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UPAs e PSMs têm mais um dia de lotação e casos suspeitos de covid-19

Apenas dois médicos, uma multidão aguardando atendimento e sete pacientes com suspeita de covid-19 à espera de transferência para um hospital de referência. O cenário de caos registrado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Sacramenta, ontem (13), con

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Imagem ilustrativa da notícia UPAs e PSMs têm mais um dia de lotação e casos suspeitos de covid-19 camera Aglomeração de pessoas na UPA da Sacramenta mostra a falta de cuidados com o coronavírus | Mauro Ângelo

Apenas dois médicos, uma multidão aguardando atendimento e sete pacientes com suspeita de covid-19 à espera de transferência para um hospital de referência. O cenário de caos registrado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Sacramenta, ontem (13), confirmou o colapso no sistema de Saúde Pública de Belém em meio ao cenário de pandemia do coronavírus.

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Tanto do lado de dentro quanto de fora da UPA o que não faltavam eram reclamações de pacientes e acompanhantes que procuraram pelo serviço de Emergência e tiveram de aguardar até três horas para conseguir o atendimento. A situação é ainda pior porque a espera se deu em um ambiente de aglomeração e tumulto – tudo o que as pessoas deveriam evitar para não se contaminar com o vírus.

Nos prontos-socorros municipais, o atendimento está suspenso e só entram os casos mais graves. A Unidade já alcançou a lotação máxima para pacientes com suspeitas da covid-19 e síndrome respiratória aguda. Ontem, quem foi até o PSM Humberto Maradei - o PSM do Guamá - deu com a cara na porta e teve de procurar outra unidade de Urgência e Emergência para conseguir atendimento médico. “Só vão atender daqui a 15 dias (no PSM do Guamá), pelo que disseram. Mandaram a gente ir à Terra Firme ou Sacramenta. Eu vim do Jurunas, com dor no peito, e agora vou buscar atendimento em outro lugar. Só Deus para ajudar em uma situação dessas”, lamentou Valdo da Silva, de 73 anos, acompanhado da esposa Maria Célia, de 63 anos.

Um homem, que não quis se identificar, estava no PSM do Guamá e confirmou que não estavam realizando novos atendimentos no local. Ele aguardava a liberação do corpo da irmã que havia falecido de insuficiência respiratória. “As salas estão cheias de pacientes, dizem que muitos com suspeitas de coronavírus, e não estão atendendo mais ninguém”, comentou.

SACRAMENTA

Com o não atendimento de pacientes na unidade, o aumento de pessoas nas UPAs aumentou consideravelmente. A UPA da Sacramenta, por exemplo, estava completamente lotada. Cansados de esperar em pé, alguns pacientes se sentaram na calçada próxima à porta de entrada para aguardar a vez de ser chamado para entrar. Entre os que aguardavam atendimento, pessoas com sintomas semelhantes aos da infecção provocada pelo novo coronavírus. Todos os pacientes, na verdade, ficaram aglomerados num único espaço, na recepção. Do lado de fora, o cenário era parecido. O detalhe é que nem todos usavam máscaras de proteção.

Ainda na Sacramenta, quem estava do lado de fora não aguentava as horas de espera
📷 Ainda na Sacramenta, quem estava do lado de fora não aguentava as horas de espera |Olga Leiria

O aposentado José Miguel silva, 60, não parava de tossir. Sentou-se perto do bicicletário para aguardar a vez. Chegou a UPA por volta de 14h e já passava das 16h e ele não tinha sido chamado. “Verificaram a minha pressão e mediram a minha glicose, depois pediram para eu esperar o médico”, comentou. “Não tenho coronavírus, não. A enfermeira me disse. Mas devo esperar a consulta com o médico”, prosseguiu.

Sem se identificar, uma usuária reclamou sobre a demora. Disse que só havia dois médicos para atender dezenas de pessoas. “Tem sete pessoas com suspeita de covid-19 e que estão aguardando a transferência para hospitais de referência. Não sei porque ainda não transferiram”, disse.

Um funcionário da unidade, que teve a identidade preservada, frisou que entre os pacientes que aguardavam transferências tinham duas mulheres que estavam na Sala Vermelha – o que indica que o quadro clínico delas era grave. “Eu acho que são poucos funcionários no momento e a demanda aqui é muito grande por que tem pessoas de outros bairros que são enviados para cá pelos postos de saúde e até mesmo pelo pronto-socorro e isso deixa sobrecarregado”, completou Alexandra Costa, que acompanhava o ex-marido na UPA da Sacramenta. O paciente esperou por mais de duas horas para passar pela Triagem. “O problema é que, nesse sol quente, muitas pessoas doentes têm ficado em pé e aguardado por horas. Isso é desumano”, ressaltou.

MUDANÇAS

O governador do Estado, Helder Barbalho, anunciou na noite do último domingo (12), que a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) mudou os protocolos de atendimento do Hospital de Campanha, no Hangar, e do Hospital Santa Clara, que agora podem atender casos urgentes de pacientes com falta de ar e outros sintomas de doenças respiratórias graves que estiverem em UPA’s e Prontos-Socorros. A Prefeitura informou que já trabalha em parceria com o governo.

Sesma

- PSM do Guamá: A Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) informou, em nota, que a Rede de Urgência e Emergência do município não recusa pacientes. O Hospital Pronto Socorro Municipal Humberto Maradei Pereira (HPSM do Guamá) tem perfil destinado para pacientes graves, sendo que, os pacientes de baixa complexidade são atendidos, embora não sejam a prioridade. Estes casos podem ser atendidos nas Unidades Básicas de Saúde.

- UPA da Sacramenta: Segundo a Sesma, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Sacramenta está com a equipe médica completa, entretanto, com uma demanda muito grande de pacientes, sobretudo, que chegam solicitando exame para Covid-19. em relação aos 7 pacientes com suspeita do novo coronavírus, a Secretaria aguarda a liberação da Central de Regulação Estadual para a transferência dos pacientes para Hospital de Referência.

Terra Firme e Cidade Nova: mesmo cenário

Na UPA da Terra Firme também foram registradas mais aglomerações. Acompanhantes aguardavam do lado de fora por notícias dos pacientes e denunciavam a falta de estrutura no local, com os médicos fazendo o possível para garantir atendimento. Os relatos também eram de lotação do espaço devido a chegada de pacientes de diversos bairros de Belém.

A UPA da Terra Firme recebia pacientes de outros bairros
📷 A UPA da Terra Firme recebia pacientes de outros bairros |Mauro Ângelo

Ismael Aquino levou o cunhado para atendimento e, segundo ele, a estrutura não tem sido capaz de atender toda a demanda. “Você entra na UPA e só falta chorar com a situação que está. A gente sabe que a situação está complicada, mas é preciso um planejamento melhor para atender todo mundo”, disse.

Na Cidade Nova, aglomeração à espera do atendimento era do lado de fora
📷 Na Cidade Nova, aglomeração à espera do atendimento era do lado de fora |Olga Leiria

Em Ananindeua, a UPA da Cidade Nova que registrou um aumento de demanda de atendimentos, na tarde de ontem (13). Por lá, uma fila se forma em frente a porta da unidade e não havia nenhum servidor orientando os usuários. A maioria estava de máscara, mas não respeitava a distância social mínima na fila. A Secretaria Municipal de Ananindeua (Sesau) informou que todas as unidades estão aptas para fazer o atendimento de acordo com a classificação de casos leves, moderados e graves.

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