Operação investiga desvio de recursos e corrupção na Prefeitura de Marituba

A Polícia Civil deu cumprimento a 22 mandados de busca e apreensão em residências, empresas e órgãos públicos em Belém, Ananindeua, Marituba e Castanhal, além de 20 mandados de condução coercitiva de servidores públicos e empresários. Cerca de R$ 4 milhões teriam sido desviados.

As investigações apuram desvios de recursos públicos e corrupção na Prefeitura de Marituba, Região Metropolitana de Belém.

A ação faz parte da primeira fase da operação “Presépio”, deflagrada nesta terça-feira (6), para dar cumprimento à 42 mandados judiciais.

As investigações iniciaram há seis meses para apurar fraudes em procedimentos licitatórios para instalação e manutenção de postes de iluminação pública.

A empresa ganhadora da licitação teria montado, em acordo com servidores, um esquema de fraudes e inexecução contratual.

A operação teve como base o prédio do Instituto de Ensino de Segurança do Pará (Iesp), localizado na rodovia BR-316, em Marituba. Medidas cautelares foram solicitadas à Justiça, para realizar busca e apreensão e condução coercitiva contra as pessoas envolvidas direta e indiretamente no esquema criminoso.

Rilmar Firmino, delegado geral da PC, afirma que o objetivo das medidas cautelares é materializar o que já foi obtido durante a primeira fase das investigações que iniciaram há 6 meses. Ele explica que o contrato existente da Prefeitura de Marituba com uma empresa de implantação e manutenção de iluminação pública era fictícia. “Percebe-se que a empresa contratada é fantasma. O endereço da empresa com sede em Castanhal é uma casa, onde dois irmãos são sócios”, afirma. “Um deles foi ouvido e ele disse saber que é ‘laranja’. Nesse caso, eles sabem da situação. Para a nossa surpresa, hoje [ontem] encontramos veículos da empresa guardados dentro da garagem da Prefeitura de Marituba”, detalha.

Entre as irregularidades que teriam sido praticadas pela empresa I.P Neves & Cia Ltda, de Castanhal estava a aquisição de postes para o canteiro central da iluminação pública. Dentro do contrato, os postes eram de 11 metros. No entanto, os instalados eram de 7 metros, tamanhos inferiores aos instalados nos municípios de Belém e Ananindeua.

Todos os suspeitos foram ouvidos no Iesp e depois liberados. Os materiais apreendidos durante a operação foram levados para o Instituto e ficarão apreendidos para passar pelas perícias necessárias à investigação.

Resposta da Prefeitura

- Em nota, a Prefeitura de Marituba informou estar solidária à ação realizada pela polícia e que tem total interesse em elucidar os fatos e se coloca à disposição para ajudar nas investigações. “Essa prefeitura deixa claro que preza pela transparência em suas ações e que fará o mesmo na condução desse caso junto à sociedade e à opinião pública”, diz a nota.

(DOL)