A juíza Janaína Fernandes Aranha Lins, respondendo pela Vara do Tribunal do Juri de Ananindeua, manteve a prisão de Marcelo José Souza Sacramento, de 18 anos, que, junto com um adolescente de 16 anos, confessou ter matado o cabeleireiro Akio Willy Costa Cruz, 35 anos. Um crime bárbaro que chocou a sociedade paraense na terça-feira (18), na Região Metropolitana de Belém. A decisão, tomada durante audiência de custódia, torna a prisão em flagrante de Marcelo em preventiva.
A magistrada destacou que o crime se deu com requintes de crueldade extrema, por isso é “imprescindível a decretação da prisão preventiva do investigado, por conta da conduta a si atribuída, há indicativos de periculosidade”. Ela ressaltou ainda que a medida visa impedir que o acusado volte a cometer crimes semelhantes.
Marcelo e o adolescente de 16 anos mataram Aiko a facadas e, em seguida, arrancaram os olhos e o órgão sexual da vítima, além de lhe cortarem o pescoço. Em depoimento à polícia os dois não demonstraram arrependimento e num tom frio declararam que se fossem cometer o crime novamente, “fariam melhor”. Essa barbaridade ganhou repercussão nacional e foi veiculada nos principais sites de agências de notícias e jornais brasileiros.
AKIO FOI O 7° ASSASSINADO EM 2017
Aiko Willy Costa Cruz, de 35 anos, foi o 7º homossexual morto com requintes de crueldade no Estado do Pará, este ano, segundo a Gerência de Livre Orientação Sexual (Glos), da Secretaria de Estado de Justiça e Diretos Humanos (Sejudh), que está acompanhando o caso. “O inquérito policial foi instaurado e o caso já está na Justiça. Nós vamos nos mobilizar para que o caso seja tratado como crime hediondo”, frisou o gerente da Glos/Sejudh, Beto Paes.
Além da Glos/Sejudh, o Comitê Gestor de Enfrentamento a LGBTFobia, que faz parte do Conselho de Segurança Pública, também deve acompanhar os desdobramentos do caso. Beto declarou que pelo fato de um dos acusados ser adolescente, é muito provável que Marcelo José é que responda de forma mais efetiva pelo crime.
32 CASOS DE AGRESSÃO CONTRA LGBT'S ESTE ANO
Além dos 7 casos de LGBT’s mortos com requintes de crueldade, a Glos ainda acompanha 32 casos de agressão contra a comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e transgêneros). Ou seja, de janeiro até ontem, foram registrados, no Pará, em média, 4,5 casos de agressões a homossexuais e uma morte por mês. É pelo menos um caso de violência por semana contra LGBT’s.
O número de registros de ocorrência que envolvem agressão contra homossexuais este ano já é quase a mesma média registrada no mesmo período do ano passado, quando de janeiro de 2016 a agosto de 2016, 37 casos de violência contra LGBT’s foram registrados. Neste mesmo período do ano passado, 16 casos de assassinatos contra homossexuais foram registrados.
(Denilson D'Almeida/Diário do Pará)
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