Violência no bairro da Pedreira assusta moradores

Um dia depois do assassinato de dois adolescentes, no bairro da Pedreira, em Belém, moradores e comerciantes do entorno seguem sua rotina normalmente. Mesmo que apreensivos com o ocorrido, eles garantem já estar acostumados com a violência no bairro.

“Ah, aqui todo dia matam uns dois”, comenta o aposentado Antônio Coelho, 70, que há 60 anos mora na passagem Antônio Everdosa, próxima à travessa Estrella, onde o crime foi cometido na terça-feira (18). “Assalto é todo dia, ainda mais nesse cruzamento. É sempre assim: eles se juntam de dois ou três e rendem o motorista no sinal mesmo”, denuncia. Apesar de nunca ter sido assaltado, o morador lista uma série de crimes que já viu acontecer na rua, inclusive um arrastão há poucas semanas.

Para a comerciante Carmem Leão, 45, dona de um ponto de vendas de açaí localizado na Antônio Everdosa, a situação não é diferente. “A gente vive apreensivo. Não pode chegar alguém de moto, até cliente, que eu já fico nervosa”, conta. Seu ponto já foi assaltado duas vezes por duplas armadas que chegaram de moto ameaçando ela e funcionários e levando toda a renda do dia e até litros de açaí. “A gente não pode mais ficar na frente com tranquilidade”, acrescenta ela, por de trás do vidro que separa o interior de seu estabelecimento da rua.

A dona de casa Daniele Ferreira, 46, freguesa de Carmem, também conta que evita sair de casa e que quando sai não leva celular e nada de valor. “Já me roubaram bem aqui na frente. Tava com a família e chegaram e levaram tudo. Celular, cordão, anel, tudo. Até um tablet eles tomaram da mão de uma criança”, comenta.
RELATOSO caso está sendo investigado por policiais civis da Seccional Urbana da Pedreira que deve avaliar ainda a veracidade das imagens de câmeras de segurança do perímetro, que estão sendo divulgadas nas redes sociais. No registro, aparecem uma suposta tentativa de assalto, tiroteio e correria.

(Arthur Medeiros/Diário do Pará)