Em pleno dia do Círio, bandidos invadem casa e matam dois

Diante do corpo do companheiro Klauber Muniz da Silva, de 35 anos, Charlene Ferreira, de 32, acompanhava o trabalho dos peritos criminais. Ela estava em choque. “Ainda não acredito que isso aconteceu”, comentou. Klauber foi assassinado com 11 tiros minutos antes do começo da madrugada de ontem, na rua Liberdade, entre as ruas I e J, no bairro do Jaderlândia, região metropolitana de Belém.

Segundo Charlene, Klauber era dependente químico. No sábado (07), ele havia passado o dia consumindo bebida alcoólica em bares perto da casa onde moravam há dois anos. O casal estava junto há seis anos e tinha uma filha de apenas dois anos. Horas antes de ser morto, Charlene lembra que o companheiro chegou em casa bêbado e estava decidido a continuar nos bares.

“Ele pegou uma sacola plástica, colocou uma muda de roupa dentro e saiu. Dez minutos depois uma vizinha foi me avisar o que tinha acontecido”. Mas a sacola e o celular que Charlene garante que Klauber possuía, não foram encontrados. “Tenho certeza que isso não foi assalto, mas levaram as coisas dele”, acrescentou a viúva.

A companheira da vítima informou ainda que Klauber era dependente químico, fazia ‘bicos’ como pintor e recebia pensão da mãe. “Ele era muito conhecido aqui no bairro. Usava drogas, chegou a ser internado algumas vezes, mas não devia nada pra ninguém. Todos sabiam que quando ele saía para beber, era com quantia alta de dinheiro. Acho que pensaram que ele tinha dinheiro”, disse.

O crime chamou a atenção de muitos curiosos. Peritos criminais e policiais civis da Divisão de Homicídios realizaram o levantamento de local. Possíveis testemunhas disseram aos policiais militares que a vítima seguia na rua Liberdade quando foi abordada por dois homens em uma bicicleta.

POR TRÁS

O perito João Nazareno explicou que a vítima foi atingida com 11 tiros, a maioria por trás e em regiões vitais, como pulmões. Ele acredita que os criminosos utilizaram revólver 380 ou 320. “Pela quantidade de lesões, com certeza foi uma execução, vieram para eliminá-lo”, avaliou.

(JR Avelar/Diário do Pará)