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POLÍCIA

Ônibus de Belém têm quatro assaltos por dia. "Não aguentamos mais", diz rodoviário

Conforme levantamento do Sindicato dos Rodoviários de Belém, este ano, a média é de 4 assaltos por dia dentro dos ônibus na capital. De janeiro a junho, foram registradas 720 crimes em coletivos. O aumento assusta, pois comparado com as ocorrências dos 12

Conforme levantamento do Sindicato dos Rodoviários de Belém, este ano, a média é de 4 assaltos por dia dentro dos ônibus na capital. De janeiro a junho, foram registradas 720 crimes em coletivos. O aumento assusta, pois comparado com as ocorrências dos 12 meses de 2016, o total do primeiro semestre, supera o outro em quase 100 assaltos. Ano passado, os registros apontam 626 ocorrências.

Há 26 anos, José Olivar, de 48, trabalha como rodoviário, em Belém. Pelos seus cálculos, ele já foi assaltado ao menos, 40 vezes, durante as viagens. O motorista da linha de ônibus Marex Felipe Patroni, já teve arma de fogo e facas, apontadas para a sua cabeça. O caso mais grave foi quando ele desviou de um tiro, que quebrou as vidraças da janela do coletivo, na avenida Augusto Montenegro, em novembro de 2016, e felizmente, não ficou ferido. “Não aguentamos mais. Só Deus pode nos socorrer. Os criminosos estão passando dos limites”, lamentou, no final da linha da empresa, no bairro de Val-de-Cans.

Quem também não poupa as histórias de insegurança dentro dos coletivos é o motorista Adnam Nascimento, de 47. Nos seus 8 anos de profissão, ele recorda de vários casos, mas um ficou marcado. O rodoviário foi assaltado 2 vezes, no mesmo dia, na avenida Engenheiro Fernando Guilhon, no bairro do Jurunas. “Eles levaram a renda do cobrador, e ainda colocaram uma faca na minha cabeça, pressionando com força. Tive medo”, recorda. O motorista da linha Arsenal, diz que já perdeu as contas de quantos assaltos foi vítima. “Foram tantas vezes, que já nem conto. Entrego nas mãos de Deus”, confia.

Os passageiros também temem as ações criminosas. A estudante Larissa Lobato, de 22, mora em Canudos. Indagada se já presenciou um assalto em ônibus, ela balança a cabeça, franze a testa e dispara: “quem não foi?”, questiona. “Isso acontece todos os dias. Belém está demais”, lamenta. A jovem viu o cobrador ser ameaçado com uma arma de fogo na sua frente. “Os bandidos gritavam, falavam que iam atirar. Foi muito rápido”, relembra. Os criminosos saíram com a renda, e ninguém ficou ferido.

Além do dinheiro e pertences, os criminosos estão levando a vida de quem precisa usar o transporte público. No último dia 14, a atitude destemida dos criminosos, terminou com a morte de uma pessoa idosa, na avenida Pedro Álvares Cabral, na Marambaia. O ônibus da linha Telégrafo/ Ver-o-Peso estava cheio de passageiros e os bandidos faziam um arrastão nos fundos do coletivo, quando a vítima foi abordada. Raimundo Nonato Rodrigues de Oliveira, de 69 anos, reagiu e um dos assaltantes fez o disparo com uma arma ponto 40.

Rodoviários apontam os locais mais perigosos de Belém

Os trabalhadores listam locais considerados mais inseguros, entre eles, a rodovia Arthur Bernardes, as avenidas Senador Lemos, Perimetral, Pedro Álvares Cabral e a Estrada Nova, além de algumas ruas nos bairros da Terra Firme, Guamá e Jurunas. “A polícia sabe onde os criminosos atuam. Mas não há redução dos crimes, ao contrário, aumentam”, critica Everton Paixão, vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários de Belém.

Final da linha Marex-Felipe Patroni (Foto: Fernando Araújo)

Com o trauma, os rodoviários acabam ficando doentes, ou deixam os empregos, com medo. Everton lembra, que na clínica médica do sindicato, muitos trabalhadores são diagnosticados com a síndrome do pânico e entram em benefício. “Hoje, o rodoviário pede demissão ou fica doente”, observa.

A frota com os 1.200 ônibus na capital é quase 100% monitorada por câmeras de vigilância e GPS. Diante da tecnologia, a categoria pede à polícia um dispositivo eficaz de segurança. “Queremos que as empresas, juntas com a PM, nos acompanhe em tempo real, com as imagens”, argumenta. Os dispositivos são off-line, e as ações são vistas, após os assaltos, no final da linha. “Somos mais de 6 mil trabalhadores reféns da insegurança, em Belém. Além dos usuários”, finaliza.

(Roberta Paraense/Diário do Pará)

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