Mais um policial militar sepultado sob revolta no Pará

Na noite de quinta-feira (22), o número de policiais militares assassinados no Pará chegou a 14. A vítima mais recente foi o cabo José da Silva Frade, do Batalhão de Choque da PM, 35 anos. Ele deixou uma viúva e quatro filhos pequenos. Em seu velório, estiveram reunidos familiares e colegas de serviço, em clima de profunda comoção.

A irmã do cabo, que preferiu ter sua identidade preservada, recorda que ele era um policial honesto, que não tinha envolvimento com o crime.

“Muito pelo contrário, ele era muito dedicado ao seu trabalho. Só o que queremos agora é justiça”, contou, visivelmente abalada com a morte. O tenente Mauro Prata foi comandante do cabo Frade, que estava no Batalhão de Choque há 10 anos.

“Era um profissional excelente. Difícil digerir uma fatalidade dessas. Todos estão sujeitos à violência e nós que estamos inseridos nesse contexto não estamos ilesos”, observou. O cabo Frade foi enterrado na tarde de ontem em um cemitério particular de Marituba.

Ele foi assassinado na noite de quinta-feira (22). Durante um assalto dentro de um ônibus da linha Murinim/Castanheira, os criminosos reconheceram o cabo, que estava à paisana e começaram a agredi-lo. O cabo ainda lutou, mas os assaltantes lhe deram choques com um dispositivo, ele acabou arremessado do ônibus, bateu a cabeça e morreu. Os criminosos fugiram. A Polícia Civil investiga o crime.

GOVERNO EM SILÊNCIO

Para o vereador Sargento Silvano (PSD), é inaceitável que o governador Simão Jatene ainda não tenha nem ao menos se manifestado sobre as constantes mortes de policiais militares no estado.

“Não há nenhum tipo de respeito em relação à família dos policiais assassinados e o governador Simão Jatene não teve nem ao menos a consideração de emitir sequer uma nota em solidariedade. A tropa está no limite em relação a esse descaso”, declarou.

(Alice Martins Morais/Diário do Pará)