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POLÍCIA

Após nova chacina, 'Lei do Silêncio' domina ruas de Belém

Os moradores da Cabanagem, em Belém, ainda nem tinham se esquecido da chacina que aconteceu naquela área e em bairros vizinhos no dia 31 de dezembro do ano passado, quando 5 pessoas foram assassinadas na Cabanagem, Jaderlândia, Sideral, Atalaia e Coqueiro

Os moradores da Cabanagem, em Belém, ainda nem tinham se esquecido da chacina que aconteceu naquela área e em bairros vizinhos no dia 31 de dezembro do ano passado, quando 5 pessoas foram assassinadas na Cabanagem, Jaderlândia, Sideral, Atalaia e Coqueiro. Os crimes aconteceram no intervalo de três horas.

Anteontem - dois meses depois do episódio sangrento – uma nova onda de assassinatos tomou conta de alguns destes bairros e outros bairros vizinhos. No intervalo de 3 horas, cinco pessoas foram mortas no Parque Verde, Mangueirão (numa área limite com o Bengui), Cabanagem, Jaderlândia (área limite com o Atalaia) e Marambaia. Além destes 5 homicídios, um sexto foi registrado em Marituba, espalhando ainda mais sangue pela Região Metropolitana de Belém.

Até o final da manhã de ontem, a Polícia Civil ainda não tinha novidades a serem divulgadas sobre o andamento das investigações. Não se tem confirmado, por exemplo, se a onda de assassinatos se deu em virtude da morte do sargento PM Reginaldo Silva, em Marituba, no último dia 28.

As investigações estão a cargo da Divisão de Homicídios de Belém, que até agora não descartou nenhuma hipótese sobre os crimes, muito menos uma relação entre as mortes. O que a polícia também já sabe é que algumas das vítimas, mesmo não tendo ficha criminal, tinham envolvimento com o tráfico de drogas.

O perito criminal Ivanildo Rodrigues, que esteve no local dos homicídios fazendo o levantamento das situações, observou que a maioria dos crimes apresentaram características em comum que indicaram que todas as mortes foram por execuções.

Além disso, já se pode afirmar que em alguns dos homicídios as armas usadas pelos atiradores eram pistolas ponto 40 – até então arma que deveria ser de uso exclusivo da polícia. Os atiradores estavam em carros pratas.

Os corpos das vítimas foram removidos para o Instituto Médico Legal e ontem foram liberados para as famílias fazerem o sepultamento.

A “LEI” FAMIGERADA

Ruas desertas, casas com os portões trancados e moradores assustados. Este era o ambiente que se via nas áreas próximas aonde os assassinatos aconteceram na última quinta-feira (1), quando 6 pessoas foram assassinadas na Região Metropolitana de Belém. Em alguns lugares ainda era possível ver a fita de isolamento da área de crime.

Na Rua do Canal, limite entre os bairros do Mangueirão e Bengui, onde Fábio Mikael Ferreira, de 22 anos, foi executado a tiros no meio da via, praticamente não se via ninguém pelas ruas. Ele foi a segunda vítima a ser morta na chacina.

Quando a reportagem esteve ontem, no local, presenciou uma viatura da Polícia Militar fazendo ronda na área. Um comerciante que, sem se identificar, aceitou conversar com a equipe disse que o crime ali foi algo fora do comum. “Moro aqui há cerca de um ano e nesse perímetro nunca ouvi falar de assassinatos”, disse. E o primeiro que ele viu acontecer praticamente na porta do estabelecimento dele.

"Todo carro de cor prata que entra aqui, agora, a gente já pensa que vai morrer alguém", afirma uma moradora que preferiu o anonimato. (Foto: Mauro Ângelo/Diároi do Pará)

MORADORES AGORA SÃO REFÉNS DA INSEGURANÇA

Quando a reportagem entrou na alameda, muitos moradores olhavam desconfiados para a equipe. Pelas janelas, pelas grades, pela porta entreaberta. Algumas tentativas de conversa com os moradores foram feitas, mas nenhuma apresentou resultados.

Uma estudante que passava pela via conversou enquanto caminhava. Sem se identificar, ela afirmou categoricamente que estava com medo. “Só saí de casa porque foi preciso. Ninguém aqui se sente seguro”, frisou. “Acredito que ninguém aqui vai falar com vocês (reportagem) está todo mundo muito apavorado”, reforçou a moça.

Na área da Cabanagem, o silêncio também predominou. Hoje, nem sobre os problemas da falta de saneamento no bairro a comunidade quis comentar. “Moço, a gente está com medo de represálias”, descreveu uma dona de casa ao ser questionada sobre o assassinato que tinha acontecido no dia anterior.

“Todo carro de cor prata que entra aqui, agora, a gente já pensa que vai morrer alguém. E ninguém sabe se a vítima será uma pessoa de bem ou se será algum bandido”, desabafou a mulher, que aparenta ter entre 60 e 65 anos e mora próximo a Rua Tancredo Neves, no bairro.

A reportagem ainda tentou contato com os familiares de algumas das vítimas da chacina, mas elas não quiseram dar entrevistas.

(Denilson D'Almeida/Diário do Pará)

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