Polícia ouve homem apontado por PMs como assassino de policial

A Polícia Civil está ouvindo na tarde desta sexta-feira (23) o depoimento de um homem apontado por um grupo de policiais militares como um dos envolvidos no assalto a ônibus que resultou na morte do cabo PM José da Silva Frade, na noite de ontem (22). O próprio homem procurou a polícia, afirmando ter sido ameaçado e ter a casa invadida por policiais.

Segundo a Polícia Civil, o homem procurou a Corregedoria da Polícia Miltar na manhã de hoje, afirmando que um grupo de PMs invadiu a casa dele durante a noite, dizendo que ele havia participado do assalto e morte do cabo José. Ele contou que os policiais fizeram fotos dele e jogaram em grupo de WhatsApp, falando que era de um dos suspeitos.

O DOL procurou a Polícia Militar, que confirmou que o homem procurou a Corregedoria alegando estar muito amedrontado e sob ameaça de morte, mas que não registrou nenhuma ocorrência sobre o caso.

Após a Corregedoria da PM, o homem foi encaminhado até a Divisão de Homicídios, que investiga a morte do policial, para averiguação e para prestar depoimento, já que um grupo de policiais o apontou como suspeito. Entretanto, a Polícia Civil esclarece que, até o momento, não há nada comprovado contra ele, que deverá ser liberado após o depoimento.

Cabo José Frade era passageiro de um ônibus que fazia a linha Murini/Castanheira que foi assaltado na altura do quilômetro 4 da rodovia BR-316. Ele foi reconhecido como um policial e agredido pelos assaltantes, sendo jogado para fora do coletivo, batendo a cabeça ao cair no asfalto. Em apenas 80 dias do ano, ele é o 14° PM morto no Pará.

Os três suspeitos do crime ainda não foram oficialmente identificados. A polícia ouviu o depoimento de testemunhas ainda ontem e segue as investigações.

(Gustavo Dutra/DOL)