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POLÍCIA

Quadrilhas espalham o terror nos ônibus em Belém

Foram quatro assaltos em dois meses. No primeiro eram quatro homens e, nos demais, sempre cinco. “Todos agiam de uma só vez”, lembra o universitário Jacques Menezes, de 22 anos. Ele está entre os moradores da Região Metropolitana de Belém que já foram vít

Foram quatro assaltos em dois meses. No primeiro eram quatro homens e, nos demais, sempre cinco. “Todos agiam de uma só vez”, lembra o universitário Jacques Menezes, de 22 anos. Ele está entre os moradores da Região Metropolitana de Belém que já foram vítimas de assaltos em transportes coletivos (ônibus). Em todos os casos os criminosos roubaram o celular de Jacques. Por sorte ele nunca foi ferido, mas num intervalo de dois meses precisou comprar aparelhos novos quatro vezes esse ano. Se somar o valor de cada um dos telefones, o prejuízo se torna grande. Isso sem falar no trauma que fica.

Todas as ocorrências de assalto em que Jacques foi vítima aconteceram quando o ônibus em que ele estava seguia pela Rodovia BR-316, próximo ao bairro do Castanheira, na “fronteira” entre Belém e Ananindeua, perímetro apontado pelo Sindicato dos Rodoviários do Pará como lugar onde se abriga uma quadrilha que age com frequência, principalmente de noite.

A queixa da entidade sindical se comprova no depoimento do universitário que reconheceu os assaltantes em outras situações. “Uma vez, após o terceiro assalto, voltando pra casa, dois deles subiram no ônibus que eu estava e eu os reconheci. Eram os mesmos. “Aí eu desci antes de qualquer coisa”, comentou.

Segundo o Sindicato dos Rodoviários do Pará, a polícia e os demais órgãos de Segurança Pública já tem conhecimento dessa associação criminosa que age pela BR-316 próximo ao Castanheira, porém nada teria sido feito para capturar os marginais.

Tiroteio

No final de semana passado, três homens que se passaram por passageiros anunciaram um assalto dentro de um ônibus da linha “Conjunto Maguari” que trafegava pela Avenida Pedro Álvares Cabral. Durante a ação um passageiro que estava armado trocou tiros com os criminosos. Dois deles e um passageiro morreram naquela ocasião. Dias depois uma quarto homem também morreu em consequência dos tiros.


Sindicato dos Rodoviários fala em 750 assaltos a coletivos em seis meses

Dados do Sindicato dos Rodoviários do Pará indicam que entre janeiro a junho de 2017 foram registrados 750 assaltos a ônibus que circulam pela Região Metropolitana de Belém. O número de assaltos a coletivos, somente no primeiro semestre deste ano, já equivale a 62,5% do total de casos registrados no ano passado (2016), quando a entidade contabilizou 1.200 ocorrências entre os meses de maio a dezembro.

Considerando ainda as estatísticas da entidade sindical, podemos perceber que em 2016 a média diária de assaltos a ônibus ultrapassava 3 casos por dia (3,28 para ser mais exato). Já este ano, a média de assaltos a coletivos é de mais 4 ocorrências por dia na Região Metropolitana de Belém. São 4,16 ocorrências diárias.

O cobrador de ônibus Jean Maria, de 31 anos, atua como rodoviário há 7 anos e já esteve frente a frente com dois meliantes que anunciaram assalto minutos depois de terem subido ao coletivo se passando por passageiros. “Eles estavam armados com faca. Um deles ficou de frente para mim e o outro com a faca apontada para o motorista”, relatou. O assalto também aconteceu na Avenida Pedro Álvares Cabral, por volta das 7h da manhã.

“Eu não esperava que fossem bandidos, um deles era até menor de idade”, destacou o rodoviário que agora tem qualquer pessoa como suspeita.Sem saber dos dados do sindicato, Jean também reforçou que agora os assaltantes de ônibus só andam em grupos. “A gente ouve o relato dos colegas e percebe que de ‘uns tempos pra cá’ os assaltantes não agem mais sozinhos e tem sempre um destino certo para descer”, frisou.

Áreas mais perigosas

Até pouco tempo atrás, o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Altair Brandão, apontava a existência de áreas com maiores riscos de assaltos a ônibus em Belém e Região Metropolitana, porém se hoje tivesse de indicar quais as áreas de maior risco afirma que todo o mapa da Grande Belém seria pintado de vermelho. “A violência, a insegura, impera em todos os bairros e vias. Sair para trabalhar, hoje, é contar com a sorte e pedir proteção divina para se livrar de assaltos”, pontuou.

No entanto, no bairro do Guamá, nas avenidas Pedro Álvares Cabral e Arthur Bernardes e nas vias próximo ao bairro do Castanheira (em especial BR-316 e Augusto Montenegro) as ocorrências de assaltos à ônibus são mais frequentes, segundo o sindicato.

A Polícia Militar informou que, entre 1 de janeiro a 11 de setembro deste ano, 18.692 ônibus foram fiscalizados durante ações preventivas de segurança e que a corporação participa de reuniões frequentes com os representantes dos sindicatos dos rodoviários de Belém e Ananindeua para discutir estratégias e medidas que possam auxiliar na coibição de assaltos a coletivos.

A PM destacou ainda que intensificou as operações Parada Segura, Ônibus Seguro e Bloqueio.A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) informou que tem investido em ações preventivas e de combate à criminalidade, por intermédio dos órgãos de segurança, e também reunido com a categoria, assim como os empresários do setor de transporte coletivo desde 2015, de forma mais efetiva. A Segup informou ainda que uma equipe já esteve em Goiânia (GO) para saber mais sobre o “botão do pânico” nos ônibus – uma das medidas que se tenta implantar em Belém.

(Denilson D' almeida/Diário do Pará)

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