições fora do estado. Elza Lima e Guy Veloso estão em O que Vem com a Aurora, na Galeria Triângulo, em São Paulo, com curadoria de Bernardo Mosquera; Octavio Cardoso, editor de fotografia do DIÁRIO,

Fotógrafos paraenses têm participado ativamente de exposições fora do estado. Elza Lima e Guy Veloso estão em O que Vem com a Aurora, na Galeria Triângulo, em São Paulo, com curadoria de Bernardo Mosquera; Octavio Cardoso, editor de fotografia do DIÁRIO, e Luiz Braga compõem a mostra A Cor do Brasil, com curadoria de Paulo Herkenhoff, Marcelo Campos e Clarissa Diniz, no Museu de Arte do Rio (MAR); e Danielle Fonseca integra o 22º Salão Anapolino de Arte, em Anápolis, Goiás. Em todos os casos, olhares diversos sobre a cultura, o cotidiano e a paisagem local.

A Amazônia que não existe mais, aquela das memórias da fotógrafa Elza Lima, foi decisiva para que ela integrasse a exposição coletiva na capital paulista. São fotografias realizadas em Óbidos, em cidades do Marajó e em Capanema, todas no Pará. A mostra tem cunho político e, por meio da arte, aborda temas contemporâneos que afligem a sociedade, como a questão ambiental, de gênero, da multiculturalidade, da diversidade de religiões. Durante o processo de escolha das obras, a fotógrafa hesitou e disse que as imagens não representam mais a sua produção contemporânea. E foi nesse instante que o curador percebeu a oportunidade.

“Ele me convenceu de que a exposição tinha caráter de tocar nas feridas expostas da Amazônia. Aceitei na hora. Desde 2010 o meu trabalho fala disso, sobre essa terra de ninguém, onde se constroem hidrelétricas sem o menor respeito ao homem que vive na região”, explica Elza Lima, que integra o time de mulheres que compõem 60% de toda a mostra.

Nos outros 40% dos convidados (20 artistas no total e um coletivo) está um grupo eclético, do qual integra outro paraense, Guy Veloso. Na mostra ele apresenta uma foto da festa de Exu, que se realiza todo ano na virada do dia 23 para 24 de agosto, em Outeiro, distrito de Belém, numa encruzilhada.

O registro foi feito em 2011, quando ele ainda usava material analógico. Interessado por temáticas religiosas, desde 1990 Guy registra uma série de manifestações pelo Brasil inteiro, como o Círio de Nazaré e os penitentes. Para realizar as fotos, busca se integrar aos participantes daquela manifestação e respeitar a hierarquia de cada grupo.

“O meu estilo de fotografar é mais simples possível. Vou com uma câmera e uma lente. Sempre busco conversar com as pessoas e, nesse caso, já estava com bastante intimidade, pois foi o terceiro ano que fotografei. Era uma pessoa que estava incorporada dessa entidade e as pessoas a tratavam como a própria entidade”, descreve. “Busco uma intensidade sem usar o zoom. É parte do meu estilo chegar muito próximo à pessoa para sentir a intensidade”, conta Guy Veloso.

Danielle Fonseca surfa na fotografia

Em Goiás, no Salão Anapolino de Arte Danielle Fonseca apresenta três fotografias da série “O Martelo Sem Mestre”, resultado de uma ação realizada em 2015. Ali a artista se propôs a surfar em um piano, no final da praia do Marahu, em Mosqueiro, distrito de Belém, para falar da relação da poesia de René Char, poeta francês, autor do poema surrealista “Le Marteu Sans Maître”, escrito em 1934, e na composição de mesmo nome de Pierre Boulez (1955), que inspirou o bailarino Maurice Béjart.

“Em uma paisagem entre um rio, um tanto de mar e um tanto de floresta, um resto de um piano quebrado dá o ritmo muito próprio e particular daquele lugar com um surfista que tenta a todo custo surfá-lo sobre as águas. O trabalho seguiu o próprio destino do poema, que até hoje está entrelaçado entre a palavra, a partitura, a música, a dança e minha possível paisagem fotográfica", explica Danielle. "Estava lendo sobre ritmo e a poesia surrealista e juntei com a pesquisa sobre o surf também. Achei que dava para misturar e o piano já povoou meu trabalho algumas vezes. Ganhei esse piano e resolvi mostrar o ritmo do surfista quando bailarino”, descreve a artista.

“Rosa no Arraial”, uma das obras de mais destaque no acervo de Luiz Braga, integra exposição no MAR (foto: Luiz Braga)

As diversas cores de Luiz Braga

Luiz Braga participa da exposição A Cor do Brasil, inaugurada terça-feira (2), no Museu de Arte do Rio (MAR), ao lado de Octavio Cardoso. E de fato Luiz não poderia ficar de fora de uma mostra em que a cor é o foco. Ele, que começou a fotografar na década de 1970 em preto e branco, tem no colorido um elemento marcante de sua poética. E a série na mostra é de uma época em que ele ousou fazer ensaios na periferia de Belém, inspirado nos cenários da avenida Bernardo Sayão, então Estrada Nova, que conferia na volta das aulas na Universidade Federal do Pará.

“Comecei com as cores primárias, depois as fontes de luz misturadas com a luz do dia... Existe pesquisa técnica, investigação estética, mas tudo muito natural, de uma coisa de o homem se deixar conduzir. Não existe uma coisa cartesiana onde digo ‘a partir de agora vou fazer colorido’”, explica o artista. “Não foi algo pensando, percebo que tudo na minha carreira se constrói dessa forma, natural. Tenho resistência a essa coisa pré-concebida, conceitual, publicitária, que inunda o mundo inteiro”, analisa.

(Domik Giusti/Diário do Pará)

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